.: Telha Cerâmica Tipo Romana :.

Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelo Ensaio
Marcas Analisadas
Informações das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados, Parâmetros e Critérios de Aceitação e Rejeição
Resultado Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Conseqüências

Objetivo

A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de Telha Cerâmica tipo Romana é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo INMETRO e que tem por objetivos:

  1. prover mecanismos para que o INMETRO mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
  2. fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
  3. diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada;
  4. tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir dos resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes interessadas, as ações necessárias de apoio aos setores produtivos na busca da melhoria da qualidade dos produtos, tornando o produto nacional mais competitivo e contribuindo para que o consumidor tenha, a sua disposição no mercado, produtos adequados às suas necessidades.

Justificativa

A análise de conformidade realizada nas amostras de Telha Cerâmica tipo Romana vai ao encontro do Procedimento Geral do Programa de Análise de Produtos do INMETRO quanto à seleção dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados a questões que envolvam a segurança e a saúde dos consumidores e o meio ambiente.

No Brasil, o uso de telhas cerâmicas ocorre desde o início da colonização. Inicialmente, as telhas eram conformadas manualmente com mão-de-obra escrava que as moldavam em suas próprias pernas, conferindo-lhes a forma de canal por onde a água deveria escoar.

Atualmente, segundo dados da ANICER – Associação Nacional da Indústria Cerâmica, o setor cerâmico brasileiro é composto por mais de 11.000 (onze mil) indústrias.

As telhas cerâmicas são componentes utilizados para coberturas de imóveis, empregadas em todas as regiões do país. Elas apresentam variadas conformações e características técnicas. Dentre os diversos tipos de telha existentes podemos citar: a francesa, a capa e canal, a italiana, a portuguesa e a romana.

Segundo dados da associação, a telha romana é a mais utilizada em construções populares e, portanto, de uso mais intensivo pelos consumidores e, por este motivo, foi selecionada para ser ensaiada.

Foto: Telha Cerâmica tipo Romama

As telhas utilizam a argila como matéria-prima para sua fabricação que é selecionada e preparada em função das características técnicas que o produto final deve adquirir, considerando, por exemplo, questões relacionadas à geometria e à utilização do produto.

Os problemas enfrentados pelo setor cerâmico brasileiro e o seu reflexo na qualidade dos produtos disponíveis para o consumidor, principalmente em função de existência de não conformidade técnica intencional, foi um dos motivos que levou o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade - PBQP a criar, através de um esforço que integra o governo, o setor produtivo e a sociedade, a Meta Mobilizadora Nacional voltada para a área da Habitação:

"elevar para 90%, até o ano 2002, o percentual médio de conformidade com as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais de construção".

De acordo com dados da Secretaria Executiva do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação, de julho de1998, o percentual médio de não conformidade dos materiais e componentes da construção civil habitacional está em torno de 40%.

Além disso, o setor depara-se com o crescimento da atividade de não conformidade intencional, prática que desestabiliza grande parte do mercado. Essa atividade ilegal beneficia somente alguns fabricantes, revendedores de materiais e construtores e prejudica o usuário final do produto.

Portanto, a análise de conformidade realizada pelo INMETRO em materiais de construção tem como um de seus objetivos principais fornecer informações que poderão nortear os programas setoriais da qualidade existentes, obtendo-se resultados mais imediatos e um engajamento maior das partes envolvidas.

Outro fator que influenciou a realização da análise em Telhas Cerâmicas do tipo Romana foi verificar se o percentual de conformidade do produto sofreu alterações após a primeira análise coordenada pelo INMETRO, em maio de 1996.

Naquela oportunidade, as amostras das 06 (seis) marcas de telhas cerâmicas analisadas apresentaram não conformidades em, pelo menos, uma das características verificadas. Sendo que o maior número de irregularidades foi detectado nos ensaios relacionados às características geométricas do produto (empenamento e dimensões), nos quais obteve-se índice de não conformidade de 100% (cem por cento).

Fontes de Consulta:
Revista Viva Qualidade, nº 04 – Julho/Agosto de 1999
Jornal da Associação Nacional da Indústria Cerâmica/Agosto de 2000
Documento do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação – CTECH: Meta da Área de Habitação

Normas e Documentos de Referência

Para a realização dos ensaios foram utilizados os seguintes documentos:

  • NBR 13.582, de fevereiro de 1996: Telha Cerâmica tipo Romana: Especificação
  • NBR 8.948, de julho de 1985: Telha Cerâmica – Verificação da Impermeabilidade
  • NBR 8.947, de julho de 1985: Telha Cerâmica – Determinação da Massa e da Absorção de Água: Método de Ensaio
  • NBR 6.462, de março de 1987: Telha Cerâmica tipo Francesa – Determinação da Carga de Ruptura à Flexão: Método de Ensaio

Laboratório Responsável pelos Ensaios

Os ensaios foram realizados pelo Laboratório de Tecnologia de Materiais e Produtos para Construção Civil da empresa CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A, integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios – RBLE e referência em atividades de controle da qualidade em construção civil.

A RBLE é um conjunto de laboratórios, nacionais e estrangeiros, credenciados pelo INMETRO para execução de serviços de ensaios que tem como objetivos:

  • aperfeiçoar os padrões de ensaio e gerenciamento dos laboratórios que prestam serviços no Brasil;
  • identificar e reconhecer oficialmente laboratórios no Brasil;
  • facilitar o comércio interno e externo;
  • utilizar de modo mais racional a capacitação laboratorial do país.

Marcas Analisadas

A análise foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Rondônia, Pará, Goiás, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, e identificou 56 (cinqüenta e seis) diferentes fornecedores de Telha Cerâmica tipo Romana.

Segundo dados da ANICER, Associação Nacional da Indústria Cerâmica, entidade que congrega os fabricantes do setor, o setor cerâmico no Brasil é composto por mais de 11.000 (onze mil) indústrias cerâmicas, de pequeno, médio e grande porte, apresentando uma grande dispersão geográfica.

Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência da conformidade do produto, não se faz necessário analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas, com base na tradição, participação de cada marca no mercado nacional e na regionalização das fábricas, 12 (doze) marcas de fabricantes nacionais de Telhas Cerâmicas tipo Romana para que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

  • As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.

  • Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.

  • Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Ensaios Realizados, Parâmetros e Critérios de Aceitação e Rejeição

De acordo com solicitação do laboratório responsável pelos ensaios, foram compradas 50 (cinqüenta) unidades de cada uma das marcas de Telha Cerâmica tipo Romana selecionadas, para que fossem submetidas a ensaios de conformidade que verificaram as seguintes características do produto.

Condições Específicas Características Geométricas

Massa Seca

Dimensões Nominais (altura, comprimento e largura)

Absorção de Água

Espessura

Impermeabilidade

Empenamento

Carga de Ruptura à Flexão


A tabela II descreve a amostragem estabelecida pela norma brasileira para ensaiar cada uma das marcas de telha cerâmica selecionadas, baseada na qual um determinado lote de produção é aceito ou rejeitado.

Tabela II

Nº de Telhas que Compõem a Amostra

Número de Unidades Defeituosas

Primeira Amostragem

Segunda Amostragem

Primeira Amostragem

Segunda Amostragem

Nº de Aceitação

Nº de Rejeição

Nº de Aceitação

Nº de Rejeição

6

6

1

3

3

4


Interpretação da Tabela II

Primeira Amostragem:

  • Quando o nº de unidades defeituosas for menor ou igual ao nº de aceitação, o lote é aceito;

Exemplo: Número de Unidades Defeituosas for igual a 1 (um).

  • Quando o nº de unidades defeituosas for maior ou igual ao nº de rejeição, o lote é rejeitado;

Exemplo: Número de Unidades Defeituosas for igual a 3 (três).

  • Quando o nº de unidades defeituosas for maior que o número de aceitação e menor que o nº de rejeição, o ensaio é repetido com uma segunda amostragem.

Exemplo: Número de Unidades Defeituosas for igual a 2 (dois)

Segunda Amostragem:

  • Quando a soma das unidades defeituosas encontradas na primeira e na segunda amostragens for menor ou igual ao número de aceitação, o lote é aceito;

Exemplo: Número de Unidades Defeituosas for igual a 3 (três)

  • Quando a soma das unidades defeituosas encontradas na primeira e na segunda amostragens for maior ou igual ao número de rejeição, o lote é rejeitado;

Exemplo: Número de Unidades Defeituosas for igual a 4 (quatro)

Resultados Obtidos

Determinação da Massa Seca e da Absorção de Água

Esses dois ensaios estão diretamente relacionados e simulam o comportamento da telha cerâmica quando exposta às variações climáticas, como elevações de temperatura e chuva.

De acordo com a metodologia de ensaio descrita pela norma brasileira, primeiramente determina-se a massa da telha cerâmica após ter sido colocada em estufa para secagem. Feito isso, mergulha-se a amostra em água, deixando-a submersa por um determinado período de tempo. Desta vez, mede-se a massa da telha úmida. Através da diferença entre os dois valores encontrados, obtém-se o percentual de água absorvido pela amostra.

A não conformidade detectada nesse ensaio indica que a amostra de telha absorve água acima do limite máximo permitido pela norma. A absorção ou infiltração de água em excesso reduz a resistência mecânica da telha o que representa um risco para a segurança do usuário, principalmente, para profissionais que trabalham com o conserto de telhados. Além disso, o excesso de água aumenta a carga sobre a estrutura de madeira que suporta as telhas, ocasionando, portanto, risco de desabamento.

No ensaio que determina a massa seca das amostras, todas foram consideradas conformes. Entretanto, no que se refere à absorção de água, 04 (quatro) das 12 (doze) marcas de Telhas Cerâmicas do tipo Romana analisadas, ou seja, cerca de 33% (trinta e três por cento) do total, foram consideradas não conformes pois apresentaram percentual de absorção de água acima do limite permitido. São elas: C, G, J e L

Tabela III

Ensaios Realizados

Marcas

Massa Seca
(menor ou igual a 3,0kg)

Absorção de Água
(menor ou igual a 18%)

A

Conforme

Conforme

B

Conforme

Conforme

C

Conforme

Não Conforme

D

Conforme

Conforme

E

Conforme

Conforme

F

Conforme

Conforme

G

Conforme

Não Conforme

H

Conforme

Conforme

I

Conforme

Conforme

J

Conforme

Não Conforme

K

Conforme

Conforme

L

Conforme

Não Conforme

A tabela IV descreve o comportamento das amostras de cada uma das marcas analisadas que foram consideradas não conformes no ensaio de absorção de água.

Resultados do Ensaio de Absorção de Água (%)

Amostras

Cruzado (1ª)

Cruzado (2ª)

Laranjal (1ª)

Rudio (1ª)

Telhafort (1ª)

1

17,9

17,9

18,5

22,0

19,4

2

17,9

18,1

18,6

23,3

19,4

3

18,3

18,1

18,4

22,9

19,3

4

17,1

18,8

18,3

23,3

19,2

5

18,2

17,3

18,6

21,4

19,5

6

16,9

17,6

18,3

21,9

19,8


Os números entre parênteses indicam se as não conformidades foram encontradas na primeira ou na segunda amostragem, de acordo com procedimento descrito na tabela II.

Como pode ser observado, dentre as marcas consideradas não conformes, as amostras da marca J foram as que apresentaram pior desempenho pois apresentaram o maior índice de absorção de água.

Determinação da Carga de Ruptura à Flexão

Esse ensaio verifica se as amostras de telha analisadas suportam a aplicação de uma determinada carga sobre sua superfície. As amostras são colocadas em uma prensa, sobre dois apoios, localizados em suas extremidades e uma força é aplicada em sua região central.

Neste caso, a não conformidade detectada, ou seja, o não atendimento ao valor mínimo de resistência que a telha cerâmica deve possuir, pode acarretar problemas estruturais no telhado e oferecer risco para a segurança do usuário.

Além disso, a resistência mecânica das telhas é um aspecto importante a ser considerado também durante o transporte, manuseio e montagem, etapas em que as telhas quebram com maior freqüência, o que representa maiores ônus para os consumidores.

Todas as amostras analisadas foram consideradas conformes.

Verificação da Impermeabilidade

Esse ensaio simula o comportamento das telhas cerâmicas quando expostas à condições críticas de intemperismo, com o objetivo de verificar se as amostras apresentam vazamentos ou a formação de gotas na sua face inferior ("goteiras"), acarretando a infiltração de água no telhado.

Observação:

As telhas possuem duas faces, a superior, aquela que fica exposta ao ambiente, e a inferior, que fica voltada para o interior da construção.

Um tubo de PVC vazado é fixado à região central da superfície da amostra e coloca-se água em seu interior. Após 24 horas, verifica-se se a amostra apresentou infiltração.

De acordo com a norma brasileira, o aparecimento de manchas de umidade na face inferior da telha é permitido.

Todas as amostras das marcas analisadas foram consideradas conformes.

Características Geométricas (Formas e Dimensões)

Este ensaio verifica se as dimensões das telhas estão de acordo com as medidas padronizadas pela norma.

A utilização de dimensões padronizadas em produtos da construção civil facilita os cálculos por ocasião do projeto e é importante no momento da compra de unidades para reposição. É necessário levar em consideração também que, além do atendimento a estas medidas, o perfeito encaixe entre as telhas evita a passagem de água em dias de chuva mais intensa. O empenamento é outro fator que prejudica o encaixe das telhas.

Além do desconforto que tal fato acarreta, pois originam-se vazamentos no interior das construções, a passagem de água também provocará o apodrecimento precoce da madeira (ripamento) utilizada para a construção do telhado, comprometendo, portanto, a segurança das pessoas que residem ou trabalham no interior desses estabelecimentos, tornando freqüente a necessidade de manutenção e até mesmo da troca de todo o telhado.

Os problemas relacionados às formas e dimensões das telhas podem ter origem na seleção da argila que será utilizada para a fabricação do produto que, dependendo da região do país, pode ter comportamentos diferentes durante o processo de fabricação, particularmente, durante as etapas de prensagem ou de queima da matéria-prima, podendo apresentar uma redução maior ou menor de tamanho.

O ensaio que verifica o empenamento das amostras de telha cerâmica identificou não conformidades em uma das marcas analisadas, a D. As demais amostras foram consideradas conformes.

No que diz respeito à verificação das características dimensionais, todas as marcas analisadas foram consideradas não conformes.

Outro aspecto que deve ser considerado e que foi evidenciado durante a verificação dimensional das amostras é a grande variabilidade das dimensões medidas, ou seja, além do índice de não conformidade de 100% (cem por cento) detectado nesse ensaio, as dimensões variavam muito, tanto acima quanto abaixo do limite de tolerância colocado pela norma.

Esse resultado indica que existe uma tendência do mercado em não seguir as normas existentes para o produto, no que diz respeito à questão dimensional. Como conseqüência, o consumidor terá dificuldade em adquirir telhas para reposição, iguais às compradas anteriormente, e não conseguirá um encaixe adequado durante a montagem ou manutenção dos telhados.

Durante a etapa de posicionamento, descobriu-se que a norma brasileira fora elaborada e publicada com um erro no que se refere ao parâmetro estabelecido para a largura maior da telha (AA). Vide figura a seguir. Segundo argumentos técnicos dos fabricantes, o valor de 230 mm para essa dimensão não pode ser atendido pois não permitiria o encaixe correto com as demais telhas, o que foi comprovado na prática, devendo ser corrigido, como sugestão estudada pelo setor, para 240 mm.

Como providências, o setor cerâmico solicitou, em abril de 2000, ao CB-02, comitê da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT responsável pela normalização do setor de construção civil, a revisão da norma brasileira.

Portanto, podemos concluir que o índice elevado de não conformidade desse ensaio e o número de não conformidades apresentado por cada marca estão relacionados ao erro encontrado na norma brasileira e à tentativa dos fabricantes em corrigi-lo, buscando o melhor encaixe para seus produtos através da adaptação das demais dimensões.

Diante do exposto, o INMETRO decidiu desconsiderar os resultados encontrados para a dimensão em questão. As demais dimensões e seus respectivos resultados permanecem válidos.

Resultado Geral

A tabela VIII descreve os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas analisadas nos ensaios de conformidade realizados e a conclusão final de cada uma delas.

Tabela VIII

Marcas

Massa Seca

Absorção de Água

Carga de Ruptura à Flexão

Empenamento

Impermeabilidade

Verificação Dimensional

Conclusão

A

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

B

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

C

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

D

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

E

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

F

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

G

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

H

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

I

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

J

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

K

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

L

Conforme

Não Conforme

Conforme

Conforme

Conforme

Não Conforme

Não Conforme

Conclusões

De acordo com a análise dos resultados obtidos, concluímos que a tendência das Telhas Cerâmicas tipo Romana, disponíveis no mercado, é de não estarem de acordo com os parâmetros normativos.

Das 12 (doze) marcas analisadas, 04 (quatro), o que representa cerca de 33% (trinta e três por cento) do total, foram consideradas não conformes no ensaio de absorção de água, ou seja, que verifica se as amostras, quando submersas, absorvem água. São elas: C, G, J e L.

Esse resultado indica que essas telhas podem apresentar vazamentos. Além disso, ao absorver água, a telha fica mais pesada e, consequentemente, há um aumento da carga sobre a estrutura do telhado, o que representa risco de desabamento, pois o madeiramento original pode não suportar o acréscimo de carga.

Outro aspecto a ser considerado é a perda de resistência mecânica das telhas, o que também representa risco para os usuários, principalmente para os profissionais que trabalham com a construção e a manutenção de telhados.

Apesar das não conformidades detectadas no ensaio de absorção de água, todas as amostras analisadas apresentaram resistência mecânica adequada e demonstraram ser impermeáveis quando submetidas aos demais ensaios previstos pela norma brasileira referentes a questões envolvendo o desempenho do produto.

O ensaio que verifica as características geométricas das Telhas Cerâmicas tipo Romana, ou seja, que determina se suas formas e dimensões estão dentro dos parâmetros normativos, identificou índice de não conformidade de 100% (cem por cento) nas amostras analisadas. As amostras da marca Duplanatex foram consideradas não conformes no ensaio que verifica a existência de empenamento. E no ensaio dimensional, todas as amostras foram consideradas não conformes.

Esse resultado deve-se a dois fatores:

  • À existência de deficiências no processo produtivo, gerando telhas com ampla variação de medidas;
  • Às adaptações aleatórias feitas pelos fabricantes devido aos parâmetros dimensionais não estarem adequadamente padronizados na norma.

A combinação desses aspectos resulta em prejuízo para os consumidores e usuários, uma vez que as telhas cerâmicas encontradas no mercado dificultam a reposição de peças defeituosas e não oferecem proteção ideal contra a penetração de água durante dias de chuva, pois não terão encaixe uniforme.

Em relação ao ensaio dimensional, identificou-se a necessidade de revisão da norma brasileira em função, principalmente, de um erro encontrado no parâmetro dimensional referente à largura maior da telha. Segundo os fabricantes, a largura de 230 mm inviabiliza o encaixe correto durante a montagem do telhado, o que foi demonstrado na presença de representantes do INMETRO.

O setor já formalizara, através de documento enviado ao Comitê Brasileiro da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, responsável pela normalização da área de construção civil, a necessidade dessa revisão.

Comparando a análise realizada em maio de 1996 com a atual, concluímos que o setor de telhas cerâmicas manteve-se inalterado no que diz respeito ao não atendimento aos requisitos normativos. O gráfico a seguir compara o percentual de conformidade obtido em cada um dos ensaios e demonstra em quais áreas as melhorias implementadas surtiram o efeito desejado e em quais áreas deverão ser concentrados esforços visando aumentar a conformidade do produto.

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Como pode ser observado, apenas os resultados de dois ensaios apresentaram alterações. Enquanto o percentual de conformidade do ensaio de Absorção de Água caiu de 83,3% para 66,7%, o ensaio de empenamento, que na primeira análise detectara irregularidades em todas as amostras, apresentou conformidade em 91,7% das marcas analisadas.

O percentual de conformidade dos ensaios de Massa Seca, Ruptura à Flexão, Impermeabilidade e Dimensional mantiveram-se inalterados.

Diante dos resultados encontrados e dos fatos apresentados, o INMETRO convocará as partes interessadas: fabricantes, institutos de pesquisa, laboratórios, organismos de defesa dos consumidores e a ABNT para reunião na qual serão definidas as medidas de melhoria para o setor.

Conseqüências

DATA

AÇÕES

07/01/2001 Divulgação no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão
Fevereiro/2001 Reunião com representantes da Associação Nacional da Indústria Cerâmica - ANICER, da CONCREMAT, laboratório responsável pelos ensaios, e do Inmetro com o objetivo de definir de medidas de melhoria para o setor.
  Principais Definições: Será verificada viabilidade de análise em materiais congêneres para construção; o setor encaminhará proposta de mudança da Portaria Inmetro para fiscalização metrológica e seu procedimento e a Divisão de Educação para Qualidade encaminhará material sobre Avaliação da Conformidade e seus diferentes modelos.
Agosto/2001 A Cerâmica Lopes, uma das empresas que teve amostras de seus produtos analisadas e consideradas não conformes na análise de conformidade realizada pelo Programa de Análise de Produtos, conseguiu a certificação voluntária do produto, ou seja, as telhas cerâmicas tipo romana passam a ostentar a Marca da Certificação, composta pelo logo do Inmetro e do Organismo de Certificação credenciado pela Coordenação Geral de Credenciamento do Inmetro.