.: Bloco Cerâmico (Tijolo) :.
Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelo
Ensaio
Marcas Analisadas
Ensaios Realizados, Parâmetros
e Critérios de Aceitação e Rejeição
Resultado Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Conseqüências
Obejtivo
A apresentação dos resultados obtidos nos
ensaios realizados em amostras de Blocos Cerâmicos para Alvenaria
é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos
desenvolvido pelo Inmetro e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos
produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo para
que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente
de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria nacional
melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
- diferenciar os produtos disponíveis no
mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência
mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não
se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das
amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência
do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir
dos resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes
interessadas, as ações necessárias de apoio aos setores produtivos
na busca da melhoria da qualidade dos produtos, tornando o produto
nacional mais competitivo e contribuindo para que o consumidor tenha,
a sua disposição no mercado, produtos adequados as suas necessidades.
Justificativa
A análise da conformidade realizada nas
amostras de Bloco Cerâmico vai ao encontro do Procedimento
Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção
dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo
pela sociedade e que estejam relacionados a questões que envolvam
a segurança e a saúde dos consumidores e o meio ambiente.
Utilizados pelo homem desde 4.000 AC, os
materiais cerâmicos destacam-se pela sua durabilidade e pela facilidade
da sua fabricação, dada a abundância da matéria-prima que o origina,
a argila.
Os blocos cerâmicos,
ou tijolos, como são popularmente conhecidos, são um dos componentes
básicos de qualquer construção de alvenaria, seja ela de vedação
ou estrutural..
Os
tijolos são produzidos a partir da argila, geralmente sob a forma
de paralelepípedo, possuem coloração avermelhada e apresentam canais/furos
ao longo de seu comprimento.
Os blocos
de vedação são aqueles destinados à execução de paredes que
suportarão o peso próprio e pequenas cargas de ocupação (armários,
pias, lavatórios) e geralmente são utilizados com os furos na posição
horizontal.
Os blocos estruturais ou portantes,
além de exercerem a função da vedação, também são destinados à execução
de paredes que constituirão a estrutura resistente da edificação,
podendo substituir pilares e vigas de concreto. Esses blocos são
utilizados com os furos sempre na vertical.
Os blocos cerâmicos objeto da análise são
aqueles classificados como de vedação.
Os problemas enfrentados pelo setor cerâmico
brasileiro e o seu reflexo na qualidade dos produtos disponíveis
para o consumidor, principalmente em função da existência da não
conformidade técnica intencional, foi um dos motivos que levou o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade - PBQP a criar,
através de um esforço que integra o governo, o setor produtivo e
a sociedade, a Meta Mobilizadora Nacional voltada para a área da
Habitação:
"elevar
para 90%, até o ano 2002, o percentual médio de conformidade com
as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais
de construção".
De acordo com dados da Secretaria Executiva
do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação,
de julho de 1998, o percentual médio de não conformidade dos materiais
e componentes da construção civil habitacional está em torno de
40%.
Além disso, o setor depara-se com o crescimento
da atividade de não conformidade intencional, prática que desestabiliza
grande parte do mercado. Essa atividade ilegal beneficia somente
alguns fabricantes, revendedores de materiais e construtores e prejudica
o usuário final da habitação.
Portanto, a análise de conformidade realizada
pelo Inmetro em materiais de construção tem como um de seus objetivos
principais fornecer informações que poderão orientar os consumidores
e os programas setoriais da qualidade existentes, obtendo-se resultados
mais imediatos e um engajamento maior das partes envolvidas.
- Fontes de
Consulta:
- Revista Viva Qualidade, nº 04
Julho/Agosto de 1999
- Jornal da Associação Nacional da Indústria
Cerâmica/Agosto de 2000
- Documento do Comitê Nacional de Desenvolvimento
Tecnológico da Habitação CTECH: Meta da Área de Habitação
Normas e Documentos de Referência
Para a realização dos ensaios foram utilizados
os seguintes documentos:
- NBR 7.171, de novembro de 1992: Bloco
Cerâmico para Alvenaria: Especificação
- NBR 6.461, de junho de 1983: Bloco Cerâmico
para Alvenaria Verificação da Resistência à Compressão:
Método de Ensaio
- NBR 8.947, de novembro de 1992: Telha
Cerâmica - Determinação da Massa e da Absorção de Água: Método
de Ensaio
- Portaria Inmetro nº 152, de 08 de setembro
de 1998: estabelece as condições para comercialização dos blocos
cerâmicos para alvenaria (dimensões e marcações) e a metodologia
para execução do exame de verificação da conformidade metrológica
dos mesmos.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados pelo Laboratório
de Tecnologia de Materiais e Produtos para Construção Civil da empresa
CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A, integrante da Rede Brasileira
de Laboratórios de Ensaios RBLE e referência em atividades
de controle da qualidade em construção civil.
A RBLE é um conjunto de laboratórios, nacionais
e estrangeiros, credenciados pelo Inmetro para execução de serviços
de ensaios que tem como objetivos:
- aperfeiçoar os padrões de ensaio e gerenciamento
dos laboratórios que prestam serviços no Brasil;
- identificar e reconhecer oficialmente
laboratórios no Brasil;
- facilitar o comércio interno e externo;
- utilizar de modo mais racional a capacitação
laboratorial do país.
Os ensaios que verificaram as dimensões
das amostras (largura, altura e comprimento) e a presença das marcações
exigidas pela Portaria Inmetro foram realizados pelas equipes de
fiscalização dos órgãos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - RBMLQ
dos estados nos quais as amostras foram adquiridas (São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina).
Marcas Analisadas
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados, Parâmetros e Critérios de Aceitação e Rejeição
CONCREMAT
Engenharia e Tecnologia S/A
De acordo com solicitação do laboratório
responsável pelos ensaios, foram compradas 80 (oitenta) unidades
de cada uma das marcas de Bloco Cerâmico selecionadas, para
que fossem submetidas aos ensaios de conformidade descritos na norma
brasileira que verificaram as seguintes características do produto:
Características
Físicas e Mecânicas (segundo NBR 7.171)
Ensaios
Absorção de Água
Resistência à Compressão Mínima
|
Requisitos
|
maior que 8% e menor que25%
|
· Classe 10
|
³ 1,0 MPa
|
· Classe 15
|
³ 1,5 MPa
|
· Classe 25
|
³ 2,5 MPa
|
· Classe 45
|
³ 4,5 MPa
|
· Classe 60
|
³ 6,0 MPa
|
· Classe 70
|
³ 7,0 MPa
|
· Classe 100
|
³ 10,0 MPa
|
Características
Geométricas (segundo
NBR 7.171)
Formas
|
Requisitos
|
Desvio em Relação ao Esquadro
(D) |
£ 3mm
|
Planeza das Faces / Flecha
(F) |
£ 3mm
|
Espessura das Paredes
Externas |
£ 7mm
|
A tabela II descreve a amostragem utilizada
pelo laboratório para ensaiar cada uma das marcas de bloco cerâmico
selecionada, baseada na qual um determinado lote é aceito ou rejeitado.
Tabela
II
Nº de Blocos que Compõem a Amostragem
|
Número de Unidades Defeituosas
|
Primeira Amostragem
|
Segunda Amostragem
|
Primeira Amostragem
|
Segunda Amostragem
|
Nº de Aceitação
|
Nº de Rejeição
|
Nº de Aceitação
|
Nº de Rejeição
|
13
|
13
|
2
|
5
|
6
|
7
|
Interpretação
da Tabela II
Primeira Amostragem:
-
- Quando o nº de unidades defeituosas
for menor ou igual ao nº de aceitação, o lote é
aceito;
- Número de Unidades Defeituosas for igual
a 1 (um) ou 2 (dois).
- Quando o nº de unidades defeituosas for
maior ou igual ao nº de rejeição, o lote é rejeitado;
Número de Unidades Defeituosas for igual
ou superior a 5 (cinco).
- Quando o nº de unidades defeituosas for
maior que o número de aceitação e menor que o nº
de rejeição, o ensaio é repetido com uma segunda amostragem.
Número de Unidades Defeituosas for igual
a 3 (três) ou 4 (quatro).
Segunda Amostragem:
- Quando a soma das unidades defeituosas
encontradas na primeira e na segunda amostragens for menor
ou igual ao número de aceitação, o lote é aceito;
Número de Unidades Defeituosas for igual
a 3 (três), 4 (quatro), 5 (cinco) ou 6 (seis)
- Quando a soma das unidades defeituosas
encontradas na primeira e na segunda amostragens for maior
ou igual ao número de rejeição, o lote é rejeitado;
Número de Unidades Defeituosas for igual
ou superior a 7 (sete)
Órgãos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade - RBMLQ
A verificação dos requisitos descritos na
Portaria Inmetro nº 152 ficou a cargo dos órgãos fiscalizadores
dos estados onde as amostras foram adquiridas e foi realizada utilizando-se
o procedimento rotineiro da fiscalização de produtos pré-medidos
no qual as amostras são coletadas nos pontos de venda e transportadas
para o laboratório onde a verificação metrológica é realizada. As
empresas responsáveis pelos produtos coletados são contactadas e
convidadas a presenciar o exame.
O número de amostras coletadas pelo IPEM
varia em função do tamanho do lote existente no ponto de venda,
de acordo com o descrito na tabela abaixo.
Tamanho do Lote (Ponto de Venda)
|
Tamanho da Amostra Coletada
|
50 a 149
|
20
|
150 a 4.000
|
32
|
4.001 a 10.000
|
80
|
No caso de eventuais não conformidades,
as empresas são autuadas e multadas e os lotes analisados podem
ser interditados para comercialização ou recolhidos pelas empresas
para que sejam feitas as correções.
Foram realizados os seguintes ensaios:
- Verificação
das Marcações
Devem trazer gravadas, em alto ou baixo
relevo, em uma das suas faces externas, as dimensões nominais em
centímetros, nesta ordem: largura (L), altura (H) e comprimento
(C);
Devem trazer gravadas, em alto ou baixo
relevo, em uma das suas faces externas, nome e/ou marca que identifique
o fabricante.
Dimensões
|
Tolerâncias das Medições
|
Dimensões Reais |
Tolerância para Média
|
Tolerância Individual
|
· Largura (L)
|
± 0,3cm
|
± 0,8cm
|
· Altura (H)
|
|
|
· Comprimento (C)
|
|
|
- Observação:
- As médias de cada uma das dimensões,
largura, altura e comprimento, são determinadas a partir da medição
bloco a bloco.
Resultados Obtidos
Características
Físicas e Mecânicas
- Determinação da
Absorção de Água
- (Parâmetro:
8% < Absorção de Água < 25%)
Esse ensaio verifica o
percentual de água absorvido pelo bloco cerâmico, obtido a partir
da diferença entre a massa seca e a massa úmida da amostra.
De acordo com a metodologia
de ensaio descrita pela norma brasileira, primeiro determina-se
a massa do bloco cerâmico após ter sido colocada em estufa para
secagem. Feito isso, mergulha-se a amostra em água, deixando-a
submersa por um determinado período de tempo. Desta vez, mede-se
a massa do bloco úmido. Através da diferença entre os dois valores
encontrados, obtém-se o percentual de água absorvido pela amostra.
Nesse ensaio, as amostras
da marca J foram consideradas não conformes pois apresentaram
percentual de absorção de água superior a 25% (vinte e cinco por
cento), indicando que a parede construída com esses tijolos pode
sofrer aumento de carga quando exposta à chuva, podendo acarretar
problemas estruturais à construção.
Esse problema fica mais
evidente quando observamos casas populares que, devido à condição
econômica precária de seus moradores, permanecem "cruas",
ou seja, sem qualquer revestimento que proteja suas paredes.
Além disso, paredes de
tijolos com alta absorção de água revelam problemas na aderência
da argamassa de reboco, pois a água existente na composição da
argamassa é absorvida, resultando em uma massa seca sem poder
de fixação.
As amostras das demais
marcas foram consideradas conformes.
Determinação da Resistência
à Compressão Mínima
(Parâmetro Mínimo:
Resistência à Compressão > 1,0 MPa)
Esse ensaio verifica a capacidade
de carga que os blocos cerâmicos suportam quando submetidos a forças
exercidas perpendicularmente sobre suas faces opostas e determina
se as amostras oferecem resistência mecânica adequada, simulando
a pressão exercida pelo peso da construção sobre os tijolos.
O não atendimento aos parâmetros
normativos mínimos indica que a parede poderá apresentar problemas
estruturais como rachaduras e, consequentemente, oferecerá riscos
de desabamento à construção.
Conforme descrito anteriormente,
a norma brasileira estabelece 07 (sete) classes de resistência à
compressão. Essa resistência é determinada a partir dos resultados
obtidos pelas amostras durante o ensaio ou em função da informação
prestada pelo fabricante.
No caso de blocos cerâmicos
com largura (L) inferior a 90mm, a resistência mínima à compressão
exigida é de 2,5MPa.
Independentemente da classificação,
todas as amostras de blocos cerâmicos têm de atender ao requisito
mínimo de 1,0 MPa.
A tabela III descreve a
classe de resistência à compressão de cada marca e a conclusão do
ensaio.
Tabela
III
Marcas
|
Classe de Resistência à Compressão
|
Tolerância Mínima (MPa)
|
Conclusão
|
A |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
B |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
C |
10
|
1,0
|
Conforme
|
D |
10
|
1,0
|
Conforme
|
E |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
F |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
G |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
H |
25
|
2,5
|
Não Conforme
|
I |
10
|
1,0
|
Não Conforme
|
J |
25
|
2,5
|
Não Conforme
|
K |
15
|
1,5
|
Conforme
|
L |
25
|
2,5
|
Não Conforme
|
Em relação aos resultados, cabem ser destacados
os seguintes pontos:
Das 08 (oito) marcas de Classe 10 analisadas,
06 (seis) foram consideradas não conformes, ou seja, 75% (setenta
e cinco por cento) das marcas de blocos cerâmicos de Classe 10 não
atenderam ao requisito mínimo de resistência à compressão. São elas:
A,B,E,F,G e I
As marcas H,J
e L foram classificadas como Classe 25 pois apresentavam
a dimensão da largura (L) inferior a 90 mm e foram consideradas
não conformes porque não atenderam ao requisito de resistência à
compressão estabelecido para esse classe.
As amostras de 03 (três) marcas, C,
D e K, foram consideradas conformes.
Dentre elas, as amostras da marca K foram as que apresentaram melhor desempenho
nesse ensaio pois atenderam a parâmetros de resistência à compressão
mais rigorosos.
Determinação das
Características Geométricas
Os ensaios dessa classe têm por objetivo
principal verificar a homogeneidade da fabricação dos blocos cerâmicos
de um determinado fornecedor.
Foram realizados os seguintes ensaios de
conformidade:
- Desvio em relação ao esquadro (D)
- Planeza das faces ou Flecha (F)
- Espessura das paredes externas
- Desvio em Relação
ao Esquadro (D)
- (Parâmetro:
D £ 3 mm)
O desvio D é medido com o auxílio
de um instrumento denominado esquadro metálico e visa verificar
a perpendicularidade entre a base do tijolo, onde é feito o assentamento
do bloco, e a sua face externa destinada ao revestimento. Vide figura
ao lado.
A não conformidade neste
ensaio indica que a parede poderá ter problemas de esquadro, ou
seja, poderá ficar "torta".
Nesse ensaio, das 12 (doze) marcas analisadas,
05 (cinco) foram consideradas não conformes. São elas:
C, F, G, H e J.
- Planeza das Faces
ou Flecha (F)
- (Parâmetro:
F £ 3 mm)
Esse
ensaio é realizado com o auxílio de uma régua metálica e verifica
se as faces externas das amostras de blocos cerâmicos são planas,
ou seja, se não apresentam depressões acima do limite permitido
por norma.
Neste caso, a não conformidade
está relacionada com o aparecimento de irregularidades, principalmente,
durante a etapa de revestimento, pois a argamassa de reboco apresentará
variações de espessura o que representará maiores ônus para os consumidores
que, na tentativa de corrigir o problema, terão que utilizar quantidade
maior de argamassa.
Todas as amostras
analisadas foram consideradas conformes.
Espessura das
Paredes Externas
- (Parâmetro:
Espessura ³ 7 mm)
A espessura das paredes dos blocos cerâmicos
está diretamente relacionada com a sua resistência mecânica à compressão.
Quanto menor a espessura, menor será a resistência e, consequentemente,
haverá o comprometimento estrutural da construção.
Nesse ensaio, das 12 (doze) marcas
analisadas, 03 (três) foram consideradas não conformes. São elas:
D, E e J
Verificação das
Marcações
Esse ensaio verifica se as amostras de blocos
cerâmicos trazem gravadas, em alto ou baixo relevo, em uma das suas
faces externas, as seguintes informações de caráter obrigatório,
segundo a Portaria Inmetro nº 152 que regulamenta o produto:
- As dimensões nominais em centímetros,
nesta ordem: largura (L), altura (H) e comprimento (C), sempre
de forma bem visível
- O nome e/ou marca que identifique o fabricante
A obrigatoriedade da presença dessas informações
se deve à sua relevância e é mais uma garantia para os consumidores
no caso de reclamações pois facilita a identificação do produto
e a do seu fabricante.
Das 12 (doze) marcas analisadas, 06
(seis), 50% (cinqüenta por cento) do total, foram consideradas não
conformes pois não indicavam, pelo menos, uma das informações exigidas.
São elas: B, C, E, G, H e L
Dimensões Nominais
(Largura, Altura e Comprimento)
Assim como o ensaio de Marcações, o ensaio
de determinação das dimensões nominais das amostras de blocos cerâmicos
analisadas também foi realizado com base nos critérios estabelecidos
pela Portaria nº 152 Inmetro que regulamenta o produto e seguiu
o procedimento oficial da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade para
a fiscalização de produtos pré-medidos.
Foram verificadas as três dimensões principais
do produto, a largura (L), a altura (H) e o comprimento (C) e sua
conformidade aos parâmetros definidos pelo referido Regulamento
Técnico. Vide figura a seguir.
Cabe
destacar que somente as marcas consideradas conformes no ensaio
de Marcações, ou seja, que apresentavam gravadas as informações
do fabricante sobre as dimensões nominais, foram submetidas à verificação
metrológica.
São utilizados os seguintes
procedimentos para a verificação dimensional do produto:
- Medição das dimensões das amostras individualmente
- Determinação das médias das dimensões,
utilizando a medição bloco a bloco
De acordo com o critério
de aprovação da Portaria Inmetro, um lote de produção de blocos
cerâmicos "somente é considerado próprio para comercialização
se a amostra for aprovada nas três dimensões".
Portanto, das
06 (seis) marcas que tiveram suas dimensões verificadas, 03 (três)
foram consideradas conformes, o que representa índice de não conformidade
de 50% (cinqüenta popr cento).
As marcas que tiveram amostras de
seus produtos consideradas não conformes são: D,
I e J.
A tabela IV destaca as marcas consideradas
não conformes e as suas respectivas dimensões que apresentaram irregularidades.
Tabela
IV
Marcas
|
Não Conformidades Detectadas
|
Largura (L)
|
Altura (H)
|
Comprimento (C)
|
Individual
|
Média
|
Individual
|
Média
|
Individual
|
Média
|
D |
-
|
-
|
ok
|
ok
|
-
|
|
I |
-
|
ok
|
ok
|
ok
|
-
|
ok
|
J |
-
|
-
|
-
|
ok
|
-
|
-
|
As não conformidades encontradas nas amostras
indicam que houve falha no controle de fabricação do produto e no
controle de aprovação de lote que libera o material para saída da
fábrica, consequentemente, o consumidor encontrará no mercado produtos
sem padronização e, ao comprá-los, terá problemas ao longo da construção
em função de tijolos com tamanhos diferentes.
Resultado Geral
A tabela V descreve os resultados obtidos
pelas amostras de cada uma das marcas analisadas nos ensaios de
conformidade realizados e a conclusão final de cada uma delas.
Tabela
V
Marcas
|
Absorção de Água
|
Resistência à Marcações
|
Compressão
|
Desvio em Relação ao Esquadro
|
Planeza das Faces
|
Espessura das Paredes
|
Verificação
|
Longitudinal
|
Transversal
|
Dimensional
|
Conclusão
|
A |
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
B |
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
C |
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
D |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
E |
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
F |
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
G |
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
H |
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
I |
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
J |
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
K |
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
L |
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não se Aplica
|
Não Conforme
|
Conclusões
De acordo com análise dos resultados obtidos,
concluímos que a tendência da qualidade dos blocos cerâmicos existentes
no mercado é não atenderem aos parâmetros vigentes, tanto no que
se refere aos requisitos estabelecidos pela norma brasileira, quanto
aos relacionados à Portaria Inmetro para verificação da conformidade
metrológica para produtos desta natureza.
Das 12 (doze) marcas analisadas, 11 (onze)
foram consideradas não conformes, ou seja, cerca de 92% (noventa
e dois por cento) das marcas analisadas apresentaram irregularidades
em relação a, pelo menos, uma das características verificadas.
O gráfico a seguir descreve o número de
não conformidades detectadas em cada um dos ensaios realizados.
Como pode ser observado, o ensaio de resistência
à compressão apresentou o maior número de não conformidades. Nove
marcas, ou seja, 75% (setenta e cinco por cento) das marcas analisadas,
apresentaram resistência abaixo do exigido sendo que, destas, 06
(seis) não atingiram a resistência à compressão mínima (Classe 10/1,0MPa),
indicando que a tendência dos blocos cerâmicos existentes no mercado
é não atenderem a este requisito.
As marcas consideradas não conformes nesse
ensaio são: A, B, E, F, G, H, I, J, e L.
Outro ponto negativo revelado pela análise
e que deve ser destacado é o índice de não conformidades relacionadas
aos critérios estabelecidos pelo Regulamento Técnico Metrológico
do Inmetro que estabelece as condições para a comercialização dos
blocos cerâmicos para alvenaria.
Das 12 (doze) marcas analisadas, 06 (seis)
não apresentavam as informações mínimas necessárias para a identificação
adequada do produto. Essas informações, segundo a Portaria Inmetro,
são de caráter obrigatório. São elas: B, C,
E, G, H, e L. As empresas responsáveis por essas marcas foram
autuadas e os produtos foram recolhidos dos pontos de venda para
que as correções fossem feitas.
Em função disso, apenas metade das marcas
analisadas puderam ser submetidas ao ensaio de verificação metrológica.
Das 06 (seis) marcas, 03 (três), D, I e J, foram consideradas não conformes pois apresentaram
irregularidades em, pelo menos, uma das dimensões verificadas. Neste
caso, as empresas foram autuadas e multadas e, por se tratar de
uma questão de falta de padronização, os lotes foram interditados
para comercialização.
No caso particular da marca D, por se tratar da única marca analisada que apresenta
certificação voluntária, as não conformidades encontradas foram
informadas à ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, organismo
que conferiu a certificação à empresa responsável pelo produto para
que fossem definidas as medidas cabíveis.
Os resultados dos ensaios de conformidade,
principalmente daqueles realizados com base na Portaria Inmetro,
foram considerados preocupantes pela própria ANICER, associação
que congrega os fabricantes do setor, pois além de participar diretamente
da elaboração do regulamento, promoveu diversas campanhas publicitárias
com o objetivo de divulgá-lo entre os fabricantes do setor cerâmico.
Diante do exposto, o Inmetro convocará as
partes interessadas, laboratórios, institutos de pesquisa, ABNT,
organismos de defesa dos consumidores, fabricantes, para que se
reunam e definam as medidas de melhoria que possam ser adotadas
visando a melhoria da qualidade do setor.
Conseqüências
DATA
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AÇÕES
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14/01/2001
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Divulgação no Programa "Fantástico" - Rede Globo
de Televisão
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06/02/2001 |
Reunião do Inmetro com entidade representativa
dos fabricantes do setor, fabricantes que tiveram amostras
de seus produtos analisadas, laboratório responsável pelos
ensaios, representantes da Divisão de Produtos Pré-Medidos
do Inmetro e de entidade de defesa dos consumidores, para
definição de medidas de melhoria para o setor.
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