.: Camisas de Seleções Nacionais
que participam da Copa do Mundo 2006 :.
Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Marcas Analisadas
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Ensaios Realizados e Resultados
Obtidos
Resultado Geral
Informações para
o Consumidor
Posicionamento dos Fabricantes
Conclusões
Conseqüências
Objetivo
A apresentação
dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de camisas
de seleções nacionais consiste em uma das etapas do
Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Diretoria
da Qualidade do Inmetro e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos e serviços aos Regulamentos e às Normas
Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas
melhor fundamentadas, levando em consideração outros
atributos o produto além do preço, tornando-o mais
consciente de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos,
tornando-a mais competitiva;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade,
tornando a concorrência mais eqüalizada;
-
tornar o consumidor parte efetiva deste processo
de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que as análises coordenadas pelo Inmetro,
através do Programa de Análise de Produtos, não
têm caráter de fiscalização, e que
esses ensaios não se destinam a aprovar marcas, modelos
ou lotes de produtos. O fato das amostras analisadas estarem
ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico indica uma
tendência do setor em termos de qualidade. Além
disso, as análises têm caráter pontual,
ou seja, são uma "fotografia" da realidade,
pois retratam a situação do mercado naquele período
em que as mesmas são conduzidas.
Justificativa
A análise realizada
em amostras de diversas camisas de seleções nacionais
que participam da Copa do Mundo 2006 vai ao encontro das diretrizes
do Programa de Análise de Produtos, por serem produtos largamente
consumidos pela população, sejam elas oficiais ou
não, principalmente no período que antecede o início
do campeonato mundial, e por trazerem informações
importantes, relacionadas, principalmente, à composição
do tecido utilizado na sua confecção e aos cuidados
necessários à sua conservação. Essas
informações quando incorretas, estão diretamente
associadas a prejuízos financeiros para o consumidor que
pode acabar levando para casa "gato por lebre", ou seja,
paga por um produto mais caro mas sua composição indica
que é um material com qualidade inferior, ou então,
adota meios de conservação (lavagem, alvejamento,
passar à ferro, secagem e limpeza a seco) inadequados para
o tecido. Nesse caso, a informação incorreta também
pode acarretar riscos à segurança do usuário.
Copa do Mundo não
é apenas esporte. Também significa lucros para investidores,
que, teoricamente, não têm nada a ver com futebol.
Do vestuário, passando por lojas de decoração
e presentes, alimentação a cursos de informática,
as redes do setor, que movimentou R$ 35,8 bilhões em 2005,
investiram, per capita, em média, R$ 300 mil em produtos,
concursos culturais e brindes, com expectativas de retorno de até
quatro vezes esse valor1. Isto significa um grande aumento de venda
de camisas, em função de temas comemorativos relacionados
à Copa do Mundo.
No Brasil, todo produto têxtil deve atender aos critérios
da regulamentação existente que prevê, dentre
outros requisitos, que os artigos sejam acompanhados de informação
disponibilizadas por meio de etiqueta afixada ao produto. Essa necessidade
é justificável, em função da falta de
informação acarretar riscos à segurança
do consumidor ou prejuízo econômico. Econômico
porque podemos, sem a informação correta, sermos levados
a comprar uma roupa de um tecido barato, pensando se tratar de um
outro bem mais caro. A segurança do consumidor também
é o objetivo da disponibilização de informações
através das etiquetas têxteis para nos prevenir contra
os chamados acidentes de consumo e a conservação inadequada
do material.
O acidente de consumo pode acontecer por diversas razões:
não adequação dos produtos e serviços
em relação a normas e regulamentos técnicos,
problemas ergonômicos ou no design do produto, falta de informações
claras no produto ou no uso de um serviço, entre outros.
Muitos estudos sobre acidentes de consumo afirmam que o consumidor,
em grande parte das ocorrências, acaba sendo responsabilizado
por um acidente em função de utilizar o produto de
maneira inadequada. Segundo estudos do Department of Trade and Industry
(DTI), do Reino Unido, realizado na década de 90, das fatalidades
que ocorreram envolvendo acidentes de consumo 24%, aproximadamente,
foram causadas em função do comportamento indevido
do consumidor.
Nos EUA, a Consumer Product
Safety Comission (CPSC), que registra dados, desde 1973, sobre a
ocorrência de acidentes de consumo, além de estabelecer
políticas para a diminuição dos riscos que
produtos possam oferecer aos usuários, através da
realização de recalls e da criação de
normas, por exemplo, registrou no ano de 2003, muitos registros
de acidentes envolvendo roupas e calçados, conforme pode
ser visto no gráfico abaixo:
Fonte: dados do relatório
sobre acidentes com produtos de itens pessoais do Consumer Safety
Product Comission - CPSC, disponível no seguinte endereço:
http://www.cpsc.gov/library/hazard_personal.pdf.
Segundo a agência norte-americana, os acidentes envolvendo
roupas, ocorrem, na maioria das vezes, devido a descuido dos usuários
ao se queimarem com velas, líquidos inflamáveis ou
outros. Isto demonstra a importância do consumidor em conhecer
mais sobre o produto que ele utiliza. Neste caso, seria importante
o consumidor perceber que as roupas podem ser mais ou menos inflamáveis,
dependendo do material utilizado na sua confecção,
e que portanto, deve-se ter cuidado redobrado ao
aproximar-se de substâncias que possam iniciar uma combustão
ou queima.
1 Fonte: Sebrae - SC, disponível
em 25/05/06 no seguinte endereço:
http://www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/oportunidade/default.asp?materia=11623
Existem diversas outras informações disponibilizadas
que, quando estão presentes, nem sempre são percebidas
ou o consumidor não lhe dá a devida atenção.
No que diz respeito à importância da etiqueta nos produtos
têxteis, deve-se destacar também a confiança
depositada pelo consumidor nas das informações ali
apresentadas.
É em função disso que, o Inmetro promove a
fiscalização de produtos têxteis com o objetivo
de avaliar, dentre outros critérios, a presença e
a conformidade das informações em relação
ao produto, ou seja, se as informações declaradas
são condizentes com o material que é exposto para
o consumidor. Essas etiquetas fornecem as informações
obrigatórias e que auxiliam o consumidor no momento de sua
decisão de compra, permitindo que ele adquira um produto
que atenda às suas expectativas.
Figura 01 - Destaque: informações
presente em etiqueta afixada em uma das amostras analisadas pelo
Inmetro.
Este relatório contém
informações sobre as amostras analisadas, os ensaios
realizados, apresenta e discute os resultados obtidos, além
de fornecer informações úteis para o consumidor
relacionadas com cuidados de conservação de artigos
têxteis.
Normas e Documentos de Referência
- NBR 8428:1984 - Condicionamento
de materiais têxteis para ensaios - Dispõe sobre
as instruções de tratamento das amostras de artigos
têxteis no laboratório;
- NBR 8719:1994 - Símbolos
de cuidado para conservação de artigos têxteis
- Dispõe sobre toda a simbologia que é disponibilizada
nas etiquetas têxteis;
- Resolução do Conmetro
n° 2/2001, que trata da regulamentação de produtos
têxteis;
- Lei 8.078, de 11 de setembro de
1990, do Ministério da Justiça (Código de
Proteção e Defesa do Consumidor).
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Os ensaios ficaram sob a responsabilidade
do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Centro de
Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/Cetiqt),
localizado no Rio de Janeiro, e acreditado pelo Inmetro para os
ensaios realizados.
Marcas Analisadas
Apesar da compra das amostras
ter se concentrado em camisas de seleções nacionais,
participantes da Copa do Mundo 2006, foram selecionados outros modelos
de artigos têxteis, também alusivos à Copa,
para serem submetidos aos ensaios previstos pela regulamentação
têxtil.
Essa estratégia foi adotada com o objetivo de avaliar se
outros produtos têxteis, que também exploram a Copa
do Mundo como tema para atrair o consumidor, atendem aos critérios
obrigatórios.
Dessa maneira, foram selecionadas amostras de camisas de 10 diferentes
países, conforme pode ser observado na Tabela 1.
Tabela 1 - Marcas de camisas que tiveram
amostras analisadas
|
Modelo
|
Tema da Camisa
|
Fabricante / Importador
|
País de origem
|
Seleção
|
Alemanha
|
Adidas do Brasil
|
Brasil
|
Seleção
|
Argentina
|
Adidas do Brasil
|
Brasil
|
Seleção
|
Brasil
|
Drastosa S.A.
|
Brasil
|
Comemorativa
|
Brasil
|
Braziline Ind. e Com. Ltda
|
Brasil
|
Seleção
|
França
|
Adidas do Brasil
|
Brasil
|
Seleção
|
Inglaterra
|
Umbro Ind. e Com. Ltda
|
China
|
Seleção
|
Itália
|
Puma Stort Ltda
|
Paraguai
|
Seleção
|
México
|
Drastosa S.A.
|
Brasil
|
Treino
|
Portugal
|
Drastosa S.A.
|
Brasil
|
Seleção
|
Suécia
|
Umbro Ind. e Com. Ltda
|
China
|
Seleção
|
Suíça
|
Puma Stort Ltda
|
Paraguai
|
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Simulando a compra feita
pelo consumidor, o Inmetro adquiriu, no mês de maio de 2006,
uma amostra de cada uma das marcas selecionadas. Essa amostragem
foi definida pelo laboratório como sendo a quantidade mínima
necessária para a realização dos ensaios.
A seguir são descritos os ensaios realizados, bem como os
resultados obtidos em cada um deles.
6.1 Ensaio de Composição
Este ensaio avalia a veracidade da
informação presente na etiqueta sobre o tipo e o percentual
de cada fibra utilizada na confecção do tecido a partir
do qual a camisa é produzida, ou seja, avalia-se se a informação
declarada corresponde ao produto que está sendo oferecido
ao consumidor.
Figura 02 - Destaque nas informações
sobre a composição, em uma das amostras analisadas
pelo Inmetro.
No exemplo mostrado acima, na figura
02, podemos observar como a informação sobre a composição
do tecido vem descrita na etiqueta. Essa composição
é avaliada submetendo-se amostras retiradas do produto a
ensaios de queima, a fim de determinar a natureza da fibra (natural
ou sintética), ensaios microscópicos e ensaios químicos.
O resultado é o percentual de cada fibra presente na composição
do produto. Essa informação, obtida através
dos ensaios, é comparada com a declarada na etiqueta.
Resultado: TODAS as marcas analisadas
foram consideradas conformes.
6.2 Avaliação
Formal da Etiqueta
Neste ensaio são avaliadas
as informações apresentadas na etiqueta da camisa,
segundo os seguintes critérios:
- Se a composição da camisa
é apresentada em ordem decrescente, ou seja, da proporção
maior para a menor. Essa exigência decorre da necessidade
do consumidor não se enganar ao comprar um produto têxtil,
achando que a roupa é toda composta de uma pequena proporção
da composição do tecido Logo, por esse motivo, a
informação sobre a maior quantidade de tecido deve
ser a primeira informação.
- Se existem informações
sobre a empresa fornecedora do produto (CNPJ, nome da empresa,
etc.);
- Se as informações
sobre as instruções para conservação
adequada do produto (lavagem, alvejamento a base de cloro, secagem,
passar à ferro e lavagem a seco) estão descritas
na ordem correta e são adequadas ao tecido utilizado na
confecção do produto têxtil. Cabe destacar
que o método de conservação está diretamente
relacionado à composição do produto.
Resultado: Das 11 marcas avaliadas,
03 apresentaram não conformidades em relação
à avaliação formal das informações
presentes na etiqueta. São elas: camisa de Portugal (treino)
da Nike, camisa da Suíça da Puma e camisa da Inglaterra
da Umbro.
As Não Conformidades encontradas
estão descritas a seguir:
- Camisa de Portugal: a informação
sobre a passadoria, ou seja, que cuidados o consumidor deve ter
ao passar a camisa com o ferro, está em desacordo com a
descrição dada pelo próprio fornecedor do
produto. Enquanto que o símbolo indica "temperatura
máxima de 150°C", etiqueta fornece ao consumidor
a seguinte instrução: "passar com ferro frio".
Além de contraditórias, as informações
passadas não são adequadas ao tecido utilizado na
confecção da camisa. Pelo fato da composição
ser 100% poliéster, a temperatura máxima para passar
essa roupa com o ferro pode ser de até 80°C, ou seja,
as duas informações apresentadas na etiqueta estão
incorretas. A figura abaixo mostra a etiqueta avaliada.
Figura 03 - Destaque nas informações
não conformes, em relação à regulamentação
do Inmetro.
Uma informação incorreta,
como a fornecida pela etiqueta da camisa de Portugal, pode acarretar
um prejuízo econômico ao consumidor, caso ele siga
a orientação de passadoria com a temperatura acima
da permitida para o poliéster, como indica o símbolo
acima, destacado na figura 02.
-
Camisa da
Suíça: as instruções sobre os
cuidados de conservação com a camisa estão
fora de ordem. De acordo com a regulamentação
têxtil, a simbologia deve seguir a seguinte ordem: lavagem,
alvejamento à base de cloro, secagem, passadoria e limpeza
a seco, de acordo com a norma vigente, como demonstrado a seguir:
Figura 04 - Etiqueta com
a ordem dos símbolos em desacordo com à regulamentação
do Inmetro.
Podemos observar, na figura 03,que
a simbologia que aparece na etiqueta não foi apresentada
na mesma sequência que a legislação especifica.
O estabelecimento de uma seqüência serve para facilitar
o entendimento do consumidor com relação à
simbologia, pois é a seqüência natural de cuidados
que o consumidor deve ter com os artigos têxteis.
- Camisa da Inglaterra: esta etiqueta
induz o consumidor a acreditar que existe um filamento têxtil
de prata na composição do tecido, enquanto que,
de acordo com o laboratório, foi feito um acabamento com
prata, em cima do fio da poliamida.
Figura 05 - Etiqueta com
a informação de composição em desacordo
com à regulamentação do Inmetro.
Resultado Geral
A tabela apresentada a seguir
descreve os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas
analisadas e o resultado geral:
Marcas Analisadas
|
Tabela 02 Resultado Geral
|
Ensaio
de Composição |
Avaliação
da Etiqueta
|
Resultado |
Alemanha
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Argentina
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Brasil
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Brasil (baby look)
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
França
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Inglaterra
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme |
Itália
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
México
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Portugal
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme |
Suécia
|
Conforme
|
Conforme |
Conforme |
Suíça
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Não
Conforme |
Os ensaios permitiram constatar
que 27% das marcas analisadas tiveram amostras consideradas não
conformes à legislação e, conseqüentemente,
ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor,
segundo o art. 6°, que trata dos direitos básicos do
consumidor, no inciso III, que diz:
"III - a informação adequada e clara sobre
os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de qualidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;"
Informações
para o Consumidor
Para
que o consumidor adquira produtos que atendam às suas expectativas,
ele deve ser capaz de interpretar corretamente todas as informações
disponibilizadas. O Inmetro disponibiliza, através do site2,
cartilha educativa com informações úteis sobre
as etiquetas têxteis, inclusive sobre os símbolos de
conservação e seus significados, explicando também
a importância de se utilizar estas informações
no momento de decidir sobre a sua compra.
É importante que o consumidor sempre peça a nota fiscal,
no momento da compra, pois, no caso de precisar fazer alguma reclamação,
seja com o fabricante ou fornecedor, que traga algum prejuízo
na utilização da camisa, seja financeiro, no caso
de uma instrução informar uma temperatura de passadoria
acima da suportada pelo tecido, seja prejuízo à saúde,
no caso de não haver informação correta de
um tipo de tecido e este causar alergia ao usuário, essa
nota é uma garantia para o consumidor.
A etiqueta nos fornece muitas informações. Ao consultá-la,
deve-se estar apto a ter conhecimento dos seguintes requisitos:
- Qual é a temperatura ideal
para lavar, alvejar, secar e passar a sua roupa;
- Qual é o tipo de tecido
que estará comprando, ou seja, quais são as fibras
presentes na sua composição;
- Se é permitido usar alvejante
(água sanitária) ou não;
- Se é permitido centrifugar
a roupa na máquina de lavar;
- O país de origem do produto,
ou seja, onde ele foi fabricado;
- A posição ideal para
secagem: se, durante a secagem, a roupa deve estar na vertical,
na horizontal ou se é possível secar na vertical
sem torcer;
- Se, ao lavar a roupa, devemos usar
a rotação mais branda da máquina de lavar;
- O nome da empresa ou marca registrada
do fabricante ou importador e CNPJ. Essa informação
é importante para que o consumidor saiba a quem deve recorrer
no caso de problemas com o produto.
- Instruções de lavagem.
A etiqueta a seguir é utilizada
como exemplo com o objetivo esclarecer os significados dos símbolos
de conservação que podem ser encontrados na etiqueta
de um produto têxtil.
Figura 06 - Exemplo de etiqueta têxtil
em conformidade em relação à regulamentação
do Inmetro
É importante que os consumidores
saibam identificar e interpretar as instruções de
cuidado com seus artigos têxteis, de acordo com a simbologia
apresentada. Ao seguir as recomendações dos fabricantes
é maior a possibilidade do produto ter mais tempo de uso.
A etiqueta mostrada acima apresenta todas as instruções
de maneira correta, ou seja, está em conformidade com à
legislação vigente. Abaixo são descritos os
significados de alguns símbolos presentes na etiqueta, na
ordem da esquerda para direita:
- O primeiro símbolo diz respeito
à lavagem. E o valor numérico dentro do símbolo
indica a temperatura adequada da água durante a lavagem.
A barra embaixo significa que a ação mecânica
da máquina deve ser branda;
- O segundo símbolo significa
alvejamento à base de cloro (D) o "X" indica
que não é permitido usar alvejantes à base
de cloro;
- O símbolo de um quadrado
quer dizer que estamos tratando do processo de secagem, após
a lavagem. O círculo dentro do quadrado significa limpeza
a seco. A combinação destes símbolos nos
permitem entender que é possível a secagem em tambor
rotativo. O ponto no centro nos indica que a temperatura selecionada
deve ser a mínima;
- Este penúltimo símbolo,
cujo desenho é o de um ferro de passar roupa, nos diz informações
sobre como deve ser o processo de passadoria, ou seja, como deve-se
passar a roupa à ferro. O ponto dentro do símbolo
significa que o ferro deve ser regulado para uma temperatura máxima
de 110°C, ou seja, deve-se evitar usar ferro a vapor ou prensa,
pois corre-se o risco de danificá-la.
- O último símbolo
" " indica o processo de limpeza a seco. O "X"
indica que não se deve limpar o produto a seco, nem utilizar
solventes para a remoção de manchas.
Posicionamento Dos Fabricantes
Após a conclusão
dos ensaios, os fabricantes que tiveram amostras de seus produtos
analisadas receberam cópias dos laudos de seus respectivos
produtos, enviadas pelo Inmetro, tendo sido dado um prazo de, no
mínimo, 5 dias úteis para que se manifestassem a respeito
dos resultados obtidos.
A seguir, são relacionados os fabricantes que se manifestaram
formalmente, através de faxes, e-mails ou correspondências
enviados ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos:
Fabricante:
Adidas do Brasil (Modelos analisados: Alemanha, Itália e
França)
"A adidas, desde sua origem, prima
pela qualidade e ética no desenvolvimento de seus produtos.
É com grande satisfação que recebemos a constatação
de que os itens avaliados foram classificados como em CONFORMIDADE
dentro dos critérios de avaliação físico
química e em relação aos aspectos formais das
etiquetas, estabelecidos por uma instituição tão
séria e respeitada como o Inmetro. A adidas do Brasil segue
à disposição do Inmetro para futuras análises,
partilhando de suas intenções de melhoria contínua
da qualidade da indústria nacional."
Fabricante:
Drastosa S.A. (comercializado pela Nike do Brasil - modelos analisados:
Brasil, México e Portugal)
"Prezados Senhores,
Acusamos recebimento de correspondência sobre a análise
de 3 produtos Nike - camisas de Portugal, Brasil e México.
Com relação à não conformidade apontada
pelo Inmetro na avaliação formal da etiqueta da camisa
de Portugal, constatamos que a mesma ocorreu devido a um erro do
fornecedor de etiquetas para um lote de produtos deste modelo. Informamos
que realizamos um controle de qualidade por amostragem nas peças
e este problema infelizmente não foi detectado.
Solicitamos que os consumidores que tenham qualquer dúvida
ou eventualmente tenham tido problemas no cuidado com o produto
entrem em contato com o SAC Nike - nikevoce.com.br.
As informações acima já foram enviadas à
produção do programa Fantástico.
Agradecemos a oportunidade de prestar esclarecimentos sobre nossos
produtos."
Fabricante: Puma
(Modelos analisados: Itália e Suíça)
"Já analisamos o problema,
e detectamos que foi um erro de impressão da etiqueta, visto
que nas outras camisas que averiguaram estavam corretas, sendo elas
do mesmo fornecedor. Já avisamos nosso fabricante, e o erro
já está sendo solucionado.
Estamos a disposição para maiores dúvidas."
Fabricante:
Umbro Ind. e Com. Ltda (Modelos analisados: Inglaterra e Suécia)
"A Umbro importa as camisas
oficiais da seleção da Inglaterra devido à
crescente demanda em nosso mercado consumidor pelos produtos, reconhecidos
pelo design e tecnologia aplicados e desenvolvidos exclusivamente
pela marca para camisas de futebol.
A camisa possui nos recortes laterais tecido com a tecnologia Xstatic,
que consiste na aplicação de íons de prata
fundidos na fibra de poliamida (99,9% de cobertura). A composição
têxtil especificada pelo fornecedor da camisa na China, para
cada peça é de 95,4% poliéster, 4,3% poliamida
e 0,3% de Xstatic.
Procuramos especificar a prata na etiqueta do produto para chancelar
a tecnologia divulgada para os lojistas e consumidores, dando assim,
maior credibilidade ao produto em questão.
Como não há a tecnologia desenvolvida no Brasil e
por conseqüência identificada como fibra têxtil
na regulamentação brasileira, utilizamos a menção
deste material como um elemento agregado à poliamida para
dar o diferencial requerido.Este produto em questão já
está descontinuado em nosso fornecedor. Estaremos corrigindo
esta não conformidade para os próximos lotes a serem
importados. Para tal solicitamos orientação de como
proceder a fim de nos adequar à regulamentação
do Inmetro."
Anexa cópia deste documento encaminhada via fax, assim como
descritivos técnicos sobre a tecnologia Xstatic."
Conclusões
Os resultados obtidos nessa
análise revelaram uma tendência de conformidade das
informações presentes nas etiquetas das camisas das
seleções nacionais de futebol em relação
às normas e regulamentos técnicos vigentes, já
que dos 11 modelos analisados, apenas 03 apresentaram alguma não
conformidade.
A realização desta análise tem como objetivo
demonstrar a importância da etiqueta têxtil e que não
basta a informação estar disponibilizada, ela deve
ser confiável e o consumidor deve criar o hábito de
lê-la e ser capaz de interpretá-la. De um lado o Inmetro
exige e fiscaliza os fabricantes em relação à
etiqueta, para que ela forneça os cuidados necessários
com as roupas, tecidos, entre outros. De outro lado, o consumidor
deve saber utilizar essa informação. É importante
que o consumidor guarde a nota fiscal referente à compra
do produto, para o caso de algum problema que demonstre não
conformidade das informações apresentadas em relação
à composição ou ao uso do produto, quando de
acordo com as instruções fornecidas.
É importante observar que a etiqueta têxtil é
um produto regulamentado e fiscalizado pelo Inmetro. Ou seja, os
fiscais da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (RBMLQ)
atuam em todos os estados brasileiros, através dos Institutos
de Pesos e Medidas (IPEM), que são órgãos estaduais
delegados do Inmetro para a execução da atividade
de fiscalização, para avaliar se os produtos têxteis
são comercializados em conformidade com os critérios
estabelecidos pela regulamentação.
Desse modo, as não conformidades detectadas nesta análise
serão enviadas ao IPEM-RJ, estado onde foram adquiridas as
camisas, para que as medidas legais sejam tomadas.
Conseqüencia
Data
|
Consequência
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25/06/2006
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Divulgação
no Programa Fantático - Rede Globo de Televisão |
28/06/2006
|
Divulgação
no Jornal "Ëxtra" |
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