.: Furadeira Elétrica :.
Objetivo
Justificativa
Normas e documentos de referência
Laboratório responsável pelos ensaios
Marcas analisadas
Informações das Marcas Analisadas
Ensaios realizados e resultados obtidos
Resultado geral
Posicionamento dos Fabricantes
Comentários sobre os resultados
Conclusões
Conseqüências
OBJETIVO
A apresentação dos resultados
obtidos nos ensaios realizados em amostras de 09 (nove) diferentes
marcas de furadeira elétrica consiste em uma das etapas do
Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Divisão
de Orientação e Incentivo à Qualidade do Inmetro
e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos e serviços aos Regulamentos e às
Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça
escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de
seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos,
tornando-a mais competitiva;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade,
tornando a concorrência mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não
se destinam a aprovar marcas, modelos ou lotes de produtos. O fato
das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência
do setor em termos de qualidade. Além disso, as análises
coordenadas pelo Inmetro, através do Programa de Análise
de Produtos, têm caráter pontual, ou seja, são
uma "fotografia" da realidade, pois ela retrata a situação
do mercado naquele período em que as análises são
conduzidas.
JUSTIFICATIVA
A análise de conformidade realizada
no produto Furadeira Elétrica vai ao encontro do Procedimento
Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto
à seleção do produto a ser analisado, priorizando
aqueles de consumo intensivo e extensivo pela sociedade e que estejam
relacionados à questões que envolvam a segurança
do consumidor
Terapia ocupacional, desmistificação
da dificuldade de uso, adequação do equipamento pelos
fabricantes ou contenção de gastos com a contratação
de prestadores de serviços, são as justificativas
para o crescimento do segmento de ferramentas para uso em lazer
e hobby.
O mercado tinha um conjunto de opções
básicas para um público profissional. Com isso, sempre
encontrávamos os mesmos produtos com as mesmas expectativas
de uso. Com a mudança de comportamento do consumidor brasileiro,
houve uma profunda mudança no mercado de ferramenta e na
oferta dos produtos. Antes, para se operar uma furadeira, o usuário
tinha que ser um técnico com conhecimento prévio do
equipamento. Hoje o produto é muito mais fácil de
manusear, principalmente pela adequação dessa ferramenta
a mudança do perfil do consumidor, que antes era basicamente
de homens na faixa de 35 anos de idade, e agora passou a incluir
jovens, solteiros e, principalmente, mulheres, que optam por adquirir
estes produtos para trabalhos domésticos.
Devido a este crescimento de consumo
é que o Inmetro resolveu empreender uma análise em
furadeira elétrica.
Neste relatório são apresentadas
as descrições dos ensaios realizados, as não
conformidades detectadas, os riscos que apresentam para os usuários
do produto e as principais conclusões a respeito dos resultados
encontrados.
NORMAS E DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
Para a realização dos
ensaios foram utilizadas os seguintes documentos de referência:
- IEC 60745/2001 – Hand-held motor-operated
eletric tools – Safety – Part 1: General requirements.
- IEC 60745-2-1/1992 – Safety
of hand-held motor-operated electric tools – Part 2: Particular
requirements for drills.
LABORATÓRIO RESPONSÁVEL
PELOS ENSAIOS
Os ensaios de segurança foram
realizados pelo LABELO - Laboratórios Especializados em Eletro-Eletrônica,
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, localizado em Porto Alegre, integrante da Rede Brasileira
de Laboratórios de Ensaios - RBLE e credenciado pelo Inmetro
para ensaios em aparelhos eletrodomésticos em geral.
MARCAS ANALISADAS
A análise foi precedida de uma pesquisa
de mercado realizada em 12 (doze) Estados: Goiás, Amazonas,
Pará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e Paraná, onde foram encontradas 16 marcas
de furadeira elétrica.
Considerando que uma das diretrizes do
Programa é analisar a tendência do mercado quanto à
conformidade do produto, não é necessário analisar
todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Portanto,
foram selecionadas, com base na tradição, regionalização
e participação de cada marca no mercado nacional,
09 (nove) diferentes marcas de furadeira elétrica, 04 (quatro)
nacionais e 05 (cinco) importadas, para que fossem submetidas aos
ensaios de conformidade.
A tabela I, a seguir, relaciona os fabricantes/importadores
que tiveram amostras de seus produtos analisadas.
Tabela I
Marcas / Modelo
|
Potência (W)
|
Fabricantes/Importadores
|
Origem
|
A
|
600
|
A'
|
-
|
B
|
450
|
B'
|
-
|
C
|
400
|
C'
|
-
|
D
|
400
|
D'
|
-
|
E
|
500
|
E'
|
-
|
F
|
800
|
F'
|
-
|
G
|
380
|
G'
|
-
|
H
|
400
|
H'
|
-
|
I
|
500
|
I'
|
-
|
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
ENSAIOS REALIZADOS E RESULTADOS OBTIDOS
Foram compradas 03 (três) amostras
de cada uma das marcas selecionadas, que foram submetidas aos ensaios
de segurança descritos pelas normas técnicas. Os ensaios
foram divididos nas seguintes categorias:
- Marcações e Instruções
- Detalhes Elétricos
- Detalhes Mecânicos
- Detalhes Construtivos
a. Marcações e Instruções:
Esta categoria verifica se o corpo do aparelho
e o manual de instruções que o acompanha trazem todas
as informações que devem estar disponíveis
ao usuário sobre o produto.
O corpo do aparelho deve estar marcado,
de forma duradoura e legível, com as especificações
técnicas sobre o produto como, por exemplo, sua potência
ou corrente nominal, a tensão em que tem que ser ligado na
rede elétrica, bem como o símbolo da classe de proteção
que o aparelho oferece contra choque elétrico e contra a
penetração de água. Além da presença
da marcação, também é verificada a grafia
das unidades, ou seja, se foram escritas corretamente.
De acordo com a norma técnica, as
furadeira elétrica devem ser classe 2, no que diz
respeito à isolação das partes vivas, visando
a proteção contra choque elétrico, e, pelo
menos, IPX0, quanto à proteção contra
a penetração de água. Essas indicações
costumam ser encontradas, em alto relevo, no plugue do aparelho.
Algumas marcações são
exigidas pela norma específica, são elas:
- Tensão nominal ou faixa de tensão;
- Símbolo da natureza da alimentação
ou freqüência nominal ou faixa de freqüência;
- Potência (W) ou corrente (A)
- Nome do fabricante ou nome comercial;
- Modelo do fabricante ou tipo de referência;
- Endereço do fabricante ou país
de origem;
- Velocidade sem carga, quando exceder
10.000 rev/min, precedida pelo símbolo n0;
- Diâmetro máximo da abertura
do mandril
Além disso, o manual de instruções
deve trazer todas as informações consideradas relevantes
sobre o aparelho, principalmente sobre a sua utilização
e manutenção, de modo que ele possa ser utilizado
com segurança, redigidas de forma clara e em português.
A tabela II mostra a relação
entre o nº de não conformidades encontradas para cada marca
x nº de informações/marcações verificadas.
Tabela II
Marca
|
Resultado
|
H
|
02 não conformidades
em 68 itens verificados
|
C
|
02 não conformidades
em 68 itens verificados
|
B
|
05 não conformidades
em 68 itens verificados
|
F
|
06 não conformidades
em 68 itens verificados
|
G
|
07 não conformidades
em 68 itens verificados
|
A
|
10 não conformidades
em 68 itens verificados
|
E
|
11 não conformidades
em 68 itens verificados
|
D
|
20 não conformidades
em 68 itens verificados
|
I
|
22 não conformidades
em 68 itens verificados
|
Nessa categoria de
ensaio, todas as marcas analisadas foram consideradas não
conformes.
b. Detalhes Elétricos:
Os ensaios que pertencem a essa categoria
são:
- Proteção
contra Choques Elétricos:
Nesse ensaio é aplicado dispositivo
(dedo padrão articulado) que verifica, através
de simulações, se o aparelho oferece proteção
adequada contra contatos acidentais com partes que tenham risco
de expor os usuários a choque elétrico (partes
vivas) durante qualquer tipo de operação,
seja durante uma simples limpeza do aparelho ou por uma atividade
anormal como, por exemplo, pela inserção de uma
ferramenta ou do próprio dedo no interior da carcaça
do aparelho.
De acordo com a norma, o dedo-padrão
não deve tocar nenhuma parte viva da ferramenta quando
operada em utilização normal, em todas as posições
possíveis, mesmo após abrir tampas e remover partes
destacáveis.
Neste ensaio, todas as marcas
analisadas foram consideradas conformes
- Aquecimento
Neste item o motor não deve
atingir excessivas temperaturas em condições de
carga normal.
A ferramenta é operada continuamente
com o mecanismo de impacto desengatado, se houver, enquanto
o torque é aplicado ao eixo.
A temperatura é determinada
por meios de finos termopares. Durante o ensaio, dispositivos
de proteção não devem operar e as temperaturas
não devem exceder os valores estabelecidos pela norma,
com o risco do usuário se queimar durante a utilização
da ferramenta.
Neste ensaio, duas marcas foram
consideradas não conformes: F e I, pois a ferramenta
não atingiu a potência indicada. Como a norma cita
que para se fazer a medição da temperatura a ferramenta
deve atingir a potência indicada, o ensaio foi interrompido
e as amostras consideradas não conforme. As amostras
das outras marcas foram consideradas conformes.
Esta não conformidade está
relacionada com o desempenho do produto, já que a ferramenta
não consegue atingir a potência prometida pelo
fabricante quando utilizada normalmente.
- Corrente de
Fuga:
Esse ensaio verifica, através de
medição, se há fuga de corrente do aparelho,
ou seja, se mesmo desligado, mas conectado à rede elétrica
através do plugue de alimentação, a furadeira
elétrica consome energia, o que pode representar aumento
do valor da conta de luz.
Essa medição é feita
após a aplicação de uma sobretensão
no aparelho.
A corrente de fuga, como é mais
conhecida, é a corrente elétrica que "escapa"
do aparelho e que tem como principais causas: emendas e isolação
mal feitas de fios ou fios desencapados.
Além do aumento do consumo de energia,
a corrente de fuga representa risco à segurança do
usuário, pois pode causar choque elétrico.
Todas as amostras analisadas apresentaram
valor de corrente de fuga abaixo do limite máximo estabelecido
pela norma e, portanto, foram consideradas conformes.
Observação:
O problema de corrente de fuga pode
ocorrer com qualquer aparelho e o consumidor pode facilmente verificar
sua existência. Basta desligar todos os aparelhos das tomadas,
conectar o aparelho que se pretende verificar e apagar as luzes.
Se, após 15 minutos, o disco do medidor de energia ("relógio
de luz") continuar girando é porque há fuga
de corrente.
Após a medição
da corrente de fuga, a isolação é submetida,
mais uma vez, a uma sobretensão a fim de verificar se há
a emissão de descargas disruptivas, que é um fenômeno
associado à falha da isolação por esforço
elétrico que acarreta queda brusca da tensão e interrupção
da passagem de corrente elétrica, que representa risco de
choque elétrico para o usuário do aparelho.
Novamente, todas as marcas analisadas
foram consideradas conformes.
c. Detalhes Mecânicos:
Os ensaios que pertencem a essa categoria
são:
- Resistência
à Umidade:
Nesse ensaio, as amostras são colocadas
em uma câmara com umidade e temperatura controladas, sendo
que a umidade relativa do ar é elevada a 93%, durante 48
horas. Terminado esse período, as amostras são novamente
submetidas aos ensaios anteriores.
Este procedimento visa simular o comportamento
do aparelho, durante seu funcionamento normal, em ambientes com
umidade elevada.
Todas as amostras analisadas foram
consideradas conformes.
- Operação
em Condição Anormal:
De acordo com o estabelecido pela norma
técnica, os circuitos eletrônicos das furadeiras
elétricas devem ser projetados de modo a evitar riscos
de incêndio e danos mecânicos que prejudiquem a
segurança ou a proteção contra choque elétrico,
em conseqüência de funcionamento anormal ou manuseio
descuidado por parte do usuário.
Dessa forma, as amostras são
colocadas em funcionamento e submetidas ao mesmo ensaio duas
vezes. A primeira, com potência ligeiramente inferior
à nominal e a segunda, ligeiramente superior. Em ambos
os casos, para as furadeiras elétricas, qualquer controle
que limite a temperatura durante o ensaio é curto-circuitado
e qualquer controle que limite a pressão durante o ensaio
é colocado fora de operação.
Durante os ensaios, as amostras não
devem emitir chamas, metal fundido, gases tóxicos ou
inflamáveis em quantidades perigosas.
Todas as amostras analisadas
foram consideradas conformes.
- Rigidez Mecânica
e Riscos Mecânicos:
Esse ensaio simula situações
de possíveis solicitações, às quais
a resistência da carcaça do aparelho pode ser exposta
durante seu funcionamento normal (utilização e
manuseio). É o caso de impactos provenientes de quedas.
Após o ensaio, as amostras não
devem ter sofrido danos que coloquem em risco a segurança
do consumidor, principalmente no que se refere à exposição
de partes vivas que possam causar choque elétrico ou
danos estruturais que possam ocasionar lesões ao usuário
do produto.
Também verifica se existe algum
risco ao usuário proveniente de torque repentino.
Todas as amostras das marcas
analisadas foram considerados conformes.
- Resistência
ao Calor, Fogo e Trilhamento:
Nesse ensaio, através da simulação
de situações de acidente, as partes externas e não
metálicas da furadeira elétrica são submetidas,
durante funcionamento normal, à solicitações
que verificam se as amostras analisadas são resistentes ao
calor, à combustão, ou seja, se pegam fogo e, caso
haja princípio de incêndio, se há propagação
de chama.
Ao término dos ensaios, as partes
analisadas devem se mostrar suficientemente resistentes ao calor
e à chama e não devem apresentar qualquer dano físico
que possa prejudicar a conformidade dos aparelhos aos requisitos
técnicos normativos e, conseqüentemente, colocar em
risco a segurança do usuário do produto.
A resistência à deformação
pelo calor é verificada através do ensaio denominado
ball pressure. Uma esfera é pressionada contra as
principais partes externas do aparelho, a uma determinada temperatura
(125°C ± 2°C), durante 1 (uma) hora.
A conformidade é verificada através da medição
da profundidade da impressão feita pela esfera no ponto onde
é aplicada. Segundo a norma, a profundidade da impressão
deve ser inferior a 2 mm (dois milímetros).
A combustão e propagação
da chama são verificadas através da colocação
de um objeto (fio) incandescente em contato com as partes do aparelho.
Em ambos os ensaios, as partes da furadeira
elétrica verificadas foram: a chave LIGA/DESLIGA, a carcaça,
e o plugue de alimentação.
No ensaio de ball pressure, duas
marcas foram considerdas não conformes, são elas:
A e I, pois houve deformação parcial (A) e total (I)
do material utilizado na chave liga/desliga.
Quanto ao ensaio de combustão
e de propagação de chama, todas as amostras foram
consideradas conformes.
d. Detalhes Construtivos:
Os ensaios que pertencem a essa categoria
são:
- Construção
e Fiação Interna:
É verificada uma série
de características construtivas relacionadas, principalmente,
às propriedades de isolação dos condutores
(fios) que compõem a parte elétrica da ferramenta
e à possibilidade de ocorrência de choque elétrico
no caso de contato entre condutores e partes metálicas
internas, como, por exemplo, a resistência dos condutores
à solicitações elétricas e mecânicas
que podem expor partes vivas. O atendimento a essas características
garantem o uso e manuseio seguros da furadeira elétrica
em funcionamento normal.
Verifica-se, também, a elevação
de temperatura de partes que entram em contato com a mão
do usuário durante funcionamento normal e a presença
de arestas cortantes ou irregulares que ofereçam risco
de lesão.
Das 09 (nove) marcas analisadas,
apenas a marca D foi considerada não conforme, pois apresentava
em sua amostra um fio esmagado durante a montagem, podendo ocasionar
risco de choque elétrico ao usuário, além
do mau funcionamento do aparelho.
- Componentes:
Nesse item são realizados ensaios
que verificam a resistência de interruptores e cordões
de alimentação a solicitações mecânicas.
Em ambos os casos, os componentes devem resistir suficientemente
aos esforços previstos sem que, ao término dos ensaios,
os aparelhos ofereçam risco à segurança do
usuário.
Quanto aos cordões de alimentação,
as características verificadas incluem o dimensionamento
da seção transversal (diâmetro) do fio em função
da corrente elétrica que alimentará o aparelho, o
material utilizado na confecção dos mesmos, o tamanho
máximo permitido, a flexibilidade do cordão quando
submetido a movimentos que simulam aqueles ocorridos durante a utilização
do aparelho, se há contato físico do cordão
com bordas cortantes, entre outras.
As ligações responsáveis
pelo contato dos condutores e o acesso a elas também são
verificadas.
Segundo a norma técnica, essas ligações
não podem ser acessíveis sem a ajuda de uma ferramenta
e devem ser feitas por amarração, seguida de prensagem
e soldagem, a fim de garantir fixação adequada e a
segurança do usuário quanto ao risco de que o condutor
se solte e toque alguma parte metálica, transformando-a em
parte viva.
Das 09 (nove) marcas analisadas,
07 (sete) foram consideradas não conformes, em pelo menos
uma das características verificadas. São
elas: A, B, D, F, E, G e I.
A tabela III descreve as irregularidades
detectadas em cada uma das amostras consideradas não conformes:
Tabela III
Marcas
|
Não Conformidades Detectadas
|
A
|
- Falta identificação da norma correspondente
- O diâmetro do cordão de alimentação
é inferior ao valor definido pela norma para a
corrente elétrica que passa por ele.
- Isolação do cabo de alimentação
foi danificada pela ancoragem.
- Rompimento completo do cabo de alimentação
durante o ensaio de flexibilidade.
|
B
|
- A fixação dos condutores era consolidada
apenas por solda.
|
D
|
- Isolação do cabo de alimentação
foi danificada pela ancoragem.
- Rompimento completo do cabo de alimentação
durante o ensaio de flexibilidade.
|
E
|
- Rompimento do cabo de alimentação durante
o ensaio de flexibilidade.
- Isolação do cabo de alimentação
foi danificada pela ancoragem.
|
F
|
- O diâmetro dos condutores é inferior ao
especificado pela norma para a corrente elétrica
que passa pelo cordão de alimentação.
|
G
|
- Não possui ancoragem adequada.
- A fixação dos condutores era consolidada
apenas por solda.
|
I
|
- Isolação do cabo de alimentação
foi danificada pela ancoragem.
- Houve um deslocamento superior a 2mm do cordão
de alimentação no ensaio de tração.
- Não possui ancoragem adequada.
|
A utilização de fio com
diâmetro inferior ao especificado para a corrente elétrica
informada pelo fabricante para o produto, pode possibilitar superaquecimento
do cordão de alimentação, em função
da redução do tempo de vida útil do condutor
e desperdício de energia elétrica provocado pelo aquecimento.
Danos físicos ao cabo podem acarretar a exposição
de partes que podem causar choque elétrico ou curto-circuito
e mau funcionamento do aparelho.
RESULTADO GERAL
A tabela IV relaciona a situação
das marcas analisadas em relação a cada uma das categorias
verificadas e a conclusão final.
Tabela IV
Ensaios
|
Marcas
|
Marcações
e Instruções |
Detalhes
Elétricos |
Detalhes
Mecânicos |
Detalhes
Construtivos |
Conclusão
|
A |
Não Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
B |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
C |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
D |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
E |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
F |
Não Conforme |
Não Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
G |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
H |
Não Conforme |
Conforme |
Conforme |
Conforme |
Não Conforme |
I |
Não Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
Não Conforme |
POSICIONAMENTO DOS FABRICANTES
Após a conclusão dos
ensaios, os fabricantes/importadores, que tiveram amostras de seus
produtos analisadas, receberam, do Inmetro, os laudos de seus respectivos
produtos, tendo sido concedido prazo de 10 (dez) dias para que se
manifestassem a respeito dos resultados obtidos.
A seguir, são relacionados os
fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente, através
de fax enviado ao INMETRO, e trechos de seus respectivos posicionamentos.
A'
(marca: A)
"..., recebemos o relatório
do ensaio referente a furadeira elétrica distribuída
por nós.
Gostaríamos de parabenizar a
iniciativa do Inmetro em tentar melhorar a qualidade dos produtos
vendidos aos consumidores.
Nossa empresa não importa nem
distribui mais nenhum produto elétrico.... Não temos
mais furadeiras em estoque há cerca de seis meses.
Quanto ao ensaio em si, fico feliz em
notar que foram poucos itens que não atenderam a norma..."
B'
(marca: B)
" De acordo com os itens reprovados
no relatório nº G)36/2002 – Furadeira, a B' informa que:
- A respeito do item 8.1 da norma, não
concordamos pois a marcação do diâmetro máximo
de abertura está no mandril da máquina;
- A respeito do item 8.6 da norma, já
estamos alterando as nossas etiquetas de especificação,
para nos adequarmos;
- A respeito do item 8.12 da norma, já
estamos alterando as nossas especificação, para
nos adequarmos;
- A respeito do item 24.7 da norma, já
estamos alterando nossas especificações, para nos
adequarmos.
A B' busca constantemente aperfeiçoar
seus produtos e serviços..."
C'
(marcas: C e H)
"... primeiramente gostaria de parabenizar
o Inmetro pelo Programa de Análise de Produtos, que estimula,
todos os fornecedores de produtos e serviços, a uma busca
contínua da Melhoria de Qualidade de nossos produtos e de
nossos serviços.
... Gostaríamos de manifestar nossos
esclarecimentos a respeito esclarecendo as não conformidades
encontradas..., como segue:
- Para a Furadeira C:
- as etiquetas autocolantes tiveram modificações
implementadas em 12/99. Os quais foram retirados os dizeres "RPM"
- as as placas de identificação
(placa metálica) tiveram modificações implementadas
em 12/99, quando foram corrigidos os dizeres " para min-1.
É provável que a máquina
recolhida para teste tenha sido fabricada anteriormente a essas
modificações, ou que devido a sistemática C'
de controle de modificações, algumas máquinas
tenham sido produzidas com etiquetas antigas até o consumo
de nosso estoque.
- Para a Furadeira H
- a etiqueta autocolante "lado direito
máquina" será modificada, retirando informação
com os dizeres RPM.
No lado esquerdo, não temos a necessidade
de modificarmos pois temos os dizeres min-1 e
entre parênteses RPM...
- Quanto aos Manuais
... em nosso entender, as não conformidades
apresentadas no relatório, não colocam em risco o
consumidor usuário, uma vez que as informações
necessárias estão disponíveis, somente não
transcrevem na íntegra, as mesmas palavras ou dizeres utilizados
na norma..".
I'
(marca: I)
" Em resposta a Carta de 14.01.2003,
referente ao Programa de Análise de Produtos, realizado em
nossa mercadoria: Furadeira Elétrica.
Estamos cientes sobre os resultados obtidos
no relatório de ensaio..., e quanto aos itens em que nosso
produto não atende os requisitos, estamos providenciando
as alterações para o próximo lote..."
E'
(marca: E)
"Agradecemos a oportunidade de termos
nosso produto em análise em seus laboratórios....
em relação aos itens não
aprovados, viemos por meio deste informar que:
No item 8.1, quanto à falta de informação
do fabricante, abaixo do código de barras é informado
o fabricante no formato < produzido na RPC (República
Popular da China. Caso esta informação seja insuficiente,
ou imprópria, teremos o maior prazer em repará-la.]
No item 8.1, quanto aà falta do
símbolo para equipamentos de classe II, esta foi uma falha
de produção, e iremos fazer a correção
em nosso próximo lote.
No iem 8.12, quanto à falta de destaque
e a falta de algumas informações sobre segurança
em nosso manual, o mesmo já está sendo refeito, e
estas informações acrescidas e reparadas.
No item 24.12, quanto ao protetor do cabo
de força, e no item 24.17, quanto ao prendedor do cabo de
força, tivemos apenas dois casos de cabo de força
rompidos, em todo o período em que o produto está
sendo comercializado. Porém, teremos o maior prazer em solicitar
ao fabricante a alteração da qualidade no protetor
do cabo, e a alteração do sistema de trava do cabo
de força na ferramenta.
Acreditamos com isso, que assim teremos
um produto de excelente qualidade, e dentro das normas estabelecidas..."
COMENTÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS
Na categoria denominada Detalhes
Construtivos, são verificadas características referentes
à fiação interna e aos componentes do aparelho,
como interruptores e cordões de alimentação.
Nesta categoria, destacamos as não
conformidades no ensaio que verifica a isolação do
cabo de alimentação e no ensaio que verifica a conformidade
do dimensionamento do diâmetro do condutor em função
da corrente elétrica que alimentará o aparelho. Em
ambos os casos, a não conformidade representa risco à
segurança do usuário do produto. No primeiro, como
o aparelho passa a ter somente uma isolação simples,
há a possibilidade maior de risco de choque elétrico.
No segundo, a utilização de fio com diâmetro
inferior ao especificado pode provocar superaquecimento do cordão
e maior consumo energético.
É Importante salientar que
a amostra da marca D apresentou um fio esmagado devido a montagem,
o que pode ocasionar, além de mau funcionamento do aparelho,
risco de incêndio, pois há uma sobrecarga de corrente
nos outros fios intactos, aquecendo o produto.
Na categoria de Detalhes Elétricos,
duas marcas importadas, F e I, não atingiram a potência
indicada pelo fabricante, o que impossibilitou a verificação
dos itens de segurança deste ensaio, indicando um mau funcionamento
do produto, já que ele não consegue atingir a potência
prometida pelo fabricante.
Na categoria de Detalhes Mecânicos,
destacamos as não conformidades detectadas no ensaio de Resistência
ao Calor, Fogo e Trilhamento, no qual as amostras das marcas A e
I apresentaram, após ensaio, deformação parcial
e total do material utilizado na chave liga/desliga, ou seja, o
material empregado para a proteção da chave era de
má qualidade, não suportando a temperatura do ensaio,
o que pode interferir no funcionamento da chave, além de
proporcionar risco de choque elétrico ao usuário,
pois a chave sem a proteção se torna uma parte viva.
CONCLUSÕES
Dos 79 (setenta e nove) itens
verificados foram detectadas não conformidades em 14 (catorze),
o que representa índice de 18,2% (dezoito vírgula
dois por cento) de irregularidades.
De acordo com a análise desses
resultados, observou-se que as amostras das marcas nacionais tiveram
um desempenho melhor do que as amostras das marcas importadas. Isto
é observado quando comparamos os resultados dos ensaios (70
itens verificados) referentes à segurança do produto:
Detalhes Elétricos, Mecânicos e Construtivos. Duas
marcas nacionais, C e H, não apresentaram não conformidade
nestes itens. Sendo que as outras duas, B e G, apresentaram não
conformidades em 1 (um) e em 3 (três) itens respectivamente.
Já as marcas importadas
foram responsáveis pelas outras não conformidades
encontradas, com destaque para a marca I, que foi a única
apresentar não conformidades nos três grupos de ensaios
de segurança verificados.
Tab. V – comparação
entre Nacional x Importado
Marcas
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Itens de Segurança
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Conforme
|
Não conforme
|
Nacional
|
70
|
67 (95,72%)
|
3 (4,28%)
|
Importado
|
70
|
60 (85,2%)
|
10 (14,8%)
|
Temos que destacar ainda que,
dos 11 (onze) itens de segurança considerados não
conformes, em 10 (dez) deles tivemos pelo menos uma amostra de marca
importada considerada não conforme, e somente em 3 (três)
deles tivemos uma amostra de marca nacional considerada não
conforme, reafirmando assim conclusão anterior.
CONSEQÜÊNCIAS
Data
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Conseqüências
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15/06/2003
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Divulgação no Programa
Fantástico - Rede Globo de Televisão
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