.: Liderança feminina é tema de painel realizado no campus de Xerém :.

Desafios para conciliar vida pessoal e profissional, necessidade de constante afirmação de competência, impacto da maternidade no trabalho, entre tantas outras questões foram discutidas durante o Painel sobre Liderança Feminina, que aconteceu na última sexta-feira (25/05), no campus do Inmetro em Xerém.

Promovido pela Diretoria de Administração e Finanças, o evento contou com a participação da gerente geral da Área de Suprimentos da Petrobras, a engenheira química Elza Kallas, que contou um pouco de sua trajetória profissional e os desafios de atuar em áreas majoritariamente masculinas. Até bem pouco tempo, Kallas era a gerente geral da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), sendo a primeira mulher a ocupar essa posição na Petrobras.

Quatro mulheres do Inmetro também compartilharam suas experiências no exercício da liderança: a ouvidora, Marcia A. Almeida; a coordenadora-geral de Infraestrutura, Cristiane Mac Cormick; a pesquisadora Janaína Marques Caixeiro e a servidora e ex-diretora de Avaliação da Conformidade, Annalina Camboim. O debate foi mediado pela analista da Divisão de Comunicação Social (Dicom), Juliana Coutinho, e o diretor de Administração e Finanças, Alex Assis, realizou a abertura do evento. “Essa é apenas a primeira ação. Tenho a certeza que ainda temos muita coisa a fazer”, falou o diretor, que disse ter se inspirado no exemplo da mãe para promover a iniciativa de um projeto voltado ao incentivo à liderança de mulheres no Inmetro. O Painel contou com a presença do diretor de Metrologia Científica e Tecnologia, Humberto Brandi, e de seu substituto, Romeu Daroda, além do auditor chefe, Rogério Fernandes.

Evento reuniu mulheres para discutir os desafios da liderança feminina no ambiente de trabalho.

Trabalhando na Petrobras há 34 anos, Elza Kallas conta que, na empresa, a força de trabalho é composta por aproximadamente 17% de mulheres – a proporção é a mesma nos cargos de chefia. Ainda assim, ela precisou driblar dificuldades culturais e estruturais (a falta de banheiros em refinarias há alguns anos, por exemplo), para estar à frente de equipes compostas por homens, em sua maioria. “A gente tem que estar bem com a gente mesma e se impor de forma construtiva, com base no convencimento, nas tratativas do dia a dia, e não de maneira impositiva”, aconselha.

Ela defende que mulheres que têm vontade de ascender profissionalmente não devem se desencorajar a seguir esse caminho. “Se temos capacidade, competência e vontade, é um dever, mais do que um direito, ocupar os espaços, porque a sociedade precisa dessa mistura. Quando abrimos mão de estar lá, estamos abrindo mão de um futuro melhor para nossos filhos, da possibilidade deles verem homens e mulheres em posições diversas”, afirmou.

Para Elza, é fundamental a um gestor conseguir identificar as potencialidades de cada pessoa da equipe, para serem desenvolvidas. “Temos que buscar a exploração das diferenças, pois é aí que conseguimos ter soluções inovadoras”, disse.

Elza Kallas, gerente geral da Área de Suprimentos da Petrobras, foi convidada especial do evento.

Durante as discussões, as participantes da mesa falaram, entre outras coisas, sobre o sentimento de culpa que acompanha muitas mulheres que têm filhos e que se dedicam intensamente à vida profissional. “Eu só consegui ter mais dedicação à minha carreira porque tive uma tia que apoiou no cuidado com os filhos. É uma responsabilidade que sempre cai sobre mulheres. Não imagino que haja homens aqui que tenham sentido culpa por se dedicar à vida profissional”, falou Annalina Camboim. Quem estava mais atento pode perceber sinais afirmativos com a cabeça de boa parte dos homens que estavam na plateia.

Cristiane Mac Cormick contou que, ainda na faculdade de Engenharia Civil, precisou empenhar-se de forma mais intensa a algumas atividades para atestar a professores sua capacidade de desenvolver trabalhos de forma igual ou superior aos colegas homens. Janaína Caixeiro, por sua vez, ressaltou que, em suas atividades no Laboratório de Análise Orgânica (Labor), não sente dificuldade extra por ser mulher. Ela supõe que isso se deva ao fato da equipe ser formada, majoritariamente, por pessoas jovens. De qualquer forma, a pesquisadora reforçou a importância de não se deixar afetar por nenhum tipo de resistência que possa haver por conta do gênero.

O diretor de Administração e Finanças, Alex Assis, fez a abertura do Painel.

A ouvidora Marcia A. Almeida falou sobre seu desafio pessoal de ter um filho e criá-lo de forma que se torne um homem que estabeleça relações respeitosas e equânimes com mulheres e reforçou o quanto é fundamental não se deixar limitar por questões como gênero, raça ou região de origem. Por fim, ela falou sobre a expectativa – nem sempre atendida - que se tem sobre lideranças femininas. “A gente tende a pensar que mulheres vão ser líderes diferentes, mas, muitas vezes, o que importa são as pessoas”, afirmou.

No final do evento, a coordenadora-geral de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Marcia de Souza, entregou uma lembrança às integrantes do Painel, em agradecimento pela participação.

Integrantes do Painel recebem homenagem e cartão em agradecimento pela participação.