.: Crescimento do mercado mundial de GNV alerta fabricantes de cilindros para novas tecnologias :.

O interesse pelo Gás Natural Veicular (GNV) vem crescendo no Brasil e no exterior, atraído pela sua disponibilidade e preço mais baixo em relação aos outros combustíveis automotivos. Além disso, alguns governos vêm incentivando a utilização do GNV, tendo em vista as vantagens para o meio ambiente. No entanto, para que ocorra uma demanda dos consumidores, é necessário que governantes e empresários disponibilizem toda a infra-estrutura necessária para a seu uso, através de regras seguras e investimentos, respectivamente a altura deste mercado.

Na Europa o GNV tem se mostrado atraente sob os aspectos econômico e ambiental, mesmo nos países mais ricos, quando comparado aos preços dos combustíveis líquidos tradicionais e no controle das emissões de gases poluentes, é mais vantajoso, pois ele é mais barato e polui muito menos que os seus combustíveis concorrentes. Como exemplo, podemos citar a Itália que possui a maior frota de veículos a GNV da Europa, aproximadamente 600.000, entre veículos de passeio e veículos pesados. O mesmo interesse pelo GNV também ocorre na Alemanha, França e Espanha, estes países vem utilizando este combustível principalmente nas suas frotas de ônibus. Nos demais países europeus vêm crescendo a quantidade de veículos que utilizam o GNV.

Na Ásia, em dois países populosos como a Índia e o Paquistão, existe uma verdadeira corrida na transformação dos veículos para a utilização do GNV. Empresas européias e latino-americanas, que detém as tecnologias para este mercado, estão passando por um excelente momento, se considerarmos os benefícios e as vantagens do GNV. Podemos afirmar que o GNV é no momento o combustível alternativo mais viável, podendo ser utilizado em larga escala, obviamente considerados todos os fatores que norteiam a cadeia que o disponibiliza, desde a sua obtenção até a sua distribuição nos postos de revenda.

Os Estados Unidos que possui uma das maiores redes de gasodutos, também lá os empresários e o governo vêm se empenhando para a utilização do GNV em veículos. Com tecnologia de ponta determinadas empresas desenvolveram tecnologias para a utilização de motores dedicados 100% ao uso do GNV, sem falar nas transformações dos motores de ciclo diesel para motores de ciclo Otto, permitindo o uso do GNV, mesmo nos veículos que usavam o diesel como combustível original.

Na América do Sul, destacam-se o Brasil e a Argentina, que formam a maior frota do mundo de veículos que utilizam o GNV, aproximadamente, 3 milhões, além disso, devemos destacar ainda o esforço conjunto que vários países dessa região estão realizando no momento para disponibilizar o gás natural para o uso veicular.

A Argentina possui a maior frota de veículos que usam o GNV, aproximadamente 1,6 milhões. Este país tem desenvolvido tecnologias para este mercado e como exemplo podemos citar um projeto piloto na cidade de Sorocaba, que utiliza tecnologia proveniente da Argentina para a transformação de veículos que utilizavam originalmente o diesel como combustível automotivo, tendo em vista a otimização para o uso do GNV.

O Brasil que detém a segunda maior frota de veículos do mundo que utilizam o GNV, aproximadamente 1,3 milhões, também possui tecnologia de ponta na produção de componentes para o GNV.

Fabricantes deverão se adequar à nova regulamentação do Inmetro

Na XXIV Reunião do Mercosul, o Grupo Técnico de Gás Natural, decidiu que nas regulamentações técnicas dos Estados Parte, deverá ser utilizada a norma ISO 11439, para a fabricação de cilindros que armazenam o GNV. No Brasil se utiliza somente a norma ISO 4705, apesar do Inmetro já ter publicado a regulamentação específica que permitiu o uso da norma ISO 11439 a partir do ano 2002.

A norma ISO 11439 é recomendada, considerada o seu uso específico para o armazenamento de GNV nos cilindros a serem instalados nos veículos que utilizam este combustível. Como houve consenso desta norma no âmbito do Mercosul, assim como no Brasil, o Presidente do Inmetro, Professor João Alziro Herz da Jornada, julga importante os avanços tecnológicos para o desenvolvimento do país, como demonstra nas respostas aos principais questionamentos para a adequação do mercado:

GLOBO GÁS BRASIL:
A Presidência do Inmetro acredita que com esta decisão, poderão se abrir novos mercados para os produtos brasileiros uma vez adotada uma regulamentação técnica aceita na maioria dos países que utilizam o GNV?

PROF. JORNADA:
É oportuno adotarmos uma base normativa que é aceita internacionalmente, pois estaremos eliminando as barreiras técnicas impostas pelos países importadores de nossos produtos. Esta iniciativa também tem por objetivo impedir o ingresso, no mercado brasileiro, de produtos que não atendem a nossa regulamentação técnica, nos tornando mais competitivos, na comercialização destes produtos.

GLOBO GÁS BRASIL:
O Inmetro dará um prazo para os fabricantes nacionais se adequarem à nova regulamentação?

PROF. JORNADA:
Quanto ao prazo, certamente será suficiente para que o setor produtivo brasileiro se adapte a esta nova tecnologia. Estamos estudando um prazo de adequação que varie entre 12 a 24 meses. Este prazo está sendo avaliado pelo Inmetro e será definido levando em conta as diferenças de capacidade fabril dos produtores, procurando, também, atender aos legítimos interesses da maioria dos produtores.

Por Rejane Acioli