.: Palmito em Conserva :.
Objetivo da Análise
Justificativa da Análise
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Informações das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados
Obtidos
Comentários
Conclusões
Conseqüências
Objetivo da Análise
A apresentação dos resultados
obtidos nos ensaios realizados em palmito em conserva é parte integrante
dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo
Inmetro com os seguintes objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos aos Regulamentos e Normas Técnicas, contribuindo
para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o
mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência
mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que
estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos.
O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico indica uma tendência do
setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir
dos resultados obtidos, são definidas as medidas necessárias para
que o consumidor tenha, à sua disposição no mercado, produtos adequados
às suas necessidades.
Justificativa da Análise
O processo de fabricação
do palmito é semi-artesanal. O palmito é extraído da palmeira, depois
descascado, cortado e lavado. Feito isso, o palmito é colocado dentro
da embalagem (lata ou vidro) com água, sal e ácido cítrico, basicamente.
A embalagem contendo o produto, após passar por tratamento térmico
adequado (elevação de temperatura à 100°C por 60 min em banho-maria),
é fechada.
A produção de palmito para
o ano de 1999 está prevista em cerca de 28 mil toneladas, com faturamento
aproximado de 328 milhões de dólares.
Nos últimos dois anos foram
confirmados pelo menos três surtos de botulismo por ingestão de
palmito. O primeiro caso ocorreu no Estado de São Paulo em setembro
de 1997 e, no início de abril deste ano, a Secretaria de Saúde do
Estado confirmou outro caso.
O botulismo é uma intoxicação
de origem microbiana. Até o momento, os casos ocorridos no Brasil
se referem ao botulismo alimentar causada pela presença da bactéria
Clostridium botulinum. Por se tratar de uma bactéria presente no
meio ambiente, é comumente encontrada em solos e superfícies de
vegetais.
A intoxicação causada pelo
consumo de alimentos contaminados por esta toxina causa paralisia
muscular, podendo até matar. Os primeiros sintomas, que podem aparecer
entre 18 e 36 horas após a ingestão do alimento contaminado, são
boca seca, visão dupla, náuseas, vômitos, cólicas e diarréias. Depois
surgem sintomas neurológicos, como paralisia facial, que terminam
com problemas respiratórios.
A principal agente de transmissão
desta doença, tanto no nível nacional como internacional, é através
do consumo de conservas caseiras. A ocorrência pelo consumo de conservas
industrializadas é rara, pois o processo tecnológico destes produtos
é baseado no controle dos fatores que possam favorecer a multiplicação
da bactéria produtora da toxina: pH ácido (abaixo de 4,5), adição
de conservadores e tratamento térmico (esterilização) adequado de
conservas.
A análise realizada em palmito
em conserva objetiva verificar a tendência de conformidade das marcas
deste produto disponíveis no mercado nacional em relação aos requisitos
do regulamento técnico, ou seja, verificar se o consumidor tem acesso
a produtos que não causem riscos à sua saúde.
Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a
conformidade das amostras de palmito em conserva analisadas com
os seguintes documentos:
Resolução n.º 13/77
Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos Ministério
da Saúde;
Lei n.º 8.078 Código
de Proteção e Defesa do Consumidor, de 11 de setembro de 1990.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados no Instituto
Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.
Marcas Analisadas
A seleção das marcas a serem
analisadas foi precedida de uma pesquisa de mercado nos seguintes
estados: Santa Catarina, Pará, Rio Grande Sul, Rio Grande do Norte,
Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.
Informações das Marcas Analisadas
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
-
As informações geradas
pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar
desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto
analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio,
como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas
imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente
observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de
que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos
estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis.
Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca
de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular,
através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos
postos de venda, o que propicia uma atualização regular das
informações geradas.
-
Após a divulgação dos
resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores,
laboratórios de ensaio, ABNT Associação Brasileira de
Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em
melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são
definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento
que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise,
após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período
em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações
de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação
aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as
marcas que foram reprovadas.
-
Uma última razão diz
respeito ao fato de a INTERNET ser acessada por todas as partes
do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais
poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas
para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
a)
Verificação da rotulagem
Este ensaio verifica se
a rotulagem dos produtos apresenta as informações obrigatórias (prazo
de validade, origem, quantidade, composição, etc.) de acordo com
o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Além destas informações,
os rótulos devem apresentar os números de registro no IBAMA e no
Ministério da Saúde.
Todas as marcas analisadas
foram consideradas conformes.
b)
Ensaio de pH
Neste ensaio é verificada
a acidez da conserva do palmito que é constituída, basicamente,
de água, sal e ácido cítrico. A não conformidade neste ensaio denota
falha no processo de acidificação da conserva. Este processo consiste
em adicionar ácido cítrico à conserva, proporcionalmente à quantidade
de palmito.
Caso seja adicionada uma
quantidade menor que o necessário, a conserva se tornará um meio
propício (pH maior que 4,5) para a contaminação do produto pela
bactéria causadora do botulismo. Esta possível contaminação traz
potenciais riscos à saúde do consumidor.
Uma marca apresentou
pH acima do valor permitido, sendo considerada não conforme neste
ensaio.
As demais marcas foram
consideradas conformes.
c)
Ensaio microbiológico
Neste ensaio é verificado
se o produto está contaminado por microorganismos (salmonelas, coliformes
fecais, Staphylococus aureus, Bacillus cereus, Bolores e Leveduras)
que podem ser prejudiciais à saúde do consumidor. Esta contaminação
pode acontecer na própria plantação do palmito ou, pode ocorrer
se houver más condições de higiene e conservação do produto durante
o seu processamento ou armazenamento.
Todas as marcas analisadas
foram consideradas conformes.
d)
Ensaio microscópico
Neste ensaio procura-se
avaliar a existência de sujidades (fragmentos de insetos, pêlos
de roedores, etc.) e outras impurezas capazes de provocar alterações
no produto.
Todas as marcas analisadas
foram consideradas conformes.
Comentários
Tendo em vista o número
de surtos, três em dois anos, de toxinfecções alimentares causadas
por botulismo no palmito em conserva, e a necessidade de adoção
urgente de ações de controle sanitário com o objetivo de proteger
a saúde do consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVS), através da Portaria n.º 304, de 08 abril de 1999, e do Alerta
Sanitário à População, como o publicado no Jornal O Globo de 10
de abril de 1999 e na homepage da ANVS (http://svs.saude.gov.br), faz as seguintes
exigências e recomendações:
- FERVURA: o palmito só deve ser
consumido após fervido 15 minutos no líquido de conserva ou em
água;
- MARCAS: não consumir palmito de
origem duvidosa ou desconhecida, descartando as marcas PALMETO,
SOL LUNAR, NOBRE e LAPAP, oriundas da Bolívia;
- VALIDADE e APARÊNCIA: verificar
a data de fabricação, a validade e a apresentação, prestando atenção
à aparência, cor, cheiro e sabor;
- ROTULAGEM: todo PALMITO EM CONSERVA,
produzido no país ou importado, colocado à disposição do consumidor,
deverá ser etiquetado com a seguinte advertência: "Para
sua segurança, este produto só deverá ser consumido, após fervido
no líquido de conserva ou em água, durante 15 minutos";
- EMBALAGEM: devem ser descartadas
as embalagens rasgadas, amassadas, enferrujadas, estufadas ou
com qualquer outro tipo de alteração.
Além disso, os cinco maiores
fabricantes de palmito, que respondem por 40% do mercado formal,
fundaram, em junho, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Palmito
Anfap. Entre outras iniciativas, a Associação pretende fiscalizar
por conta própria, através de consultorias independentes, os processos
produtivos das empresas associadas. As empresas que forem qualificadas
receberão um Selo de Qualidade que será impresso no rótulo das suas
marcas.
Conclusões
Os resultados obtidos
evidenciam que a tendência dos palmitos em conservas encontrados
no mercado nacional é de estarem de acordo com a legislação vigente.
Das 16 marcas analisadas,
somente uma marca foi considerada não conforme.
Esta marca apresentou não
conformidade no ensaio de pH. Este resultado é preocupante, pois
indica que a conserva desta marca de palmito é um meio propício
para a contaminação do produto pela toxina causadora do botulismo.
Esta possível contaminação traz potenciais riscos à saúde do consumidor.
Para que sejam tomadas as
medidas cabíveis, os laudos dos ensaios e o Relatório Inmetro foram
encaminhados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão
responsável pela fiscalização do produto.
Conseqüências
DATA
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AÇÃO
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01/08/1999
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Divulgação no Programa Fantástico da
Rede Globo de Televisão
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Consulta à legislação do produto sobre
apreensão, inutilização, cancelamento
de registro e dispensa do uso da etiqueta de advertência
no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
- ANVISA.
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