.: Extensão Elétrica :.
Objetivo da Análise
Justificativa da Análise
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Informações
das Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados
Observados
Sugestão para o Consumidor
Conclusões
Conseqüências
Objetivo da Análise
A apresentação dos resultados
obtidos nos ensaios realizados em extensão elétrica é parte integrante
dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo
Inmetro e que tem por objetivos:
-
prover mecanismos para
que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre
a adequação dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas,
contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas,
tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
-
fornecer subsídios para
a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus
produtos;
-
diferenciar os produtos
disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade,
tornando a concorrência mais equalizada;
-
tornar o consumidor
parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria
nacional.
Deve ser destacado que estes
ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos.
O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma técnica indica uma tendência do setor em termos
de qualidade. A partir dos resultados obtidos, são definidas as
medidas necessárias para que o consumidor tenha, à sua disposição
no mercado, produtos adequados às suas necessidades.
Justificativa da Análise
Apesar de não haver estatísticas
sobre o uso de extensões elétricas em nosso país, pode-se afirmar,
que se trata de um produto existente em quase todos os lares brasileiros.
Essa difusão, está ligada, em grande parte, ao crescente acesso
da população a equipamentos eletroeletrônicos.
Além disso, outros fatores
colaboram para difundir o uso do produto: o grande número de marcas
existentes no mercado, o baixo preço de algumas delas, a facilidade
de se encontrar o produto, inclusive no comércio informal e a possibilidade
do usuário fabricar sua própria extensão.
A difusão de seu uso e o aumento
do número de fabricantes vieram acompanhados de riscos para segurança
do usuário. O primeiro deles diz respeito ao uso inadequado da extensão
elétrica. A falta de informações claras sobre quantos e quais aparelhos
podem ser ligados, ao mesmo tempo, em uma extensão elétrica, faz
com que o usuário crie várias situações de risco para sua segurança,
ligando um número de equipamentos que excedem a capacidade da extensão.
Outro risco está ligado a venda
do produto de baixa qualidade, que muitas vezes é fabricado com
plugues, tomadas e cabos totalmente incompatíveis uns com os outros,
e até mesmo comprados em sucatas.
A análise realizada em extensões
elétricas objetiva verificar a conformidade destes produtos em relação
aos requisitos de segurança, ou seja, verificar se o consumidor
tem acesso a produtos seguros e que atendam às suas necessidades.
Normas e Documentos de Referência
Pelo fato de não existirem
normas brasileiras específicas para extensões elétricas, as amostras
foram divididas nos seus três componentes, plugues, tomadas e cabos,
e cada um analisado segundo sua norma específica. As normas utilizadas
foram:
-
NBR 6147, de 1998
Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo;
-
NBR 13249, de 1995
Canos e cordões flexíveis para tensões até 250 V.
OBS: foram utilizadas as
normas complementares a essas duas.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados
pelo Laboratório de Dispositivos de Baixa Tensão do CEPEL
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, credenciado pela Coordenação Geral de Credenciamento do Inmetro,
localizado no Rio de Janeiro.
Marcas Analisadas
Cabe destacar que, anteriormente
a compra das amostras, o Inmetro reuniu-se com a ABINEE (Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), a QUALIFIO (Associação
Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos) e o SINDICEL
(Sindicato das Indústrias Elétricas), para consultar sobre a metodologia
a ser aplicada nos ensaios.
A seleção das marcas a serem
analisadas foi precedida de uma pesquisa de mercado nos seguintes
estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Espirito
Santo, Ceará e Goiás
Foram analisadas 13 (treze)
marcas de extensão elétrica, 11 nacionais e 2 importadas.
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Observados
Em cada marca foram realizados
20 ensaios que, para efeito de melhor entendimento, foram divididos
em quatro grupos, risco de choque elétrico, risco de incêndio, características
mecânicas/durabilidade e inspeção geral.
1 - Risco de choque elétrico
Neste grupo foram colocados todos os ensaios que verificam
a possibilidade do usuário receber um choque elétrico. Das treze
marcas analisadas, 4 apresentaram-se conformes neste ensaio.
As não conformidades encontradas
foram:
a) As tomadas possuem furos
largos o suficiente para que uma pessoa possa tocar nos contatos
da tomada e levar um choque elétrico;
b) Os cabos ou a própria caixa
das tomadas podem conduzir corrente elétrica, ou seja, dar choque
elétrico;
c) O plástico que envolve os
cabos pode permitir a passagem de corrente, ocasionando um choque
elétrico.
2 - Risco de incêndio
Neste grupo estão os ensaios que verificam a possibilidade da extensão
pegar fogo. Das treze marcas analisadas, 5 apresentaram-se conformes
neste ensaio.
As não conformidades encontradas
foram:
a) O plástico que envolve o
cabo não permite a passagem de corrente, aquecendo e podendo vir
a derreter;
b) O material de que é feito
a extensão propaga chama, ou seja, se houver um problema elétrico
com a presença de fagulhas, a extensão pegará fogo;
c) A extensão ao ser utilizada
tem uma elevação de temperatura maior que 45°C acima da temperatura
ambiente, ou seja, se a temperatura ambiente for de 30°C o fio da
extensão terá temperatura acima de 75°C (30+45)
3 - Características mecânicas
e durabilidade Este grupo de ensaios verifica a durabilidade,
o uso e a resistência da extensão elétrica à impactos. Todas as
marcas analisadas apresentaram-se não conformes neste ensaio.
As não conformidades encontradas
foram:
a) Os plugues e as tomadas
são feitos de materiais ferrosos. Com o tempo eles irão enferrujar
e não permitir mais a passagem da corrente, ou seja, a extensão
não ira mais funcionar;
b) As ligações dos plugues
e das tomadas não resistirão ao movimento de flexão e irão partir,
ocasionando o mal contato;
c) A tomada não resiste a impactos
mecânicos que simulam a quedas que podem ocorrer no dia a dia;
d) A tomada não resiste ao
movimento de entrada e saída do plugue, podendo, entre outras coisas,
provocar um início de fogo na tomada ou no plugue;
e) A tomada prendeu o plugue,
ou seja, ao se utilizar a extensão será necessário uma força maior
do que o normal (> 40N ou 4Kg) para retirar o plugue da tomada;
f) A amostra não resistiu a
simulação do movimento de conexão e desconexão, no qual o plugue
é inserido na tomada 50 vezes. Isto significa que com algum tempo
de uso a extensão apresentará problemas, impossibilitando seu uso.
4 - Inspeção geral
Este grupo de ensaios verifica a clareza das informações fornecidas
aos usuários e se o material de que a extensão é feita não traz
risco ao usuário. Das treze marcas analisadas, duas apresentaram-se
conforme neste ensaio.
A não conformidade encontrada
foi:
a) Faltam informações sobre
a corrente e a tensão que a extensão suporta, ou seja, faltam informações
sobre as condições de uso da extensão;
Sugestão para o Consumidor
Cabem ser feitas, algumas recomendações
para o usuário de extensões elétricas.
Nunca utilizar a extensão com
o fio embutido. Das treze marcas analisadas, seis possuem fios embutidos.
Destas, cinco, informam o usuário de que ele somente deve utilizar
a extensão com o fio totalmente desenrolado. Esta informação é extremamente
importante, pois caso a extensão seja utilizada com o fio embutido
ela poderá pegar fogo, como mostrado nos ensaios;
Verificar a corrente de uso
da extensão elétrica. Esta informação é extremamente importante
para assegurar um uso adequado da extensão. Deve-se verificar a
corrente de uso informada em cada um dos três componentes (cabo,
plugue e tomada), e tomar como base o menor valor;
Não comprar produtos no comércio
informal. Muito dos produtos vendidos no mercado informal ou são
feitos de sucata ou tem origem estrangeira, e as extensões de origem
estrangeira (Oriental e Extencion Cord), foram as que tiveram o
pior desempenho nas análises.
Conclusões
Os resultados dos ensaios indicam
que as extensões elétricas, disponíveis no mercado nacional, não
estão de acordo com os requisitos da norma brasileira específica
para o produto.
Todas as 13 (treze) marcas
analisadas apresentaram não conformidades em pelo menos dois dos
quatro grupos de ensaios, sendo que todas apresentaram não conformidades
no grupo de ensaios de características mecânicas e durabilidade.
Chama atenção o fato de que
8 (oito) marcas apresentaram não conformidades no ensaio de Risco
de incêndio e 9 (nove) marcas no ensaio de Choque elétrico, causando
situações reais de risco para o usuário.
O resultado encontrado é preocupante
e o Inmetro pretende, até o final deste ano, ter estabelecido um
sistema de certificação compulsória para os três componentes da
extensão, cabo, plugue e tomada. Desta forma, em um breve espaço
de tempo, só será possível comprar extensões que possuam os seus
componentes certificados, significando uma maior segurança para
o usuário.
Conseqüências
Data
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Ações
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23/05/1999
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Divulgação no Programa Fantástico da
Rede Globo de Televisão
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21/07/2000
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Publicação da Portaria INMETRO nº 185 que estabelece
a certificação compulsória de plugues
e tomadas, para uso doméstico e análogo, para
tensões até 440 V.
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29/09/2000
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Publicação da Portaria INMETRO nº 236 que estabelece
a certificação compulsória de cabos e
cordões flexíveis prolongadores e cordões
flexíveis, para tensão até 750V, inclusive
aqueles utilizados nas extensões acopladas a tomadas
simples, múltiplas ou enroladas, fabricadas de acordo
com a NBR 13249.
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