Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Metodologia da Análise
Laboratórios
Resultado das Análises
Informações sobre as Marcas Analisadas
Conseqüências

Resumo da Análise

Em 13/09/96, foram concluídos os ensaios microbiológicos nas amostras de Maria Mole, Pé de Moleque, Paçoca e Cocada no Laboratório BAKTRON e os ensaios micotoxicológicos nas amostras de Pé de Moleque e Paçoca no Centro de Micologia e Micotoxicologia - CMM da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Destes ensaios foi verificado que os resultados mais sérios foram os dos doces tipo pé de moleque. Das seis marcas ensaiadas, quatro marcas apresentaram teor de aflatoxina maior do que o tolerado pela legislação (acima de 30 partes por bilhão). A aflatoxina é agente cancerígeno, causando sérios riscos à saúde.

Normas e Documentos de Referência

• Portaria 001/87 Dinal, do Ministério da Saúde, que trata dos padrões microbiológicos de alimentos destinados ao consumo humano.
• Resolução 34/76 C.N.N.P.A, que trata dos padrões micotoxicológicos de alimentos destinados ao consumo humano.

Metodologia da Análise

As análises microbiológicas foram feitas para determinar se há contaminação por Coliforme fecal, Staphylococcus aureus, Salmonella sp., Clostridios sulfito-redutase, bolores e leveduras. A legislação estabelece limites máximos permitidos para cada um destes contaminantes.

Foi detetada a presença de bolores e leveduras em alguns produtos. Apesar de, nas quantidades encontradas, não serem consideradas nocivas à saúde pela legislação aplicável, denotando falta dos necessários cuidados de higienização no processo de fabricação. Na verdade, a legislação classifica os produtos, quanto a contaminação de bolores e leveduras, em 4 grupos:

• até 5000 /g : dentro dos padrões;
• de 5000 até 50000 /g : condições higiênicas insatisfatórias;
• de 50000 até 500000 /g : produto inaceitável para o consumo direto;
• acima de 500000 /g : impróprio para o consumo.

Os maiores, e mais sérios segundo os microbiologistas, riscos à saúde, foram identificados nos ensaio de micotoxicologia que indicaram a presença da aflatoxina acima dos limites tolerados pela legislação aplicável. A aflatoxina é altamente cancerígena e tem origem na cultura do amendoim. Ela contamina o amendoim no solo, restando aos fabricantes de produtos que o usam como matéria prima, dois cuidados:

• Fazer uma qualificação prévia dos fornecedores de matéria prima, dando preferência aqueles que demonstram efetuar um adequado controle do solo e estarem situados em regiões com microclima inadequado ao desenvolvimento da aflatoxina.
• Efetuar uma adequada inspeção de recebimento, ainda no produtor ou na chegada da matéria prima à fábrica, enviando amostras do amendoim para ensaios de laboratório, antes, portanto, de liberá-lo para o processo produtivo.

Esses dois cuidados são possíveis e são comprovados pelo fato de terem sido identificados produtos sem a presença da aflatoxina. Além disso, sabe-se que os amendoins fabricados como tira-gosto e devidamente enlatados ou embalados por fabricantes tradicionais, não apresentam-se contaminados pela aflatoxina, tendo como única razão o fato de serem regularmente observados os cuidados acima mencionados. Ocorre, entretanto, que esses cuidados oneram o preço do produto, o que faz com que fabricantes não devidamente informados ou que visem exclusivamente o lucro, não os observem.

Os resultados mais uma vez observados, quando dos ensaios de produtos fabricados tendo como matéria prima o amendoim, demonstram que existem produtos sendo normalmente comercializados, contaminados com aflatoxina, agente cancerígeno, com sérios riscos à saúde.

Laboratórios

Resultado das Análises

Cocada:

Das três amostras ensaiadas de cocada, uma marca apresentou teor de bolores e leveduras bem maior do que o tolerado pela legislação, sendo consideradas inaceitáveis para o consumo direto. E uma outra marca apresentou teor de bolores e leveduras maior do que o tolerado pela legislação, sendo consideradas em condições higiênicas insatisfatórias, e denotando deficiência de cuidados de higienização na produção.

Maria Mole:

As amostras ensaiadas dos doces maria mole encontram-se adequadas para consumo, por atenderem a todos os requisitos da legislação aplicável.

Paçoca:

Das quatro marcas ensaiadas de paçoca, uma marca, encontrou-se inadequada para consumo, por apresentar teor de aflatoxina maior do que o tolerado pela legislação (acima de 30 parte por bilhão). Uma outra marca apresentou teor de bolores e leveduras maior do que o tolerado pela legislação, não sendo considerada nociva à saúde, mas denotando deficiência de cuidados de higienização na produção.

Pé-de-Moleque:

Das seis marcas dos doces do tipo pé de moleque, quatro marcas, encontraram-se inadequadas para consumo, por apresentarem teor de aflatoxina maior de que o tolerado pela legislação (acima de 30 partes por bilhão). Apenas duas marcas estavam adequadas.

Informações das Marcas Analisadas

Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:

• As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado. Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.
  
  
• Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
  
  
• Uma última razão diz respeito ao fato de a Internet ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.

Conseqüências