Objetivo
A apresentação
dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de fogos
de artifícios é parte integrante dos trabalhos
do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo Inmetro
e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas,
contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas,
tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a
indústria nacional melhorar continuamente a qualidade
de seus produtos;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação a sua qualidade,
tornando a concorrência mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva
deste processo de melhoria da qualidade da indústria
nacional.
Deve ser destacado
que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos
de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não
de acordo com as especificações contidas em uma
norma/regulamento técnico, indica uma tendência do
setor em termos da conformidade, em relação à
regulamentação existente.
Justificativa
Amplamente utilizados
em eventos de comemorações, os fogos de artifícios
entusiasmam o público, dando um espetáculo de brilho
e som.
Uma das festas mais bonitas
e famosas que utilizam esse recurso, é a queima de fogos
na praia de Copacabana que acontece na virada do ano. O espetáculo,
que durou 15 minutos este ano, utilizou 60 toneladas de fogos
e, para uma maior segurança do público, foram utilizadas
4 balsas ancoradas a 300 metros da praia.
Esta medida de segurança
foi conseqüência do acidente ocorrido no ano anterior,
quando uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas, devido a proximidade
do público presente, no local onde parte dos fogos explodiram.
Deve ser destacado que
nem sempre os acidentes ocorridos com fogos são devidos
a problemas de qualidade do produto, visto que a má utilização
deste por parte do usuário, que nem sempre segue as instruções
dadas pelo fabricante, também pode ocasionar acidentes.
De acordo com o Hospital
da Restauração de Recife, nos primeiros 29 dias
de janeiro deste ano, dos 172 pacientes que foram atendidos com
queimaduras, 24 foram por acidente com fogos de artifícios.
Os dados estatísticos
abaixo, do Hospital Emergency Romms nos Estados Unidos, relatam
a quantidade de acidentes anuais registrados em relação
a quantidade de acidentes ocorridos entre 23 junho e 23 de julho,
período que compreende a comemoração da independência
dos Estados Unidos.
Como pode ser observado,
a maior parte dos registros de acidentes ocorre no período
em que se comemora a maior festa norte-americana. Isto serve de
alerta para nós, já que estamos em período
de Copa do Mundo e Festas Juninas, onde a utilização
deste produto aumenta sensivelmente.
Com o objetivo de informar
aos consumidores sobre a tendência da conformidade dos fogos
de artifícios comercializados no mercado nacional, realizamos
uma análise verificando critérios de desempenho
e segurança destes produtos.
Normas e Documentos de Referência
- BSI 7114: Part 1: 1998 – Fireworks:
Part 1: Classification of Fireworks
Classificação
dos Fogos de Artifícios
- BSI 7114: Part 2: 1998 – Fireworks:
Part 2: Specification for Fireworks
Especificação
dos Fogos de Artifícios
- BSI 7114: Part 3: 1998 – Fireworks:
Part 3: Methods of Test for Fireworks
Métodos de Ensaios
de Fogos de Artifícios
A utilização
das normas inglesas para esta análise, se deu pelo fato
de não existirem regulamento técnico ou norma técnica
brasileira sobre as questões de desempenho e segurança
do produto.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados
pelo Campo de Prova da Marambaia do Centro de Tecnologia do Exército
– CTEx, localizado no Rio de Janeiro.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida
de uma pesquisa de mercado realizada em 10 (dez) estados: Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do
Norte e Pará. Foram encontradas no mercado 35 marcas de
fogos de artifícios.
Devido ao atentado terrorista
ao World Trade Center, ocorrido em Nova York, no ano passado,
e por se tratar de um produto perigoso para transporte, somente
puderam ser adquiridas marcas encontradas no Rio de Janeiro, já
que as transportadoras (aérea ou terrestre) se recusavam
a fazer o transporte dessa mercadoria, por medida de segurança,
impossibilitando os outros estados a enviarem suas amostras.
A tabela abaixo relaciona
os fabricantes que tiveram amostras de seus morteiros analisados.
Marcas
|
Nº de Tiros
|
Fabricantes
|
Origem
|
A
|
12x1
|
A'
|
MG
|
B
|
12x1
|
B'
|
MG
|
C
|
12x1
|
C'
|
MG
|
D
|
12x1
|
D'
|
MG
|
E
|
13x1
|
E'
|
MG
|
F
|
12x1
|
F'
|
MG
|
G
|
12x1
|
G'
|
MG
|
H
|
12x1
|
H'
|
MG
|
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai
observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas
por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba
os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado
e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como
o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras
entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do
produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para
um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos
pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período
de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes
estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos
mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto
aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
6.1.
Inspeção Visual:
Foram verificadas as informações
sobre alertas de segurança, instruções de
utilização e as condições das peças
que compõem os foguetes.
Integridade dos Tubos:
Observar se não
há a presença de vazios, dobramentos, deformações
(bolhas e rugas), sinais de envelhecimento, fragilidade ou qualquer
outra anormalidade nos tubos do morteiro que possam interferir
no desempenho dos produtos.
Fixação
do Iniciador:
Observar se o iniciador
ou pavio está perfeitamente seguro, sem folgas, na superfície
do tubo.
Fechamento da Culatra:
Observar se a culatra,
localizada na parte posterior do tubo, região onde o pirotécnico
é seguro pelo usuário, está perfeitamente
segura, vedada e sem folgas.
Todas as amostras
das marcas analisadas foram consideradas conformes
6.2.
Testes de Desempenho:
São
todos ensaios que têm o objetivo de garantir a segurança
da pessoa que solta os fogos e daquelas que assistem ao espetáculo.
6.2.1.
Descrição da Área de Testes:
A área de testes
deve ser um campo aberto e de raio igual a 30m, onde os mesmos
serão realizados ao nível do solo. Deve ser providenciada,
dentro desta área, uma região plana horizontal,
cujo terreno seja de solo macio e esteja no centro da área
de testes. Um círculo de raio 20m deve ser marcado em torno
da área de testes. No espaço entre o círculo
(r>20m) e o perímetro da área de teste (r<30m),
postes devem ser providenciados de forma a indicar as alturas
de 3m e de 5m acima do solo. A área de teste deve ser livre
de qualquer obstrução. Deve-se observar se não
há a presença de rajadas de vento ou ventos fortes,
pois este é um fator que pode causar alterações
nos resultados dos testes a serem verificados.
Foram utilizadas
04 caixas de cada marca, contendo 06 foguetes, para verificar
as características de funcionamento e efeitos dos foguetes.
6.2.2.
Tempo de Projeção das Bombas:
O tempo de projeção
das bombas deve estar entre 5 e 15s para ignição
manual e em tempo menor que 15s se projetado para ignição
elétrica. Deve-se medir o intervalo de tempo entre o acendimento
e a projeção das bombas através de um cronômetro
de precisão de 0,1s.
- Marca(s) considerada(s)
não conforme(s): "D"
"D": Um
dos foguetes projetou suas bombas no tempo de 3s, quando o tempo
mínimo é de 5s.
6.2.3.
Altura das Explosões:
Todas as bombas
devem explodir a uma altura mínima de 5m do solo. Utilizar
como gabarito de medição o poste de 5m colocado
na área de testes.
- Marca(s) considerada(s)
não conforme(s): "F" e "G"
"G": as
bombas projetadas por um dos foguetes explodiram em uma altura
inferior a 5m.
6.2.4.
Quantidade de Explosões:
Todas as bombas
devem explodir. Neste caso, devem ser observadas, para cada morteiro,
13 (12x1 tiros) ou 14 (13x1 tiros) explosões, sendo 12
(12x1 tiros) ou 13 (13x1) de sonoridade menos intensa e 1 de sonoridade
mais intensa. A contagem deve ser feita por um observador.
- Marca(s) considerada(s)
não conforme(s): "G" e "B"
"F":
em 03 foguetes ocorreram falhas na iniciação das
bombas projetadas, reduzindo a quantidade de explosões.
"G":
em 02 foguetes ocorreram falhas na iniciação das
bombas projetadas, reduzindo a quantidade de explosões.
6.2.5.
Estilhaços de Bombas:
Nenhum resto
de cada bomba deve possuir massa maior que 150g, evitando lesões
causadas po estilhaços. A pesagem deve ser feita em uma
balança de massa com precisão de 0,1g.
Todas
amostras das marcas analisadas foram consideradas conformes
6.2.6.
Falhas de Funcionamento:
Marcas consideradas
não conformes: "B" e "C"
"B":
em um foguete ocorreu falha de funcionamento devido ao descolamento
da culatra do tubo, causada pela baixa resistência da substância
que une as duas peças, devido à pressão gerada
pelos gases da combustão da pólvora no tubo, durante
a projeção das bombas.
"C":
em 03 foguetes ocorreu falha de funcionamento devido ao descolamento
da culatra do tubo, causada pela baixa resistência da substância
que une as duas peças, devido à pressão gerada
pelos gases da combustão da pólvora no tubo, durante
a projeção das bombas.
Resultado Geral
Marcas
|
Inspeção
Visual
|
Tempo de
Projeção
|
Altura das
Explosões
|
Quantidade
de Explosões
|
Estilhaço
de Bomba
|
Falha de
Funcionamento
|
Resultado
|
A
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
B
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
C
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
D
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
E
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
F
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
G
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
H
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Posicionamento dos Fabricantes
Após
a conclusão dos ensaios, os fabricantes que tiveram amostras
de seus produtos analisadas receberam cópia dos laudos,
enviada pelo Inmetro, tendo sido dado um prazo de 08 (oito) dias
para que se manifestassem a respeito dos resultados obtidos.
A seguir, são relacionados
os fabricantes que se manifestaram formalmente, através
de fax enviado ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos.
B'
"Gostaríamos
de ressaltar que a fabricação de fogos de artifício
é fiscalizada pelo R-105 (Regulamento de Fiscalização
de Produtos Controlados) do Exército, regulamentado pelo
decreto 3.665, não seguindo as normas citadas no relatório
que nos foi enviado.
Porém, por se tratar
de um defeito verificado em nosso produto, todos os nossos esforços
foram desprendidos com o objetivo de sua correção
onde todas as variações foram verificadas junto
aos nossos fornecedores e funcionários, além da
elaboração de novos procedimentos visando a eliminação
do problema.
Os nossos produtos são
exaustivamente testados durante todo o processo de fabricação,
visando assegurar o seu perfeito funcionamento e a integridade
do usuário. Como foi comentado no parecer do relatório
trata-se de um artigo artesanal, suscetível a erros humanos
em sua fabricação, fato que por ser conhecido, leva
a rigorosidade na classificação e elaboração
da instruções de utilização e manuseio
dos fogos de artifício..."
Em resposta ao fabricante
o Inmetro esclareceu o seguinte ponto:
- O Regulamento de Fiscalização
de Produtos Controlados – R 105 não se refere a ensaios
de desempenho do produto, e sim a fiscalização
da fabricação, recuperação, utilização
industrial, manuseio, o uso esportivo, o colecionamento, a exportação,
a importação, o armazenamento etc.
C'
"Gostaríamos
de ressaltar que a fabricação de fogos de artifício
é fiscalizada pelo R-105 do Exército, regulamentado
pelo decreto 3.665, não seguindo as normas citadas no relatório
que nos foi enviado.
O problema verificado
na soltura da culatra, pode ter sido ocasionado por vários
fatores como umidade do papel, viscosidade ou quantidade do adesivo
utilizado na confecção dos tubos, ou mesmo pela
existência de novos funcionários em seu processo
de fabricação. Todas as variáveis foram verificadas
e alertadas junto aos nossos fornecedores e funcionários,
além da elaboração de novos procedimentos
visando a eliminação do problema.
Os nossos produto são
exaustivamente testados durante todo o processo de fabricação,
visando assegurar o seu perfeito funcionamento e a integridade
do usuário. Como foi comentado no parecer do relatório
trata-se de um artigo artesanal, suscetível a erros humanos
em sua fabricação, fato que por ser conhecido, leva
a rigorosidade na classificação e elaboração
da instruções de utilização e manuseio
dos fogos de artifício..."
Em resposta ao fabricante
o Inmetro esclareceu o seguinte ponto:
- O R-105 não se refere a ensaios
de desempenho e segurança do produto, e sim a fiscalização
da fabricação, recuperação, utilização
industrial, manuseio, o uso esportivo, o colecionamento, a exportação,
a importação, o armazenamento etc.
D'
"A norma Inglesa
BSI 7114, utilizada para avaliação refere-se a "Shell
in Mortar" e, na linguagem pirotécnica usual, significa
ser um produto projetado que possui no seu interior, uma carga
de ruptura que, a uma dada altura "quebra" a carcaça
do mesmo e acende a mistura principal. O produto avaliado é
composto de uma única mistura e, no nosso entender, esta
norma não se refere ao artigo pirotécnico em questão.
O resultado do teste
realizado, detectou que 01 (uma) unidade de foguetes que projetou
suas bombas no tempo de 3s e, segundo a norma inglesa BSI 7114,
o tempo mínimo para este evento é de 5s. Utilizando
o que determina a American Fireworks Standard Laboratory – AFSL
e U. S. Consumer product Safety Commission verifica-se que o tempo
de projeção das bombas está definido como
sendo de 3 a 9s. Portanto, segundo legislação americana,
este produto estaria em uma situação de conformidade.
Respeitamos o Programa
de Análise de Produtos desenvolvido pelo Inmetro. Mas,
acreditamos ser necessário desenvolver uma norma brasileira
junto aos fabricantes. Normas externas são uma referência
mas, não contemplam de forma efetiva os produtos aqui produzidos
e comercializados.
Independente dos resultados
auferidos, mantemos em nossa empresa, Programa de Qualidade Total,
buscando o treinamento e a conscientização de nossos
colaboradores. Haja visto, ser a produção de fogos,
um processo, basicamente manufaturado. O item não conforme
o nosso produto, apesar de considerarmos a norma BSI 7114 inadequada
e, estarmos, dentro dos padrões americanos, foi levado
em consideração e repassado aos nossos colaboradores
para que sejam avaliados os nossos Procedimentos Operacionais..."
Em resposta ao fabricante
o Inmetro esclareceu o seguinte ponto:
- A classificação "Shell
in Mortar", definida pela norma inglesa BSI 7114, foi utilizada
pelo Ctex como sendo a apropriada para a análise de desempenho
dos fogos em questão. Quanto à "mistura"
citada no documento enviado ao Inmetro, informamos que não
foi realizada análise da composição do
produto.
- Informamos que a norma utilizada
para essa análise foi a BSI 1774 e não a americana,
portanto, segundo os parâmetros definidos pela norma inglesa,
a amostra do produto foi considerada não conforme na
análise do tempo de projeção do foguete.
Cabe destacar que a norma inglesa para fogos de artifício
foi utilizada como referência técnica pela Diretoria
de Fiscalização de Produtos Controlados do Ministério
do Exército na elaboração da Portaria que
define critérios mínimos de segurança para
o produto.
G'
"...Defendemos
o Programa de Análise de Produtos do Inmetro, mas consideramos
que seja necessário a utilização de norma
brasileira pois, algumas particularidades, como variações
climáticas e definição do produto, por exemplo,
devem ser considerados. O que nos leva a essa ponderação,
é a norma BSI 1774, segundo o parecer técnico do
CTEx, facultada a Shell in Mortar. Este tipo de artigo pirotécnico
é para nós, produto utilizado na exibição
de espetáculos pirotécnicos e, não se refere
ao produto testado.
Apesar de não
concordarmos com a norma utilizada, consideramos e avaliamos os
resultados obtidos. Com relação aos mesmos, temos:
Uma unidade do foguete
explodiu em uma altura inferior a 5m. Medidas já foram
tomadas para solucionar este problema. Estas medidas se concentram
em um treinamento mais eficaz, de forma a diminuir falhas humanas
na montagem dos produtos e em melhores condições
de armazenamento e transporte para que não haja comprometimento
dos mesmos com a qualidade dos produtos.
Em (3) três
unidades de foguetes ocorreram falhas na iniciação
das bombas projetadas. Estamos utilizando para a colagem da bomba,
um pigmento de cor e tonalidade mais forte para que, durante a
montagem do artigo, não seja confundido, pelo operário,
o lado de colação das bombas, fator que pode causar
falha na iniciação.
Não obstante,
voltamos a reiterar a necessidade de que seja elaborada uma norma
brasileira..."
Em resposta ao fabricante
o Inmetro esclareceu o seguinte ponto:
- A classificação "Shell
in Mortar", definida pela norma inglesa BSI 7114, foi utilizada
pelo CTEx como sendo a apropriada para a análise de desempenho
dos fogos em questão.
Conclusões
Das 08 marcas
analisadas, 05 ("B", "C", "D", "F"
e "G") apresentaram não conformidades em, pelo
menos, um item de desempenho e segurança analisado, demostrando
que a tendência dos fogos é de não estarem
conformes com a norma utilizada para os ensaios.
Todas as marcas foram
consideradas conformes na inspeção visual e no ensaio
que determinava a massa e o tamanho dos estilhaços das
bombas e 03 marcas (Brasil, Globo e Vulcão) foram consideradas
conformes em todos os itens analisados.
A variedade das não
conformidades encontradas é preocupante, pois foram detectadas
em análises que envolvem a segurança do consumidor.
Outro fator que preocupa é que, por se tratar de um produto
de natureza perigosa, cuja utilização se dá,
na maioria das vezes, em eventos de festas e comemorações,
onde existe grande concentração de pessoas, tais
falhas não devem acontecer.
Deve ser destacado que
a fabricação deste produto é artesanal, estando
muito suscetível a falha humana na sua produção,
o que dificulta a repetibilidade da qualidade dos fogos produzidos
pelo setor. A criação de uma norma brasileira, definindo
ensaios e critérios de desempenho e segurança, é
um passo importante para a padronização dos fogos
produzidos no país, e uma necessidade apontada pela maioria
dos fabricantes analisados.
De acordo com o CTEx,
já está em consulta pública regulamento técnico
definindo esses critérios.
Diante dos resultados
obtidos e do caráter das não conformidades detectadas,
o Inmetro convidará o Exército, a entidade representativa
do setor produtivo, o laboratório responsável pela
realização dos ensaios e entidades de defesa dos
consumidores, para que sejam discutidas ações de
melhoria para o setor.
Consequências
DATA
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AÇÕES
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9/06/2002
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Divulgação no Programa Fantástico
da Rede Globo de Televisão
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