.: Telha Cerâmica Tipo Romana :.
Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelo
Ensaio
Marcas Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados, Parâmetros
e Critérios de Aceitação e Rejeição
Resultado Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Conseqüências
Objetivo
A apresentação dos resultados obtidos nos
ensaios realizados em amostras de Telha Cerâmica tipo Romana
é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos
desenvolvido pelo INMETRO e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o INMETRO
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos
produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para
que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente
de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria nacional
melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
- diferenciar os produtos disponíveis no
mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência
mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não
se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das
amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência
do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir
dos resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes
interessadas, as ações necessárias de apoio aos setores produtivos
na busca da melhoria da qualidade dos produtos, tornando o produto
nacional mais competitivo e contribuindo para que o consumidor tenha,
a sua disposição no mercado, produtos adequados às suas necessidades.
Justificativa
A análise de conformidade realizada nas
amostras de Telha Cerâmica tipo Romana vai ao encontro do
Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do INMETRO
quanto à seleção dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo
e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados a questões
que envolvam a segurança e a saúde dos consumidores e o meio ambiente.
No Brasil, o uso de telhas cerâmicas ocorre
desde o início da colonização. Inicialmente, as telhas eram conformadas
manualmente com mão-de-obra escrava que as moldavam em suas próprias
pernas, conferindo-lhes a forma de canal por onde a água deveria
escoar.
Atualmente, segundo dados da ANICER
Associação Nacional da Indústria Cerâmica, o setor cerâmico brasileiro
é composto por mais de 11.000 (onze mil) indústrias.
As
telhas cerâmicas são componentes utilizados para coberturas de imóveis,
empregadas em todas as regiões do país. Elas apresentam variadas
conformações e características técnicas. Dentre os diversos tipos
de telha existentes podemos citar: a francesa, a capa e canal, a
italiana, a portuguesa e a romana.
Segundo dados da associação,
a telha romana é a mais utilizada em construções populares e, portanto,
de uso mais intensivo pelos consumidores e, por este motivo, foi
selecionada para ser ensaiada.
Foto: Telha Cerâmica
tipo Romama
As telhas utilizam a argila como matéria-prima
para sua fabricação que é selecionada e preparada em função das
características técnicas que o produto final deve adquirir, considerando,
por exemplo, questões relacionadas à geometria e à utilização do
produto.
Os problemas enfrentados pelo setor cerâmico
brasileiro e o seu reflexo na qualidade dos produtos disponíveis
para o consumidor, principalmente em função de existência de não
conformidade técnica intencional, foi um dos motivos que levou o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade - PBQP a criar,
através de um esforço que integra o governo, o setor produtivo e
a sociedade, a Meta Mobilizadora Nacional voltada para a área da
Habitação:
"elevar
para 90%, até o ano 2002, o percentual médio de conformidade com
as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais
de construção".
De acordo com dados da Secretaria Executiva
do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação,
de julho de1998, o percentual médio de não conformidade dos materiais
e componentes da construção civil habitacional está em torno de
40%.
Além disso, o setor depara-se com o crescimento
da atividade de não conformidade intencional, prática que desestabiliza
grande parte do mercado. Essa atividade ilegal beneficia somente
alguns fabricantes, revendedores de materiais e construtores e prejudica
o usuário final do produto.
Portanto, a análise de conformidade realizada
pelo INMETRO em materiais de construção tem como um de seus objetivos
principais fornecer informações que poderão nortear os programas
setoriais da qualidade existentes, obtendo-se resultados mais imediatos
e um engajamento maior das partes envolvidas.
Outro fator que influenciou a realização
da análise em Telhas Cerâmicas do tipo Romana foi verificar
se o percentual de conformidade do produto sofreu alterações após
a primeira análise coordenada pelo INMETRO, em maio de 1996.
Naquela oportunidade, as amostras das 06
(seis) marcas de telhas cerâmicas analisadas apresentaram não conformidades
em, pelo menos, uma das características verificadas. Sendo que o
maior número de irregularidades foi detectado nos ensaios relacionados
às características geométricas do produto (empenamento e dimensões),
nos quais obteve-se índice de não conformidade de 100% (cem por
cento).
- Fontes de Consulta:
- Revista Viva
Qualidade, nº 04 Julho/Agosto de 1999
- Jornal da
Associação Nacional da Indústria Cerâmica/Agosto de 2000
- Documento
do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação
CTECH: Meta da Área de Habitação
Normas e Documentos de Referência
Para a realização dos ensaios foram utilizados
os seguintes documentos:
- NBR 13.582, de fevereiro de 1996: Telha
Cerâmica tipo Romana: Especificação
- NBR 8.948, de julho de 1985: Telha Cerâmica
Verificação da Impermeabilidade
- NBR 8.947, de julho de 1985: Telha Cerâmica
Determinação da Massa e da Absorção de Água: Método de
Ensaio
- NBR 6.462, de março de 1987: Telha Cerâmica
tipo Francesa Determinação da Carga de Ruptura à Flexão:
Método de Ensaio
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados pelo Laboratório
de Tecnologia de Materiais e Produtos para Construção Civil da empresa
CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A, integrante da Rede Brasileira
de Laboratórios de Ensaios RBLE e referência em atividades
de controle da qualidade em construção civil.
A RBLE é um conjunto de laboratórios, nacionais
e estrangeiros, credenciados pelo INMETRO para execução de serviços
de ensaios que tem como objetivos:
- aperfeiçoar os padrões de ensaio e gerenciamento
dos laboratórios que prestam serviços no Brasil;
- identificar e reconhecer oficialmente
laboratórios no Brasil;
- facilitar o comércio interno e externo;
- utilizar de modo mais racional a capacitação
laboratorial do país.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida
de uma pesquisa de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Rondônia,
Pará, Goiás, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, e identificou
56 (cinqüenta e seis) diferentes fornecedores de Telha Cerâmica
tipo Romana.
Segundo dados da ANICER,
Associação Nacional da Indústria Cerâmica, entidade que congrega
os fabricantes do setor, o setor cerâmico no Brasil é composto por
mais de 11.000 (onze mil) indústrias cerâmicas, de pequeno, médio
e grande porte, apresentando uma grande dispersão geográfica.
Considerando que uma das
diretrizes do Programa é analisar a tendência da conformidade do
produto, não se faz necessário analisar todas as marcas disponíveis
no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas, com base na tradição,
participação de cada marca no mercado nacional e na regionalização
das fábricas, 12 (doze) marcas de fabricantes nacionais de Telhas
Cerâmicas tipo Romana para que fossem submetidas aos ensaios de
conformidade.
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados, Parâmetros e Critérios de Aceitação e Rejeição
De acordo com solicitação do laboratório
responsável pelos ensaios, foram compradas 50 (cinqüenta) unidades
de cada uma das marcas de Telha Cerâmica tipo Romana selecionadas,
para que fossem submetidas a ensaios de conformidade que verificaram
as seguintes características do produto.
Condições Específicas |
Características Geométricas |
Massa Seca
|
Dimensões Nominais (altura, comprimento e largura)
|
Absorção de Água
|
Espessura
|
Impermeabilidade
|
Empenamento
|
Carga de Ruptura à Flexão
|
|
A tabela II descreve a amostragem
estabelecida pela norma brasileira para ensaiar cada uma das marcas
de telha cerâmica selecionadas, baseada na qual um determinado lote
de produção é aceito ou rejeitado.
Tabela
II
Nº de Telhas que Compõem a Amostra
|
Número de Unidades Defeituosas
|
Primeira Amostragem
|
Segunda Amostragem
|
Primeira Amostragem
|
Segunda Amostragem
|
Nº de Aceitação
|
Nº de Rejeição
|
Nº de Aceitação
|
Nº de Rejeição
|
6
|
6
|
1
|
3
|
3
|
4
|
Interpretação da Tabela II
Primeira Amostragem:
- Quando o nº de unidades defeituosas for
menor ou igual ao nº de aceitação, o lote é aceito;
Exemplo: Número de Unidades Defeituosas
for igual a 1 (um).
- Quando o nº de unidades defeituosas for
maior ou igual ao nº de rejeição, o lote é rejeitado;
Exemplo: Número de Unidades Defeituosas
for igual a 3 (três).
- Quando o nº de unidades defeituosas for
maior que o número de aceitação e menor que o nº
de rejeição, o ensaio é repetido com uma segunda amostragem.
Exemplo: Número de Unidades Defeituosas
for igual a 2 (dois)
Segunda Amostragem:
- Quando a soma das unidades defeituosas
encontradas na primeira e na segunda amostragens for menor
ou igual ao número de aceitação, o lote é aceito;
Exemplo: Número de Unidades Defeituosas
for igual a 3 (três)
- Quando a soma das unidades defeituosas
encontradas na primeira e na segunda amostragens for maior
ou igual ao número de rejeição, o lote é rejeitado;
Exemplo: Número de Unidades Defeituosas
for igual a 4 (quatro)
Resultados Obtidos
Determinação
da Massa Seca e da Absorção de Água
Esses dois ensaios estão diretamente relacionados
e simulam o comportamento da telha cerâmica quando exposta às variações
climáticas, como elevações de temperatura e chuva.
De acordo com a metodologia de ensaio descrita
pela norma brasileira, primeiramente determina-se a massa da telha
cerâmica após ter sido colocada em estufa para secagem. Feito isso,
mergulha-se a amostra em água, deixando-a submersa por um determinado
período de tempo. Desta vez, mede-se a massa da telha úmida. Através
da diferença entre os dois valores encontrados, obtém-se o percentual
de água absorvido pela amostra.
A não conformidade detectada nesse ensaio
indica que a amostra de telha absorve água acima do limite máximo
permitido pela norma. A absorção ou infiltração de água em excesso
reduz a resistência mecânica da telha o que representa um risco
para a segurança do usuário, principalmente, para profissionais
que trabalham com o conserto de telhados. Além disso, o excesso
de água aumenta a carga sobre a estrutura de madeira que suporta
as telhas, ocasionando, portanto, risco de desabamento.
No ensaio que determina a massa seca
das amostras, todas foram consideradas conformes. Entretanto, no
que se refere à absorção de água, 04 (quatro) das 12 (doze) marcas
de Telhas Cerâmicas do tipo Romana analisadas, ou seja, cerca de
33% (trinta e três por cento) do total, foram consideradas não conformes
pois apresentaram percentual de absorção de água acima do limite
permitido. São elas: C, G, J e L
Tabela
III
Ensaios Realizados
|
Marcas
|
Massa Seca
(menor ou igual a 3,0kg)
|
Absorção de Água
(menor ou igual a 18%)
|
A |
Conforme
|
Conforme
|
B |
Conforme
|
Conforme
|
C |
Conforme
|
Não Conforme
|
D |
Conforme
|
Conforme
|
E |
Conforme
|
Conforme
|
F |
Conforme
|
Conforme
|
G |
Conforme
|
Não Conforme
|
H |
Conforme
|
Conforme
|
I |
Conforme
|
Conforme
|
J |
Conforme
|
Não Conforme
|
K |
Conforme
|
Conforme
|
L |
Conforme
|
Não Conforme
|
A tabela IV descreve o comportamento das amostras de cada uma das
marcas analisadas que foram consideradas não conformes no ensaio
de absorção de água.
Resultados do Ensaio de Absorção de Água (%)
|
Amostras
|
Cruzado (1ª)
|
Cruzado (2ª)
|
Laranjal (1ª)
|
Rudio (1ª)
|
Telhafort (1ª)
|
1
|
17,9
|
17,9
|
18,5
|
22,0
|
19,4
|
2
|
17,9
|
18,1
|
18,6
|
23,3
|
19,4
|
3
|
18,3
|
18,1
|
18,4
|
22,9
|
19,3
|
4
|
17,1
|
18,8
|
18,3
|
23,3
|
19,2
|
5
|
18,2
|
17,3
|
18,6
|
21,4
|
19,5
|
6
|
16,9
|
17,6
|
18,3
|
21,9
|
19,8
|
Os números entre parênteses indicam
se as não conformidades foram encontradas na primeira ou na segunda
amostragem, de acordo com procedimento descrito na tabela II.
Como pode ser observado, dentre as marcas
consideradas não conformes, as amostras da marca J
foram as que apresentaram pior desempenho pois apresentaram o maior
índice de absorção de água.
Determinação da
Carga de Ruptura à Flexão
Esse ensaio verifica se as amostras de telha
analisadas suportam a aplicação de uma determinada carga sobre sua
superfície. As amostras são colocadas em uma prensa, sobre dois
apoios, localizados em suas extremidades e uma força é aplicada
em sua região central.
Neste caso, a não conformidade detectada,
ou seja, o não atendimento ao valor mínimo de resistência que a
telha cerâmica deve possuir, pode acarretar problemas estruturais
no telhado e oferecer risco para a segurança do usuário.
Além disso, a resistência mecânica das telhas
é um aspecto importante a ser considerado também durante o transporte,
manuseio e montagem, etapas em que as telhas quebram com maior freqüência,
o que representa maiores ônus para os consumidores.
Todas as amostras analisadas foram
consideradas conformes.
Verificação da
Impermeabilidade
Esse ensaio simula o comportamento das telhas
cerâmicas quando expostas à condições críticas de intemperismo,
com o objetivo de verificar se as amostras apresentam vazamentos
ou a formação de gotas na sua face inferior ("goteiras"),
acarretando a infiltração de água no telhado.
Observação:
As telhas possuem duas faces, a superior,
aquela que fica exposta ao ambiente, e a inferior, que fica voltada
para o interior da construção.
Um tubo de PVC vazado é fixado à região
central da superfície da amostra e coloca-se água em seu interior.
Após 24 horas, verifica-se se a amostra apresentou infiltração.
De acordo com a norma brasileira, o aparecimento
de manchas de umidade na face inferior da telha é permitido.
Todas as amostras das marcas analisadas
foram consideradas conformes.
Características
Geométricas (Formas e Dimensões)
Este ensaio verifica se as dimensões das
telhas estão de acordo com as medidas padronizadas pela norma.
A utilização de dimensões padronizadas em
produtos da construção civil facilita os cálculos por ocasião do
projeto e é importante no momento da compra de unidades para reposição.
É necessário levar em consideração também que, além do atendimento
a estas medidas, o perfeito encaixe entre as telhas evita a passagem
de água em dias de chuva mais intensa. O empenamento é outro fator
que prejudica o encaixe das telhas.
Além do desconforto que tal fato acarreta,
pois originam-se vazamentos no interior das construções, a passagem
de água também provocará o apodrecimento precoce da madeira (ripamento)
utilizada para a construção do telhado, comprometendo, portanto,
a segurança das pessoas que residem ou trabalham no interior desses
estabelecimentos, tornando freqüente a necessidade de manutenção
e até mesmo da troca de todo o telhado.
Os problemas relacionados às formas e dimensões
das telhas podem ter origem na seleção da argila que será
utilizada para a fabricação do produto que, dependendo da região
do país, pode ter comportamentos diferentes durante o processo de
fabricação, particularmente, durante as etapas de prensagem ou de
queima da matéria-prima, podendo apresentar uma redução maior ou
menor de tamanho.
O ensaio que verifica o empenamento
das amostras de telha cerâmica identificou não conformidades em
uma das marcas analisadas, a D. As
demais amostras foram consideradas conformes.
No que diz respeito à verificação
das características dimensionais, todas as marcas analisadas foram
consideradas não conformes.
Outro aspecto que deve ser considerado e
que foi evidenciado durante a verificação dimensional das amostras
é a grande variabilidade das dimensões medidas, ou seja, além do
índice de não conformidade de 100% (cem por cento) detectado nesse
ensaio, as dimensões variavam muito, tanto acima quanto abaixo do
limite de tolerância colocado pela norma.
Esse resultado indica que existe uma tendência
do mercado em não seguir as normas existentes para o produto, no
que diz respeito à questão dimensional. Como conseqüência, o consumidor
terá dificuldade em adquirir telhas para reposição, iguais às compradas
anteriormente, e não conseguirá um encaixe adequado durante a montagem
ou manutenção dos telhados.
Durante a etapa de posicionamento, descobriu-se
que a norma brasileira fora elaborada e publicada com um erro no
que se refere ao parâmetro estabelecido para a largura maior da
telha (AA). Vide figura a seguir. Segundo argumentos
técnicos dos fabricantes, o valor de 230 mm para essa dimensão não
pode ser atendido pois não permitiria o encaixe correto com as demais
telhas, o que foi comprovado na prática, devendo ser corrigido,
como sugestão estudada pelo setor, para 240 mm.
Como providências, o setor cerâmico solicitou,
em abril de 2000, ao CB-02, comitê da Associação Brasileira de Normas
Técnicas ABNT responsável pela normalização do setor de construção
civil, a revisão da norma brasileira.
Portanto, podemos concluir que o índice
elevado de não conformidade desse ensaio e o número de não conformidades
apresentado por cada marca estão relacionados ao erro encontrado
na norma brasileira e à tentativa dos fabricantes em corrigi-lo,
buscando o melhor encaixe para seus produtos através da adaptação
das demais dimensões.
Diante do exposto, o INMETRO decidiu desconsiderar
os resultados encontrados para a dimensão em questão. As demais
dimensões e seus respectivos resultados permanecem válidos.
Resultado Geral
A tabela VIII descreve
os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas analisadas
nos ensaios de conformidade realizados e a conclusão final de cada
uma delas.
Tabela
VIII
Marcas
|
Massa Seca
|
Absorção de Água
|
Carga de Ruptura à Flexão
|
Empenamento
|
Impermeabilidade
|
Verificação Dimensional
|
Conclusão
|
A |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
B |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
C |
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
D |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
E |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
F |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
G |
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
H |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
I |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
J |
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
K |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
L
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conclusões
De acordo com a análise dos resultados obtidos,
concluímos que a tendência das Telhas Cerâmicas tipo Romana, disponíveis
no mercado, é de não estarem de acordo com os parâmetros normativos.
Das 12 (doze) marcas analisadas, 04 (quatro),
o que representa cerca de 33% (trinta e três por cento) do total,
foram consideradas não conformes no ensaio de absorção de água,
ou seja, que verifica se as amostras, quando submersas, absorvem
água. São elas: C,
G, J e L.
Esse resultado indica que essas telhas podem
apresentar vazamentos. Além disso, ao absorver água, a telha fica
mais pesada e, consequentemente, há um aumento da carga sobre a
estrutura do telhado, o que representa risco de desabamento, pois
o madeiramento original pode não suportar o acréscimo de carga.
Outro aspecto a ser considerado é a perda
de resistência mecânica das telhas, o que também representa risco
para os usuários, principalmente para os profissionais que trabalham
com a construção e a manutenção de telhados.
Apesar das não conformidades detectadas
no ensaio de absorção de água, todas as amostras analisadas apresentaram
resistência mecânica adequada e demonstraram ser impermeáveis quando
submetidas aos demais ensaios previstos pela norma brasileira referentes
a questões envolvendo o desempenho do produto.
O ensaio que verifica as características
geométricas das Telhas Cerâmicas tipo Romana, ou seja, que determina
se suas formas e dimensões estão dentro dos parâmetros normativos,
identificou índice de não conformidade de 100% (cem por cento) nas
amostras analisadas. As amostras da marca Duplanatex
foram consideradas não conformes no ensaio que verifica a existência
de empenamento. E no ensaio dimensional, todas as amostras foram
consideradas não conformes.
Esse resultado deve-se a dois fatores:
- À existência de deficiências no processo
produtivo, gerando telhas com ampla variação de medidas;
- Às adaptações aleatórias feitas pelos
fabricantes devido aos parâmetros dimensionais não estarem adequadamente
padronizados na norma.
A combinação desses aspectos resulta em
prejuízo para os consumidores e usuários, uma vez que as telhas
cerâmicas encontradas no mercado dificultam a reposição de peças
defeituosas e não oferecem proteção ideal contra a penetração de
água durante dias de chuva, pois não terão encaixe uniforme.
Em relação ao ensaio dimensional, identificou-se
a necessidade de revisão da norma brasileira em função, principalmente,
de um erro encontrado no parâmetro dimensional referente à largura
maior da telha. Segundo os fabricantes, a largura de 230 mm inviabiliza
o encaixe correto durante a montagem do telhado, o que foi demonstrado
na presença de representantes do INMETRO.
O setor já formalizara, através de documento
enviado ao Comitê Brasileiro da Associação Brasileira de Normas
Técnicas ABNT, responsável pela normalização da área de construção
civil, a necessidade dessa revisão.
Comparando a análise realizada em maio de
1996 com a atual, concluímos que o setor de telhas cerâmicas manteve-se
inalterado no que diz respeito ao não atendimento aos requisitos
normativos. O gráfico a seguir compara o percentual de conformidade
obtido em cada um dos ensaios e demonstra em quais áreas as melhorias
implementadas surtiram o efeito desejado e em quais áreas deverão
ser concentrados esforços visando aumentar a conformidade do produto.
Como pode ser observado, apenas os resultados
de dois ensaios apresentaram alterações. Enquanto o percentual de
conformidade do ensaio de Absorção de Água caiu de 83,3% para 66,7%,
o ensaio de empenamento, que na primeira análise detectara irregularidades
em todas as amostras, apresentou conformidade em 91,7% das marcas
analisadas.
O percentual de conformidade dos ensaios
de Massa Seca, Ruptura à Flexão, Impermeabilidade e Dimensional
mantiveram-se inalterados.
Diante dos resultados encontrados e dos
fatos apresentados, o INMETRO convocará as partes interessadas:
fabricantes, institutos de pesquisa, laboratórios, organismos de
defesa dos consumidores e a ABNT para reunião na qual serão definidas
as medidas de melhoria para o setor.
Conseqüências
DATA
|
AÇÕES
|
07/01/2001 |
Divulgação
no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão |
Fevereiro/2001 |
Reunião
com representantes da Associação Nacional da Indústria
Cerâmica - ANICER, da CONCREMAT, laboratório responsável
pelos ensaios, e do Inmetro com o objetivo de definir de medidas
de melhoria para o setor. |
|
Principais
Definições: Será verificada viabilidade
de análise em materiais congêneres para construção;
o setor encaminhará proposta de mudança da Portaria
Inmetro para fiscalização metrológica e
seu procedimento e a
Divisão de Educação para Qualidade
encaminhará material sobre Avaliação
da Conformidade e seus diferentes modelos. |
Agosto/2001 |
A
Cerâmica Lopes, uma das empresas que teve amostras de
seus produtos analisadas e consideradas não conformes
na análise de conformidade realizada pelo Programa de
Análise de Produtos, conseguiu a certificação
voluntária do produto, ou seja, as telhas cerâmicas
tipo romana passam a ostentar a Marca da Certificação,
composta pelo logo do Inmetro e do Organismo de Certificação
credenciado pela Coordenação Geral de Credenciamento do Inmetro. |
|