.: Lâmpada Fluorescente Compacta
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Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Responsáveis pelos Ensaios
Marcas Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados
Conclusões
Conseqüências
Resumo da Análise
Quando comparadas às incandescentes, as
lâmpadas fluorescentes compactas possuem, como características principais,
a vida útil maior e o consumo menor de energia elétrica. Em contrapartida,
são comercializadas por um preço mais elevado. Portanto, sua utilização
só é justificada se as características relacionadas à economia forem
atendidas.
A utilização destas lâmpadas representa
ainda uma redução significativa da exploração dos recursos naturais
pois, quanto menor o consumo de energia, menor será a necessidade
de novas usinas para produzí-la.
É significativa a presença, no mercado,
de produtos eletro-eletrônicos importados de diversas procedências,
entre eles, as lâmpadas fluorescentes compactas. A grande diferença
de preço de uma marca para outra e a falta de informação sobre a
qualidade destes produtos podem levar o consumidor a optar por uma
marca que não seja, de fato, a mais econômica.
Fez-se uma análise de conformidade das características
das lâmpadas fluorescentes compactas, ou lâmpadas eletrônicas, com
reator incorporado, presentes no mercado brasileiro, em relação
aos requisitos da Norma quanto às questões elétricas e fotométricas.
Verificou-se ainda a presença de material
ferroso nos soquetes e a vida útil destas lâmpadas. Como a Norma
não estabelece nenhum parâmetro referente a vida útil, a avaliação
tomou por base a informação declarada pelos importadores nas embalagens
de seus produtos.
Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a conformidade de
amostras de lâmpadas fluorescentes compactas em relação aos seguintes
documentos:
- NBR IEC 901 - Lâmpadas Fluorescentes
de Base Única - Prescrições de Desempenho.
- Portaria Inmetro n° 41, de 25 de março
de 1996 - Verificação da presença de materiais ferrosos nas partes
da lâmpada destinadas à condução de eletricidade.
Responsáveis pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados no Laboratório
de Ensaios Elétricos do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
- CEPEL - integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio
(RBLE).
Marcas Analisadas
A seleção das marcas a serem analisadas
foi precedida de uma pesquisa de mercado realizada no Rio de Janeiro,
São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio Grande do
Norte. Com base nessa pesquisa, foram selecionadas para análise,
11 (onze) marcas, todas importadas, pois, no momento da pesquisa
de mercado, não foram identificadas marcas nacionais.
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados
Foram compradas 10 (dez) lâmpadas de cada
uma das marcas selecionadas e submetidas a ensaios que verificaram,
ao longo de 2.000 horas, suas características elétricas e fotométricas
(potência e fluxo luminoso), a presença de materiais ferrosos nos
bocais e a vida útil.
A tensão de trabalho utilizada durante os
ensaios foi definida pelo Inmetro, em conjunto com o laboratório,
com base em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da
Indústria de Iluminação - ABILUX - que indica a tensão de 120 volts
como sendo o valor médio da tensão de suprimento para o território
brasileiro (145 municípios responsáveis por 67% do consumo de energia
elétrica no Brasil).
Vida Útil
Após as 2.000 horas necessárias para a realização
dos demais ensaios, o laboratório fez um levantamento da quantidade
de lâmpadas queimadas, por marca. Neste caso, a conformidade das
lâmpadas foi verificada em relação ao tempo de vida declarado na
embalagem do produto pelos fabricantes/importadores. Nas marcas
analisadas, esse tempo variou de 5.000 a 10.000 horas.
A Norma não estabelece nenhum parâmetro
relacionado à vida útil deste tipo de lâmpada.
Ao término do ensaio verificou-se que muitas
das lâmpadas queimaram e que, em alguns casos, o índice de queima
atingiu 90%.
Das 11 (onze) marcas analisadas, apenas
quatro não tiveram nenhuma das suas lâmpadas queimadas durante o
ensaio.
Potência
No ensaio que verifica a potência da lâmpada,
a sua potência dissipada não deve ser maior do que 5% (cinco por
cento) mais 0,5W (meio watt) da potência indicada pelo fabricante
no corpo do produto. Quanto menor o valor de potência obtido, se
os demais requisitos da norma forem atendidos, principalmente o
que se refere ao fluxo luminoso, menor será o consumo de energia.
A não conformidade neste item significa,
na prática, que o consumo de energia é maior e, portanto, o consumidor
pagará mais na conta mensal.
Neste ensaio, todas as marcas foram consideradas
Conformes, pois os valores de potência encontrados estavam dentro
da faixa de variação indicada na Norma.
Presença de Material
Ferroso no Bocal
De acordo com a Portaria Inmetro n° 41,
de 25 de março de 1996, as partes da lâmpada destinadas à condução
de eletricidade não devem ser fabricadas com materiais ferrosos.
Neste ensaio, é verificado se a rosca da
lâmpada é feita de material ferroso, mais barato que os demais utilizados,
como por exemplo, o latão. A importância deste ensaio está no fato
de que o material ferroso pode oxidar dentro do bocal, deixando-a
presa na luminária e dificultando sua retirada no momento da troca,
o que pode ocasionar acidentes como choques elétricos ou cortes,
se o bulbo quebrar no esforço de retirá-la.
Apenas uma das marcas foi considerada Não
Conforme por apresentar materiais ferrosos, podendo trazer riscos
à segurança do consumidor.
Manutenção do Fluxo
Luminoso
Ao longo da vida da lâmpada há, naturalmente,
uma redução do fluxo luminoso, o que significa que ela iluminará
menos do que no início da sua utilização.
A Norma indica que a lâmpada deve manter,
pelo menos, 90% (noventa por cento) do seu fluxo luminoso inicial
porém, ela considera este parâmetro "em estudo". Portanto,
não foi utilizada a expressão "Não Conforme" ou "Conforme"
para este ensaio.
Somente uma marca atendeu a este requisito,
ainda em estudo, da Norma, tendo mantido, após as 2.000 horas do
ensaio, 93,9% do fluxo luminoso inicial. Neste mesmo período, a
manutenção do fluxo luminoso das demais lâmpadas alcançou valores
médios que variaram de 59,3% até 84,2%.
Cabe destacar que, caso a Norma venha a
ser revisada, estabelecendo-se um critério mais tolerante, ou seja,
inferior a 90%, a maior parte das lâmpadas, provavelmente, ainda
não o atenderão, pois os valores médios alcançados estão bem abaixo
do mínimo exigido.
Conclusões
Somente uma marca analisada atendeu a todos
os requisitos verificados.
A marca que não atendeu à Portaria Inmetro
n° 41 quanto à presença de materiais ferrosos em partes da lâmpada
destinadas à condução de eletricidade, deverá ser retirada do mercado
por oferecer riscos à segurança do consumidor.
O fato que chamou a atenção foi o grande
índice de queima destas lâmpadas. Algumas marcas tiveram nove, das
dez lâmpadas que estavam sendo testadas, queimadas durante as 2.000
horas do ensaio, ficando bem abaixo da vida útil mínima, 5.000 horas,
indicada pelos importadores nas embalagens.
Com exceção de uma marca, todas as demais
não atenderam ao requisito, em estudo, que verifica a manutenção
do fluxo luminoso da lâmpada ao longo da sua vida. Algumas delas
mantiveram seu fluxo luminoso inferior a 70%.
Pelo fato destas lâmpadas serem comercializadas
por um preço maior que as incandescentes, sua aquisição só é válida
se as suas características de vida longa, economia no consumo de
energia e luminosidade forem atendidas.
Cabe ao Inmetro articular-se com a ABNT
para que, através da revisão da Norma, se estabeleça requisitos
que possibilitem a implantação de um programa de certificação voluntário.
Conseqüências
DATA
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AÇÕES
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04/02/98
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Divulgação no Jornal "O Globo"
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