.: Produtos de Festa Junina - Amendoim,
Fubá de Milho e Leite de Coco :.
Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados
Observados
Resultado Geral
Conclusões
Divulgação
Objetivo
A apresentação
dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de amendoim,
fubá de milho e leite de coco consiste em uma das etapas
do Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Diretoria
da Qualidade do Inmetro e que tem por objetivos:
a) prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro
informado sobre a adequação dos produtos e serviços
aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo
para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, levando
em consideração outros atributos do produto além
do preço, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
b) fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar
continuamente a qualidade de seus produtos, tornando-a mais competitiva;
c) diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional
em relação à sua qualidade, tornando a concorrência
mais equalizada;
d) tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria
da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que as análises coordenadas pelo Inmetro,
através do Programa de Análise de Produtos não
têm caráter de fiscalização, e que esses
ensaios não se destinam a aprovar marcas, modelos ou lotes
de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não
de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento
técnico indica uma tendência do setor em termos de
qualidade. Além disso, as análises têm caráter
pontual, ou seja, são uma "fotografia" da realidade,
pois retratam a situação do mercado naquele período
em que as mesmas são conduzidas.
Justificativa
A análise realizada
em amostras de diversas marcas de amendoim, fubá de milho
e leite de coco vai ao encontro das diretrizes do Programa de Análise
de Produtos, por se tratar de alimentos largamente consumidos pela
população (principalmente nesta época do ano)
e estarem relacionados à saúde dos consumidores.
As festas juninas são
uma tradição no Brasil, especialmente no que diz respeito
à culinária. Nesta época do ano, as festividades,
que se iniciam no mês de junho e se estendem até o
mês de agosto, com as festas "julinas" e "agostinas",
incluem a preparação de pratos típicos à
base de produtos como o amendoim, a mandioca, o leite de coco, o
milho ou ainda derivados destes. A introdução desses
alimentos nesse tipo de festa, que tem origem na Europa e foi trazida
ao Brasil pelos portugueses, é uma influência genuinamente
brasileira.
O Inmetro já realizou
análises em 02 dos 03 produtos selecionados: a tendência
da qualidade do amendoim e do fubá de milho foi verificada
em 1996 e em 2000 1.
Em 1996, 01 das 05 marcas analisadas
de fubá continha coliformes fecais acima do nível
tolerado pela legislação (produto com condições
higiênicas insatisfatórias) e 02 das 05 marcas de amendoim
apresentavam teor de aflatoxina superior ao permitido.
Já em 2000, o fubá
de milho teve 19 marcas analisadas e novamente 01 foi considerada
não conforme no ensaio que verificava contaminação
microbiológica. Apesar da tendência de conformidade,
a importância de repetir a análise neste produto deve-se
a uma iniciativa do Ministério da Saúde e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, que tornaram obrigatória
a fortificação das farinhas de trigo e de milho visando
à diminuição dos altos índices de anemia
e de doenças apresentadas pela população brasileira,
causadas pela deficiência de ferro e ácido fólico
no organismo.
A partir de junho de 2004,
prazo final estabelecido pela Anvisa, todas as farinhas de trigo
e de milho fabricadas no país e importadas, ou aquelas utilizadas
como matéria-prima pelas indústrias, devem apresentar
uma quantidade mínima de ferro e ácido fólico.
O amendoim, por sua vez, apresentou
novamente, na análise de 2000, resultados preocupantes para
a saúde do consumidor, pois foi constatada contaminação
por aflatoxina em 40% das marcas analisadas (06 em 15 marcas), com
teores que variavam de 05 a 20 vezes o permitido pela legislação.
A aflatoxina é uma micotoxina,
ou seja, uma substância tóxica produzida por dois tipos
de fungos que contaminam o alimento quando encontram condições
ideais de temperatura e umidade. Trata-se, portanto, de um elemento
nocivo aos seres humanos e aos animais, cujos efeitos no contato
direto incluem cirrose, necrose do fígado, hemorragia nos
rins e lesões na pele, além de câncer no fígado.
Além disso, é um agente teratogênico – pode
provocar má formação de fetos – e mutagênico
– reage com o DNA em nível celular, causando mutações,
afetando o sistema imunológico e diminuindo a resistência
à doenças. De acordo com as comprovações
científicas já existentes, nenhuma espécie
animal é capaz de resistir aos efeitos tóxicos das
aflatoxinas 2.
A presença de aflatoxina,
no entanto, não significa que o consumo do produto contaminado
necessariamente causará câncer ou outras doenças,
mas sim que existe o risco, pois isso depende da quantidade e da
freqüência com que o produto contaminado é ingerido.
Após a ampla divulgação
daqueles resultados, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - Anvisa 3 interditou
os lotes das amostras analisadas pelo Inmetro, que por sua vez reuniu
os representantes do setor produtivo para discutir medidas de melhoria
para a qualidade do produto.
Outra iniciativa adotada visando
à melhoria da qualidade do produto consistiu na publicação,
pela Anvisa, da Resolução RDC n.º 172/2003 que dispõe
sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação
para Estabelecimentos Industrializadores de Amendoins Processados
e Derivados.
Assim, visando a diminuição
drástica do risco de contaminação por aflatoxina,
ocorreram mudanças significativas na indústria de
amendoim, como o fortalecimento da Associação Brasileira
da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados
– ABICAB 4, entidade
representativa dos fabricantes, e a criação do programa
Pró-Amendoim.
O programa Pró-Amendoim
5, criado em 2001
no âmbito da ABICAB, tem como objetivos gerar segurança
para o consumidor, dar credibilidade ao setor e incentivar o consumo
de amendoim no país. Dentre as ações previstas
no programa, está a implantação dos princípios
das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e de
um sistema de gestão de segurança de alimentos baseado
nos princípios do sistema de Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle (APPCC).
O resultado prático
dessas melhorias foi a criação de um "selo de
qualidade" que passou a ser conhecido como "Selo de
Qualidade do Amendoim ABICAB". Hoje, segundo dados do programa
Pró-Amendoim, o setor - que gera 42 mil empregos nas mais
de 250 empresas instaladas em todo o país - está em
franca expansão, inclusive tendo as exportações
do produto crescido 200% desde 2003.
Diante do contexto apresentado
e considerando os possíveis riscos à saúde
dos consumidores, torna-se necessário empreender uma análise
com o objetivo de verificar novamente a tendência da qualidade
do amendoim e do fubá de milho - assim como uma primeira
análise no leite de coco - no que diz respeito à adequação
aos critérios da legislação brasileira e às
exigências do Código de Proteção e Defesa
do Consumidor.
Este relatório apresenta
a descrição das principais etapas, os ensaios e os
resultados obtidos, bem como os esclarecimentos solicitados por
consumidores e as conclusões do Inmetro sobre o assunto.
Normas e Documentos de Referência
-
Resolução
RDC n.º 274, de 15 de outubro de 2002 - Aprova o Regulamento
Técnico sobre Limites Máximos de Aflatoxinas Admissíveis
no Leite, no Amendoim, no Milho 6;
- Resolução RDC n.º
12, de 02 de janeiro de 2001 - Aprova o Regulamento Técnico
sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos 7;
- Resolução RDC n.º
344, de 13 de dezembro de 2002 - Aprova o Regulamento Técnico
para Fortificação das Farinhas de Trigo e das
Farinhas de Milho com Ferro e Ácido Fólico 8;
- Resolução RDC n.º
83, de 15 de setembro de 2000 - Dispõe sobre o Regulamento
Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade
de Leite de Coco 9;
- Lei 8.078, de 11 de setembro
de 1990, do Ministério da Justiça (Código
de Proteção e Defesa do Consumidor) 10.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios ficaram sob a responsabilidade
do laboratório Analytical Solutions, localizado no
Rio de Janeiro, laboratório com certificação
ISO 9002 e acreditado pelo Inmetro para a realização
de ensaios na área de físico-química.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida
por uma pesquisa de mercado, realizada pela Rede Brasileira
de Metrologia Legal e Qualidade, constituída
pelos Institutos de Pesos e Medidas Estaduais (IPEMs),
órgãos delegados do Inmetro, em 06 Estados: Amazonas,
Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte
e Rio Grande do Sul.
A pesquisa identificou, no
período de março a maio de 2005:
-
27 marcas (23 fabricantes) de amendoim, das
quais foram adquiridas 10 marcas (*), de 10 fabricantes diferentes;
-
15 marcas (10 fabricantes) de leite de coco,
das quais foram adquiridas 07 marcas (*), de 04 fabricantes
diferentes;
-
15 marcas (13 fabricantes) de fubá de
milho, das quais foram adquiridas 06 marcas (*), de 05 fabricantes
diferentes.
(*) No ato
da compra, não foram encontradas as outras marcas identificadas
na pesquisa de mercado).
A tabela a seguir relaciona
os fabricantes / importadores e as marcas que tiveram amostras de
seus produtos analisadas, bem como a origem e os locais onde foram
encontrados:
Tabela 1 – Marcas de Amendoim
analisadas
|
Marcas
|
Tipo (informação
da embalagem)
|
Fabricante
|
Selo ABICAB
|
Origem
|
Locais da compra
|
A
|
Japonês
|
Fabricante A
|
Sim
|
RJ
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
B
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo / Subclasse Vermelha / Tipo 2
|
Fabricante B
|
Não
|
RJ
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
C
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo Vermelho / Tipo 1
|
Fabricante C
|
Não
|
RJ
|
ABC Barateiro/RJ)
|
D
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo / Tipo I
|
Fabricante D
|
Não
|
PR
|
ABC Barateiro/RJ)
|
E
|
Torrado e Salgado
|
Fabricante E
|
Sim
|
SP
|
Extra/RJ
|
F
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo Vermelho / Tipo 2
|
Fabricante F
|
Não
|
RJ
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
G
|
Japonês
|
Fabricante G
|
Não
|
CE
|
Extra/RJ
|
H
|
Japonês
|
Fabricante H
|
Sim
|
SP
|
Extra/RJ
|
I
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo / Subclasse Vermelha / Tipo 1
|
Fabricante I
|
Não
|
MG
|
Extra/RJ
|
J
|
Grupo Descascado / Subgrupo Selecionado /
Classe Miúdo / Tipo 1
|
Fabricante J
|
Sim
|
SP
|
Extra/RJ
|
Tabela 2 – Marcas de Fubá
de Milho analisadas
|
Marcas
|
Fabricante
|
Origem
|
Locais da compra
|
K
|
Fabricante K
|
PR
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
L
|
Fabricante L
|
PR
|
Extra /RJ
|
M
|
Fabricante M
|
RJ
|
Extra /RJ
|
N
|
Fabricante N
|
RJ
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
O
|
Fabricante O
|
MG
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
P
|
Fabricante P
|
PR
|
Extra /RJ
|
Tabela 3 – Marcas de Leite
de coco analisadas
|
Marcas
|
Fabricante
|
Origem
|
Locais da compra
|
Q
|
Fabricante Q
|
PB
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
R
|
Fabricante R
|
AL
|
ABC Barateiro /RJ)
|
S
|
Fabricante S
|
AL
|
Extra/RJ
|
T
|
Fabricante T
|
AL
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
U
|
Fabricante U
|
AL
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
V
|
Fabricante V
|
AL
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
X
|
Fabricante X
|
AL
|
Sendas Distribuidora/RJ
|
Notas: De acordo
com o art. 18 do Código de Proteção e Defesa
do Consumidor, o estabelecimento de venda também é
responsável pelo produto oferecido ao consumidor;
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Foram realizados ensaios previstos
na legislação pertinente a cada produto, tendo sido
priorizados aqueles que dizem respeito diretamente à saúde
do consumidor. Os ensaios selecionados foram os seguintes:
6.1. Ensaio de detecção
de aflatoxina – amendoim;
6.2. Ensaio Microbiológico:
a) Coliformes fecais
– amendoim, fubá de milho e leite de coco;
b) Salmonela (Salmonella)
– amendoim, fubá de milho e leite de coco;
c) Estafilococus (Staphilococcus
aureus) – leite de coco;
d) Bacilos cereus (Bacillus
cereus) – fubá de milho.
6.3. Ensaios Físico-Químicos
– fubá de milho e leite de coco
a) Ensaio de detecção
de ferro e ácido fólico – fubá de milho;
b) Características
organolépticas (aspecto, sabor, cor, odor, aspecto) e
acidez – leite de coco.
6.1. Ensaios de detecção
de aflatoxinas (Amendoim)
Conforme mencionado anteriormente
(item 2), a aflatoxina é uma substância produzida por
fungos que encontram condições favoráveis de
temperatura, umidade e oxigênio para crescimento. É
extremamente nociva para o ser humano, dependendo da quantidade
e da freqüência com que são ingeridos produtos
contaminados. Este ensaio visa determinar se o teor de aflatoxinas
presente na amostra do produto está dentro dos limites máximos
estabelecidos pela legislação.
Resultado: Todas as marcas
de amendoim analisadas tiveram amostras consideradas conformes.
Não foram detectadas aflatoxinas nas amostras.
6.2. Ensaio Microbiológico
(amendoim, fubá de milho e leite de coco):
O ensaio microbiológico
destina-se a verificar a presença de elementos patogênicos
(causadores de doenças) como os coliformes fecais, a salmonela
e o estafilococus, responsáveis por intoxicação
alimentar:
a) Coliformes Fecais
Os coliformes fecais englobam
um grupo de batérias encontradas nas fezes de animais de
sangue quente, incluindo o homem, mamíferos e aves. Sua presença
indica falta de condições higiênicas adequadas
em uma ou mais etapas do processo produtivo 11.
Resultado: Todas as marcas
de amendoim, fubá de milho e leite de coco tiveram amostras
consideradas conformes.
b) Salmonela
A salmonela (salmonella)
oferece graves riscos à saúde. Essa bactéria,
que pode ser de vários sorotipos e espécies, causa
uma infecção cujos sintomas principais incluem diarréia,
dor abdominal, febre, dor de cabeça, mal-estar, desidratação
e calafrios, sendo que em crianças, idosos, portadores de
HIV, pacientes com câncer e diabetes, a perda de líquido
provocada pode levar a uma desidratação fatal 12.
Resultado: Todas as marcas
de amendoim, fubá de milho e leite de coco tiveram amostras
consideradas conformes.
c) Estafilococus
O estafilococus (Staphilococcus
aureus), por sua vez, é uma bactéria cuja presença
indica manipulação incorreta, como também condições
higiênicas inadequadas no processo produtivo e está
relacionada com sintomas graves de intoxicação alimentar
13.
O ensaio para detecção
de estafilococus foi realizado nas amostras de leite de coco.
Resultado: Todas as marcas
de leite de coco analisadas tiveram amostras consideradas conformes.
d)
Bacilo Cereus
O bacilo cereus (Bacillus
cereus) é uma bactéria encontrada no solo, em
vegetais e em alimentos crus ou processados, e sua presença
acima dos limites permitidos está relacionada ao manuseio
e armazenamento de alimentos em condições de refrigeração
inadequadas. A intoxicação alimentar causada pela
ingestão de alimentos contaminados pode levar a diarréias
e dores abdominais ou vômitos, com sintomas que podem persistir
até 24 horas 14.
O ensaio para detecção
de Bacilo cereus foi realizado nas amostras de fubá de milho.
Resultado: Todas as marcas
de fubá de milho tiveram amostras consideradas conformes.
6.3. Ensaios Físico-Químicos
(fubá de milho e leite de coco):
Esse grupo de ensaios, realizado
nas amostras de fubá de milho e leite de coco, teve como
objetivo observar algumas características dos dois produtos
que estão estabelecidas na legislação:
a) Verificação
dos teores de ferro e ácido fólico
Para o fubá de milho,
foi verificada a adequação aos limites mínimos
exigidos para a presença de ferro e ácido fólico.
O ácido fólico
é uma vitamina do complexo B, denominada B9, essencial para
o desenvolvimento do feto, pois reduz a ocorrência de doenças
de má formação da estrutura precursora do cérebro
e da medula espinhal. Bebês com esse desenvolvimento comprometido
apresentam deformações como ausência do cérebro
e defeitos na coluna vertebral que podem resultar em morte, paralisia
dos membros inferiores e retardo mental 15.
O ferro é essencial
no combate à anemia ferropriva, contribuindo para redução
da mortalidade materna e baixo peso ao nascer. No país, cerca
de 50% das crianças com até 5 anos, 20% dos adolescentes
e 30% das gestantes apresentam anemia ferropriva, que pode ainda
provocar atraso mental nas crianças e fadiga nos adultos
16.
Nesse contexto, o Ministério
da Saúde determinou a obrigatoriedade da fortificação
de farinhas de trigo e de milho. A partir de junho de 2004, todas
as farinhas nacionais e importadas devem atender aos limites mínimos
de adição de ferro e ácido fólico.
Estes ensaios foram realizados
com o objetivo de verificar o atendimento a esses critérios.
De acordo com a legislação, cada 100g de fubá
de milho deve conter 4,2 mg de ferro e 150 mcg de ácido fólico.
A tolerância, no resultado final, é de 20% para mais
ou para menos.
A tabela a seguir mostra os
resultados encontrados:
Tabela 4 – Resultados da verificação
de teores de ferro e ácido fólico
|
Marcas
|
Ferro
(Limite Mínimo: 4,2)
em mg/100g
|
Ácido Fólico
(Limite Mínimo: 150)
em mcg/100g
|
Resultado
|
K
|
3,58 (15% menor)
|
Conforme
|
Conforme
|
L
|
4,71
|
Conforme
|
Conforme
|
M
|
3,59 (15% menor)
|
Conforme
|
Conforme
|
N
|
2,54
(40% menor)
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
O
|
1,14
(73% menor)
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
P
|
3,69 (12% menor)
|
Conforme
|
Conforme
|
Resultado: Das 06
marcas, 02 tiveram amostras consideradas não
conformes, por apresentarem teor de ferro abaixo do limite
mínimo estabelecido pela legislação. São
elas: Marca N e Marca O.
b) Características
organolépticas e acidez
Para o leite de coco, foram
feitos ensaios para verificar as características organolépticas
(aspecto, sabor, odor, cor) e a acidez que são próprias
do produto. A constatação de não conformidades
nesses ensaios significa falta de condições adequadas
para o consumo, pois o produto pode ter sofrido alguma alteração
ou, ainda, fraude.
A acidez tem limite máximo
definido na legislação: 5% (mL/100g).
Resultado: Todas as marcas
de leite de coco analisadas foram consideradas conformes, pois apresentaram
as condições características e de acidez esperadas
para o produto.
Resultado Geral
As tabelas apresentadas a seguir
descrevem os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas
analisadas de amendoim, fubá de milho e leite de coco:
Tabela 5 – Resultado Geral
para Amendoim
|
Marcas
|
Aflatoxinas
|
Ensaios Microbiológicos
|
Resultado Geral
|
Coliformes Fecais
|
Salmonela
|
A
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
B
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
C
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
D
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
E
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
F
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
G
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
H
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
I
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
J
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Tabela 6 – Resultado Geral
para Fubá de Milho
|
Marcas
|
Ensaios Microbiológicos
|
Ensaios Físico-Químicos
|
Resultado Geral
|
Coliformes Fecais
|
Salmonela
|
Bacilos cereus
|
Ferro
|
Ácido Fólico
|
K
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
L
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
M
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
N
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
O
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
P
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Tabela 7 – Resultado Geral
para Leite de coco
|
Marcas
|
Ensaios Microbiológicos
|
Características Organolépticas
e Acidez
|
Resultado Geral
|
Coliformes Fecais
|
Salmonela
|
Estafilococus
|
Q
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
R
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
S
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
T
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
U
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
V
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
X
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conclusões
Os
resultados obtidos nessa análise revelaram tendências
positivas no que diz respeito à qualidade dos produtos.
O leite de coco e o amendoim apresentaram quadro de conformidade
(100% de marcas com amostras conformes), tendo este último
inclusive apresentado melhorias em relação à
análise realizada em 2000 e confirmado a eficiência
do programa Pró-Amendoim, implementado pelo setor para
garantir a segurança alimentar do produto.
O fubá de milho,
por sua vez, apresentou não conformidades em 02 das 06
marcas analisadas (33% do total), que tiveram amostras consideradas
não conformes nos ensaios físico-químicos
que verificam o teor de ferro estabelecido na legislação.
Apesar de não estarem atendendo ao percentual mínimo
de ferro estabelecido para fortificação, como
medida de saúde pública para redução
da anemia ferropriva, os produtos estão aptos para consumo
humano. O descumprimento desses limites denota a necessidade
de melhoria do controle nesta etapa do processo produtivo.
O Inmetro enviou os
laudos para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
– Anvisa e para o Departamento de Proteção e Defesa
do Consumidor, do Ministério da Justiça, para
que sejam tomadas as devidas providências.
Notas:
1
Consulte os relatórios antigos:
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/prodAnalisados.asp?texto=amendoim&Submit=Buscar
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/junina.asp
2
Center for Food Safety and Applied Nutrition – U.S. Food and Drug
Administration: Foodborne Pathogenic Microorganisms and Natural
Toxins Handbook:
http://www.cfsan.fda.gov/~mow/chap41.html
3
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa:
http://www.anvisa.gov.br/busca/busca.asp?palavrachave=aflatoxina
4
Associação Brasileira da Indústria de Chocolate,
Cacau, Amendoim, Balas e Derivados – ABICAB:
http://www.abicab.org.br
5
Programa Pró - Amendoim:
http://www.proamendoim.com.br
6
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=1653&word=
7
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=144&word=
8
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=1679&word=
9
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=210&word=leite%20de%20coco
10
Código de Proteção e Defesa do Consumidor:
Ministério da Justiça
http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao.htm
11
Center for Food Safety and Applied Nutrition – U.S. Food and Drug
Administration: Bacteriological Analytical Manual Online:
http://www.cfsan.fda.gov/~ebam/bam-4.html
12
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2004/170904.htm
http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2004/170904_1.htm
13
Center for Food Safety and Applied Nutrition – U.S. Food and Drug
Administration: Bacteriological Analytical Manual Online:
http://www.cfsan.fda.gov/~ebam/bam-12.html
14
Center for Food Safety and Applied Nutrition – U.S. Food and Drug
Administration: Bacteriological Analytical Manual Online:
http://www.cfsan.fda.gov/~ebam/bam-14.html
15
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/informes/2002/120602.htm
16
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2004/180604.htm
Divulgação
DATA
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AÇÕES
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26/06/2005
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Divulgação no Programa Fantástico
da Rede Globo de Televisão
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