.: Pizza Congelada :.
Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável Pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Informações sobre as Marcas
Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados
Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Conseqüências
Resumo da Análise
A análise de conformidade realizada no
produto pizza congelada vai ao encontro do Procedimento Geral
do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção dos
produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo pela
sociedade e que estejam relacionados à questões que envolvam a saúde
da população.
A
pizza chegou ao Brasil no final do século passado, graças à imigração
italiana. Hoje, a pizza é um dos alimentos mais populares do país
e presença obrigatória nos cardápios de restaurantes e lanchonetes
de todas as regiões brasileiras.
Sua história, de acordo com alguns historiadores,
começa na África, há seis mil anos atrás, onde os egípcios teriam
sido os primeiros a misturar farinha com água.
Entretanto, a primeira pizza redonda só
foi criada em 1889 paraser servida à Rainha Margherita, da Itália.
Esta pizza teria sido apropriadamente coberta com as cores da bandeira
italiana: manjericão (verde), queijo (branco) e tomate (vermelho).
Em contrapartida, o mercado de alimentos
congelados no Brasil é extremamente novo e possui um grande potencial
de crescimento.
Com a escassez de tempo, conseqüente da
vida moderna, com o número crescente de mulheres que trabalham fora
e com o aumento do poder aquisitivo da população, principalmente,
das classes A e B, a comida congelada ganha cada vez mais espaço
nos freezers das famílias brasileiras, em função, principalmente,
de sua praticidade, pois os produtos já vêm cortados, limpos e pré-cozidos,
bastando apenas fritá-los ou aquecê-los para consumí-los. Nos últimos
quatro anos, a categoria de congelados chegou a crescer 253%, segundo
relatório do Instituto Nielsen.
Esse aumento pode ser percebido pelo crescimento
que ele proporciona em outros setores da economia brasileira. No
setor de eletrodomésticos, por exemplo, pode ser observado, pela
análise do gráfico abaixo, que há um aumento gradativo das vendas
de fornos de microondas nos últimos anos em todas as classes sociais,
conseqüente do aumento do consumo de produtos congelados. Afinal
de contas, para serem consumidos, eles precisam ser descongelados.
A indústria alimentícia, percebendo essa
oportunidade de bons negócios, tem estimulado os consumidores com
produtos cada vez mais práticos e diversificados. Hoje em dia, além
dos produtos mais comuns, como salgados, empanados, hambúrgueres
e massas, podem ser encontrados até mesmo vegetais e frutas congelados.
Os supermercados e hipermercados, por sua
vez, têm investido na modernização dos frezzers e aumentado os espaços
reservados para esses produtos, dado o crescente interesse dos clientes
nas ilhas de congelados. Portanto, todos os setores relacionados
com a venda deste tipo de produto, inclusive os consumidores, têm
ganho com a entrada dos produtos congelados no mercado brasileiro.
A análise dos gráficos a seguir permite
observar a evolução das vendas de produtos congelados desde 1996
e sua distribuição por tipo de produto. Pode-se verificar que os
produtos à base de massa, entre eles, a pizza, ocupam a terceira
colocação em termos de fatia de mercado, atrás apenas dos hambúrgueres
e dos produtos empanados, sendo que essa fatia mais que triplicou,
se comparado os períodos de fevereiro e março dos anos de 1997 e
1998.
Entretanto, apesar da praticidade dos produtos
congelados, eles requerem certos cuidados quanto à sua conservação
para que suas características sejam mantidas. A preservação destes
alimentos está diretamente relacionada à temperatura em que eles
são mantidos. Um alimento desta natureza, exposto por muito tempo
à temperatura ambiente, terá seu prazo de validade sensivelmente
reduzido, enquanto que devidamente conservado, permanecerá em perfeitas
condições de consumo durante maior período de tempo.
Com base nos dados relatados, o Inmetro
decidiu realizar análise de conformidade em amostras de 12 (doze)
diferentes marcas de pizza congelada, que foram submetidas
a ensaios que verificaram características de rotulagem, sensoriais
e microbiológicas.
Normas e Documentos de Referência
Para a realização dos ensaios foram utilizadas
os seguintes documentos:
- Portaria nº 451, de 19 de setembro de
1997, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde:
aprova o regulamento técnico Princípios Gerais para o Estabelecimento
de Critérios e Padrões Microbiológicos para Alimentos
- Resolução CISA nº 10, de 31 de julho
de 1984, do Ministério da Agricultura e da Saúde: trata das instruções
para conservação nas fases de transporte, comercialização e consumo
dos alimentos perecíveis
- Resolução nº 04, de 24 de novembro de
1988, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde: aprova
a revisão de tabelas referentes aos limites máximos de aditivos
intencionais em alimentos
- Resolução nº 385, de 5 de agosto de 1999,
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária: aprova o regulamento
técnico que aprova o uso de aditivos alimentares, estabelecendo
suas funções e seus limites máximos para a categoria de alimentos
6 Cereais e Produtos de ou a Base de Cereais
- Resolução nº 35, de outubro de 1977,
da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos: estabelece
os padrões de qualidade e identidade para alimentos rapidamente
congelados
- Portaria nº 42, de 14 de janeiro de 1998,
da Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde:
aprova o regulamento técnico para rotulagem de alimentos embalados
- Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990,
da Secretaria de Direito Econômico e do Departamento de Proteção
e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça (Código de Defesa
do Consumidor)
Laboratório Responsável Pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados pelo Laboratório
Central de Saúde Pública Noel Nutels, da Secretaria de Estado
de Saúde do Rio de Janeiro, integrante da Rede Nacional dos Laboratórios
Oficiais de Controle da Qualidade em Saúde, credenciado pelo Ministério
da Saúde e laboratório de referência na área de análise de produtos
alimentícios.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida de uma pesquisa
de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Goiás, Pará, Amazonas,
Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e identificou
51 (cinqüenta e uma) diferentes marcas de pizza congelada.
Considerando que uma das diretrizes do
Programa é analisar a tendência de conformidade do produto, não
sendo necessário, portanto, analisar todas as marcas disponíveis
no mercado nacional, foram selecionadas, com base na dispersão geográfica
e na tradição e participação de cada marca no mercado nacional,
12 (doze) marcas de pizza congelada para que fossem submetidas
aos ensaios de conformidade.
Informações sobre as Marcas Analisadas
Com relação às informações contidas na
Home Page sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que
identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período
de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise da Qualidade de Produtos são pontuais, podendo ficar
desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto
analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio,
como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
De acordo com solicitação do laboratório
responsável pelos ensaios, foram compradas 03 (três) amostras de
cada marca selecionada de pizza congelada, para que fossem
submetidas aos seguintes ensaios de conformidade:
- Rotulagem
- Características sensoriais
- Características microbiológicas
Por se tratar de produto alimentício perecível,
foram tomados cuidados quanto ao acondicionamento das amostras.
A temperatura de armazenamento foi medida no momento da compra e
na entrada do produto no laboratório por um termômetro digital devidamente
calibrado. Durante o transporte, as amostras foram colocadas em
gelo seco para sua conservação.
Em todos os Estados responsáveis pela compra
das amostras, a aquisição do produto foi acompanhada pela equipe
de televisão do Programa Fantástico, que registrou todas as etapas
de compra, desde o supermercado, até a chegada do produto ao laboratório.
Esse procedimento foi adotado com o objetivo de conferir maior credibilidade
à análise, pois todas as temperaturas medidas foram registradas.
- Rotulagem
A análise de rotulagem tem por objetivo
verificar se o rótulo, ou embalagem, do produto fornece todas as
informações necessárias para o consumidor, tais como: prazo de validade/data
de vencimento, informações a respeito do fabricante/importador,
rótulo traduzido para o português, no caso de produto importado,
e características básicas do produto, como por exemplo, sua composição.
Das 12 (doze) marcas analisadas,
03 (três), B, C e H, foram consideradas Não Conformes por apresentarem
algum tipo de irregularidade em relação à rotulagem do produto.
a.1) Ausência
de Especificação do Fermento:
A amostra da marca B foi
considerada Não Conforme pois não especificava o tipo de fermento
utilizado na composição da massa da pizza.
a.2) Ausência da
Lista de Ingredientes que Compõem o Produto:
A amostra da marca C foi
considerada Não Conforme pois a embalagem não traz a lista de ingredientes
que compõem o produto.
a.3) Irregularidades
no Rótulo:
A amostra da marca H foi
considerada Não Conforme pois foram encontradas irregularidades
no rótulo do produto:
- Ausência de informações relevantes a
respeito do importador (endereço, telefone);
- Ausência de informações relevantes sobre
o produto traduzidas para a língua portuguesa (modo de preparo,
origem e composição do produto);
- Presença de ingredientes descritos no
rótulo em português, tais como: ácido lático, goma, ácido cítrico
e fosfato de potássio, proibidos pela Resolução do Ministério
da Saúde para esse tipo de produto;
- Ausência de especificação, no rótulo
em português, do tipo de fermento utilizado na composição do produto.
As amostras das marcas B, C e H
foram consideradas Não Conformes pois, de acordo com o Artigo 31,
do Código de Defesa do Consumidor: "A oferta e apresentação
de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras,
precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados ...".
a.4) Temperatura
de Preservação:
No caso de produtos alimentícios perecíveis,
outra informação muito importante, e que deve estar presente na
embalagem, é a temperatura para preservação do alimento, tanto no
ponto de venda do produto, quanto nos frezzers e refrigeradores
domésticos. O prazo de validade é determinado em função da temperatura
de preservação do produto. Ele será tão maior, quanto mais baixa
for esta temperatura.
A tabela II descreve as orientações presentes
na embalagem, dadas por cada fabricante, a respeito da temperatura
de conservação de seus respectivos produtos.
Tabela
II
Marcas
|
Orientações para Conservação (Temperatura)
|
A
|
Um mês no congelador doméstico (-10°C a 18°C)/4
meses no frezzer (-18°C)
|
B
|
A embalagem deve ser conservada em frezzer à temperatura
de 18°C
|
C
|
Sem informação para conservação do produto
|
D
|
Geladeira comum: 48 horas/Congelador de geladeira comum:
10 dias/Frezzer ou congelador de geladeira duplex à 18°C:
6 meses
|
E
|
Manter congelado até 18°C
|
F
|
Bom para o consumo: 30 dias na geladeira (até 8°C) ou
120 dias no frezzer
|
G
|
Manter congelado a 8°C
|
H
|
Sem informação para conservação do produto
|
I
|
3 meses em frezzer (-18°C) /1 mês em congelador doméstico
|
J
|
1 mês no congelador (-10°C a 18°C)/4 meses no frezzer
(-18°C ou mais frio)
|
K
|
Conservar o produto a uma temperatura de 18°C
|
L
|
Em frezzer: 60 dias/Refrigeração de 0 a 5°C: 30 dias
|
Como pode ser observado, das 12 (doze)
marcas analisadas, as embalagens de 2 (duas), C e H,
não traziam nenhum tipo de informação a respeito da temperatura
para conservação do produto.
De acordo com o item 1.1 da Resolução nº
35, de outubro de 1977, do Ministério da Saúde: "O armazenamento
de alimentos rapidamente congelados deverá ser efetuado a uma temperatura
apropriada para o produto ... Essa temperatura não será superior
à especificada no padrão individual do alimento não podendo,
entretanto, em momento algum, ser superior a menos dezoito graus
centígrados (-18°C)."
a.5) Temperaturas
dos Frezzers:
A tabela III descreve as temperaturas dos
frezzers em que as amostras eram conservadas nos pontos de venda,
no momento em que foram compradas.
Tabela
III
Supermercados
|
Temperatura do Frezzer no Momento da Compra
(parâmetro: mínimo de 18°C)
|
1
|
+ 3°C (produto resfriado)*
|
2
|
- 8°C
|
3
|
- 7°C
|
4
|
- 17°C
|
5
|
- 19°C
|
6
|
- 21°C
|
7
|
- 1°C
|
8
|
- 19°C
|
* A temperatura
para conservação de produtos resfriados é de, no máximo, +10°C.
Portanto, dos 08 (oito) estabelecimentos
comerciais onde as amostras foram compradas, 03 (três), conservavam
o produto em temperaturas acima da permitida. São eles: 2,
3 e 7.
- Características
Sensoriais
Este ensaio procura avaliar características
inerentes ao produto e à matéria-prima utilizada para sua fabricação,
tais como aparência, cor, cheiro e sabor.
Todas as amostras das marcas analisadas
foram consideradas Conformes.
- Características
Microbiológicas
A tabela IV abaixo relaciona os ensaios
microbiológicos realizados, previstos para esta classe de alimento,
seus respectivos parâmetros e os resultados obtidos pelas amostras
de cada marca analisada.
Tabela
IV
Marcas
|
Salmonella
|
Bolores e Leveduras
|
Coliforme Fecal
|
S. Aureus
|
Bacilus Cereus
|
(Ausência em 25 g)
|
(Máximo 104 UFC/g)
|
(Máximo 5x10/g)
|
(Máximo 103 UFC/g)
|
(Máximo 103 UFC/g)
|
A
|
Ausente
|
5x102
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
B
|
Ausente
|
<10
|
<0,3
|
<10
|
<10
|
C
|
Ausente
|
2x102
|
<30/g
|
<10
|
<10
|
D
|
Ausente
|
<10
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
E
|
Ausente
|
<10
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
F
|
Ausente
|
2,6x106
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
G
|
Ausente
|
12x103
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
H
|
Ausente
|
<10
|
<0,3/g
|
<10
|
<10
|
I
|
Ausente
|
3,9x108
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
J
|
Ausente
|
<10
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
K
|
Ausente
|
2x102
|
<0,3/g
|
<10
|
<10
|
L
|
Ausente
|
<10
|
<3/g
|
<10
|
<10
|
Em relação às possíveis contaminações microbiológicas
que o produto pode vir a sofrer, a mais preocupante é a que se refere
à contaminação por Salmonella, bactéria patogênica encontrada no
intestino dos animais.
A contaminação por bactérias desta classe
pode ocorrer através de manipulação inadequada do produto ou através
da matéria-prima utilizada e que, mesmo em pequenas quantidades,
pode causar, principalmente, problemas gastrointestinais e dores
de cabeça, seguidas de vômito, diarréia e febre.
A contaminação por bolor, vulgarmente conhecido
como mofo, está relacionada, principalmente, à problemas de conservação
e armazenamento do produto.
A pesquisa de bactérias da classe Coliformes
é indicativa das condições higiênicas de processamento e de armazenamento
dos produtos. A presença de bactérias do tipo coliformes fecais
denota que ocorreu contaminação de origem fecal. Essa bactéria é
encontrada nas fezes de animais de sangue quente, inclusive o homem,
e pode ser veículo de transmissão de doenças, como a hepatite, ou
agente causador de problemas gastro-intestinais.
Quanto maior o número de bactérias dessa
classe, mais deficientes são as condições de higiene na fabricação,
menor a durabilidade do produto e maiores os riscos à saúde dos
consumidores.
A contaminação pela bactéria Staphylococcus
Aureos, também relacionada às condições higiênicas durante a fabricação,
produz uma toxina que, quando ingerida, causa, em um prazo de tempo
que varia de 30 minutos à 8 horas, intoxicação alimentar, provocando
náuseas, vômito e diarréia. Além disso, essa bactéria pode causar
as feridas vulgarmente conhecidas como furúnculos.
A Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal de Minas Gerais realizou, em 1997, estudo intitulado Qualidade
Microbiológica de Massas de Pizza Semi-Prontas: Pontos Críticos
na Produção e na Comercialização, este tipo de produto estaria
sujeito a contaminações por microorganismos patogênicos e deteriorantes
durante seu processamento e comercialização.
De acordo com este estudo, os pontos críticos
identificados na fabricação de massas de pizza, ou seja, os pontos
onde essa contaminação poderia ocorrer, seriam: matérias-primas,
amassamento, cilindragem, corte, estiramento, modelagem, fermentação,
assamento, resfriamento, pulverização e armazenamento.
Neste ensaio, das 12 (doze) marcas
analisadas, as amostras de 2 (duas) marcas, F e I, foram consideradas
Não Conformes por apresentarem índice de Bolores e Leveduras acima
do parâmetro permitido pela Portaria do Ministério da Saúde para
esta classe de alimentos.
Em função dos resultados apresentados,
as amostras das duas marcas consideradas Não Conformes foram classificadas
como "Produto Impróprio para o Consumo"
de acordo com o item II.2.3, da Portaria do Ministério da Saúde
para produtos em desacordo com os padrões legais vigentes, por apresentarem
índice de bolores e leveduras acima de 100 (cem) vezes o limite
estabelecido pela referida Portaria.
Cabe ressaltar que as amostras das duas
marcas consideradas Não Conformes, F e I, foram compradas
no mesmo supermercado e encontravam-se conservadas sob temperatura
de menos oito graus centígrados, ou seja, superior à temperatura
ideal de armazenamento para produtos rapidamente congelados.
A manutenção das condições ideais de conservação
de produtos dessa natureza têm por objetivo aumentar o prazo de
validade para consumo do produto, além de protegê-lo de possíveis
contaminações microbiológicas, pois os microorganismos responsáveis
pela deterioração têm sua proliferação inibida quando exposto a
temperaturas muito baixas.
Resultado Geral
A tabela V descreve os resultados obtidos
pelas amostras de cada uma das marcas analisadas nos ensaios de
conformidade realizados e a conclusão final de cada uma delas.
Tabela
V
Marcas
|
Rotulagem
|
Características
Sensoriais
|
Características
Microbiológicas
|
Conclusão
|
A
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
B
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
C
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
D
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
E
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
F
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
G
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
H
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
I
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
J
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
K
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
L
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conclusões
A tendência em termos de qualidade
das pizzas disponíveis no mercado brasileiro é de apresentarem-se,
no que diz respeito às características microbiológicas, próprias
para consumo, na medida que as não conformidades observadas não
denotam riscos à saúde, porém, deixam a desejar no que diz respeito
às informações aos consumidores.
Das 12 (doze) marcas de Pizza Congelada
analisadas, 05 (cinco) foram consideradas Não Conformes em relação
aos padrões de identidade e qualidade existentes.
Três devido a problemas de rotulagem, sendo
elas a marca B, por não especificar o tipo de fermento utilizado
na formulação do produto, a C, devido a ausência da lista de ingredientes
que compõem o produto, e a H, devido a ausência de informações relevantes
e a presença de ingredientes, descritos no rótulo, proibidos pelo
Ministério da Saúde para esse tipo de produto.
Duas foram consideradas não conformes por
apresentarem índices de bolores e leveduras maiores do que 100 vezes
o parâmetro do Ministério da Saúde, sendo consideradas como "Produto
Impróprio para o Consumo". Cabe destacar que a presença de
bolores e leveduras está normalmente associada à presença de umidade
no processo de fabricação ou às condições de conservação.
Entretanto, um aspecto importante a destacar
é que três dos oito estabelecimentos onde as amostras foram compradas
armazenavam as pizzas à temperaturas superiores a mínima necessária
à sua conservação em condições de consumo, que é de 18 graus
centígrados.
Os resultados dos ensaios serão encaminhados
à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão responsável pela
fiscalização da comercialização de alimentos e à Associação Brasileira
das Indústrias de Alimentação ABIA, que congrega os fabricantes
de produtos alimentícios, para que estes avaliem as medidas que
possam ser tomadas.
Conseqüências
Data |
Ação |
30/01/2000
|
Divulgação no Programa Fantástico Rede
Globo de Televisão
|
|