.: Blocos de Concreto para Alvenaria
sem Função Estrutural :.
Objetivo
Justifiticativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório
Responsável pelos Ensaios
Marcas Analisadas
Amostragem, Critérios
de Aceitação e Rejeição, Ensaios Realizados
e Resultados Obtidos
Resultado Geral
Conclusões
Posicionamento dos
Fabricantes
Consequências
Objetivo
A apresentação
dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de 15
(quinze) diferentes marcas de Bloco de Concreto para Alvenaria consiste
em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos, um
dos processos do projeto Educação para o Consumo,
coordenado pela Divisão de Educação para Qualidade
do Inmetro. Esse Programa tem por objetivos:
a) manter o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas,
contribuindo para que ele faça escolhas bem fundamentadas,
tornando-o consciente de seus direitos e responsabilidades;
b) fornecer subsídios, através da informação,
sobre a tendência da conformidade dos produtos disponíveis
no mercado, para a indústria nacional melhorar continuamente
a qualidade de seus produtos e serviços;
c) diferenciar os produtos e serviços disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade,
tornando a concorrência mais equalizada;
d) tornar o consumidor parte efetiva do processo de melhoria
da qualidade do setor produtivo nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar
marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem
ou não em conformidade com as especificações
contidas em um Regulamento ou Norma Técnica indica uma tendência
do setor em termos de qualidade.
A partir dos resultados obtidos, são definidas as medidas
de melhoria necessárias para que o consumidor tenha, à
sua disposição no mercado, produtos e serviços
seguros e adequados às suas necessidades.
Justifiticativa
A análise da conformidade
das amostras de Blocos de Concreto para Alvenaria sem Função
Estrutural vai ao encontro do Procedimento do Programa de Análise
de Produtos no que diz respeito à seleção do
produto a ser analisado, priorizando aqueles de consumo intensivo
e extensivo pela sociedade e que estejam relacionados à questões
que envolvam a segurança do consumidor.
Atualmente,
podemos definir o termo alvenaria como sendo o conjunto coeso e rígido
de tijolos ou blocos, denominados unidades de alvenaria, conformado
em obra e unidos entre si por meio da interposição de
argamassa, projetado para resistir a esforços de compressão.
As funções básicas da alvenaria são: divisão
dos cômodos de uma residência, por exemplo, vedação,
proteção, resistência mecânica e isolamento
térmico e acústico.
Quanto à utilização dos blocos de concreto
vazados, destacam-se as seguintes vantagens:
-
levantamento de paredes
com maior velocidade, devido ao tamanho maior das peças
quando comparadas aos tijolos convencionais, o que também
permite que as paredes sejam erguidas com alinhamento mais definido;
- as paredes permitem a passagem de tubulações
destinadas às instalações elétricas,
telefônicas e sanitárias, eliminado o trabalho
posterior de cortar as paredes para o embutimento das canalizações.
Segundo dados fornecidos pelo SINAPROCIM - Sindicato Nacional das
Indústrias de Produtos de Cimento, o setor produtivo de artefatos
de cimento é composto por cerca de 2.500 (duas mil e quinhentas)
empresas legalmente registradas, que respondem por uma produção
mensal de 50 (cinqüenta) milhões de peças. O
comércio informal também se faz presente através
de um número representativo de empresas que trabalham à
margem da norma.
Esse número, segundo estimativa do sindicato, encontra-se
em torno de 1.000 (mil) fornecedores que, por não pagarem
impostos, comercializam produtos financeiramente mais atrativos.
Segundo o SINAPROCIM, o principal problema que o setor enfrenta
é a incidência da não conformidade praticada
intencionalmente, não só por fabricantes, mas também
pelas empreiteiras que fabricam seus próprios blocos dentro
dos canteiros de obras, não respeitando critérios
básicos que garantam a mínima eficiência do
produto como, por exemplo, o tempo de "cura", ou secagem,
do cimento usado na fabricação do produto.
Os principais pólos produtores brasileiros de artefatos de
cimento são: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná,
Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. Para se ter uma idéia da
representatividade desses estados, apenas a produção
do estado de São Paulo corresponde a cerca de 60% (sessenta
por cento) da produção nacional, empregando cerca
de 70 mil trabalhadores no segmento e com faturamento que, em 1998,
ultrapassou 1 bilhão de reais.
De acordo com o gráfico abaixo, podemos visualizar a estratificação
da produção nacional de blocos de concreto em termos
das características técnicas do produto e, consequentemente,
ao fim a que se destina na construção.
-
Blocos de Vedação:
destinam-se ao fechamento de vãos de prédios;
-
Blocos Aparentes ou Arquitetônicos:
função decorativa;
-
Blocos Estruturais: permitem
que as instalações elétricas e hidráulicas
fiquem embutidas já na fase de levantamento da obra.
Os Blocos de Vedação
e os Blocos Estruturais feitos de concreto são, aparentemente,
fisicamente idênticos. Entretanto, os Blocos Estruturais possuem
paredes mais espessas, o que lhe confere maior resistência
aos esforços de compressão e, portanto, podem ser
usados para dar sustentação às construções.
Outro dado interessante é que o setor de blocos de concreto
foi um dos 15 (quinze) da área da construção
civil que aderiu, por iniciativa própria, ao Programa Brasileiro
da Qualidade e Produtividade - PBQP, quando do relançamento
do Programa e das Metas Mobilizadoras Nacionais - MMN, em 1998,
comprometendo-se, através da apresentação de
um programa setorial da qualidade, buscar atingir a meta definida
para a área da habitação: "elevar até
90%, até o ano 2002, o percentual médio de conformidade
com as normas técnicas dos produtos que compõem a
cesta básica de materiais de construção".
De acordo com a Secretaria de Política Urbana, da Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República,
responsável pela coordenação da Meta da Habitação,
a adesão voluntária de fabricantes de materiais de
construção, de empresas de projetos e da indústria
da construção civil permite a evolução
contínua da qualidade de seus produtos e serviços
que, aliada à redução dos custos de fabricação,
possibilita o aumento progressivo da construção de
habitações para as populações de baixa
renda.
Neste relatório serão apresentadas as descrições
dos ensaios realizados, as não conformidades detectadas,
a relevância das irregularidades encontradas na questão
da segurança do consumidor e as principais conclusões
a respeito dos resultados encontrados.
Normas e Documentos de Referência:
Os ensaios foram realizados
com base na norma NBR 7.713, de fevereiro de 1982: Blocos Vazados
de Concreto Simples para Alvenaria sem Função Estrutural
- Especificação.
Laboratório Responsável pelos Ensaios:
Os ensaios foram realizados
pelo Laboratório de Tecnologia de Materiais e Produtos para
Construção Civil da empresa CONCREMAT Engenharia e
Tecnologia S/A, integrante da Rede Brasileira de Laboratórios
de Ensaios - RBLE e referência em atividades de controle da
qualidade em construção civil.
Marcas Analisadas:
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado
e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como
o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras
entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do
produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para
um melhor atendimento do mercado. O acompanhamento que fazemos
pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período
de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes
estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos
mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto
aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Amostragem, Critérios de Aceitação
e Rejeição, Ensaios Realizados e Resultados Obtidos:
Foram compradas 30 (trinta)
unidades de cada marca de bloco de concreto sem função
estrutural para que fossem submetidas aos ensaios previstos pela
norma técnica. Desse montante, 12 (doze) unidades destinaram-se
aos ensaios de desempenho, enquanto outras 12 (doze) unidades permaneceram
em posse do laboratório, caso houvesse a necessidade de repetição
de um determinado ensaio por solicitação do fabricante
do produto.
Essa repetição, prevista pelo Procedimento do Programa
de Análise de Produtos, é concedida ao fabricante
que fornece ao Inmetro documentos, com argumentos tecnicamente convincentes,
que comprovem que a empresa possua um sistema da qualidade minimamente
implantado e que a mesma realiza ensaios regulares em seus produtos.
As 06 (seis) peças restantes foram adquiridas como sobressalentes,
ou seja, para serem utilizadas caso algumas peças fossem
danificadas durante o transporte da fábrica para o laboratório.
Das 12 (doze) peças utilizadas para a realização
dos ensaios, 06 (seis) destinaram-se à realização
dos ensaios de Inspeção Visual, Verificação
Dimensional e Determinação da Resistência à
Compressão. As outras 06 (seis) foram utilizadas durante
os ensaios de Determinação da Absorção
de Água e Determinação do Teor de Umidade.
Os critérios, definidos pela norma técnica, utilizados
para classificar as amostras como Conforme ou Não Conforme,
são os seguintes:
Se,
pelo menos, 20% das amostras analisadas apresentarem qualquer
dimensão fora da tolerância normativa, ou seja,
como foram utilizadas 6 (seis) peças, basta que uma
peça seja considerada não conforme.
De
acordo com o fluxograma a seguir.
6.1.
Características Físicas e Mecânicas:
6.1.1.
Verificação das Superfícies:
Esse ensaio verifica, através
de inspeção visual, se as amostras de blocos de
concreto analisadas atendem às seguintes características
físicas estabelecidas pela norma:
- devem ter arestas vivas;
- não devem apresentar trincas,
fraturas, imperfeições ou outros defeitos;
- devem ter superfície suficientemente
áspera para garantir uma boa aderência, não
sendo permitida qualquer pintura que oculte defeitos eventualmente
existentes no bloco.
O não atendimento aos
requisitos normativos indica que os blocos possam ter o seu assentamento
prejudicado, ou afetar a resistência ou a durabilidade da
construção.
Das 15
(quinze) marcas analisadas, 05 (cinco) foram consideradas não
conformes, pois apresentavam imperfeições, principalmente,
no que se refere ao paralelismo entre as faces. São elas:
F, G, M, N e P.
6.1.2.
Determinação da Absorção de Água
(Parâmetros: Absorção
de Água: para Valores Médios £ 10%; para Valores
Individuais £ 15%)
Esse ensaio verifica o percentual
de água absorvido pela amostra, ou seja, se o bloco de concreto
é impermeável ou não à penetração
de água.
Essa característica está diretamente relacionada à
segurança das construções que, devido ao acréscimo
imprevisto de peso dos blocos sobre as estruturas, podem vir a desabar,
colocando em risco a vida dos usuários dessas habitações.
Além disso, paredes de blocos de concreto que não
possuem impermeabilidade revelam problemas na aderência da
argamassa, pois a água existente na composição
do produto é absorvida, resultando em uma massa seca sem
poder de fixação.
Nesse ensaio, as amostras da marca D
foram consideradas não conformes pois apresentaram percentual
médio de absorção de água superior a
10% (dez por cento), indicando que a parede construída com
esses tijolos pode sofrer aumento de carga quando exposta à
chuva, podendo acarretar problemas estruturais à construção.
As amostras das demais
marcas foram consideradas conformes.
6.1.3. Determinação do Teor de Umidade
(Parâmetro: Teor de Umidade £ 4,0%)
Esse ensaio simula o comportamento dos blocos de concreto quando
expostos às condições ambientais, com o objetivo
de verificar se as amostras são higroscópicas, ou
seja, se absorvem umidade.
O ensaio de Determinação do Teor de Umidade é
realizado respeitando-se o "tempo de cura" mínimo
do cimento utilizado para a fabricação do bloco, ou
seja, 28 dias, antes do qual, a conformação do concreto
não está completa e, portanto, suas características
de desempenho não são garantidas.
Nesse ensaio, 03 (três), das 15 (quinze) marcas analisadas,
B, I e O, foram consideradas não conformes, pois apresentaram
teor de umidade acima do permitido pela norma, indicando que o produto
pode ter suas características mecânicas comprometidas,
principalmente, quando exposto a ambientes úmidos, como galpões
de armazenamento de lojas de materiais de construção
e pátios de fábricas.
As demais marcas analisadas foram consideradas conformes.
6.1.4.
Determinação da Resistência à Compressão
Mínima
(Parâmetros: Resistência à
Compressão: para Valores Médios ³ 2,5 MPa; para
Valores Individuais ³ 2,0 MPa)
A verificação dessa característica é
fundamental para determinar a segurança estrutural da edificação,
pois verifica a capacidade de carga que os blocos de concreto para
vedação suportam quando submetidos a forças
exercidas perpendicularmente sobre suas faces e determina se as
amostras oferecem resistência mecânica adequada, simulando
a pressão exercida pelo peso da construção.
O não atendimento aos parâmetros normativos mínimos
indica que a parede poderá apresentar problemas estruturais
como rachaduras e, consequentemente, oferecerá riscos de
desabamento à construção.
Das 15 (quinze) marcas analisadas, 05 (cinco) foram consideradas
não conformes, pois apresentaram valores de resistência
à compressão inferiores aos parâmetros normativos,
tanto para valores médios, como para valores individuais.
São elas: F, G, M, N e P.
A tabela II descreve os valores obtidos pelas amostras consideradas
não conformes durante o ensaio.
Tabela
II
Marcas Não Conformes
|
Valores de Resistência à Compressão
(RC)
|
Individuais (RC ³ 2,0 MPa)
|
Médios (RC ³ 2,5 MPa)
|
1º
|
2º
|
3º
|
4º
|
5º
|
6º
|
F
|
2,8
|
3,1
|
2,5
|
1,7
|
1,5
|
1,6
|
2,2
|
G
|
1,0
|
1,3
|
1,6
|
2,0
|
1,3
|
1,9
|
1,5
|
M
|
1,4
|
2,1
|
1,7
|
1,7
|
1,6
|
2,3
|
1,8
|
N
|
2,5
|
1,2
|
2,1
|
2,5
|
2,0
|
2,1
|
2,1
|
P
|
2,7
|
2,3
|
1,9
|
2,3
|
2,1
|
2,7
|
2,3
|
6.2.
Verificação das Dimensões Nominais (Largura,
Altura, Comprimento e Espessura das Paredes)
Foram verificadas as três dimensões principais do produto,
largura (L), altura (H) e comprimento (C), além da espessura
das paredes, e sua conformidade aos parâmetros definidos pela
norma técnica. Vide figura a seguir.
As não conformidades
detectadas nesse ensaio indicam que pode ter ocorrido falha no controle
de fabricação do produto e no controle de aprovação
de lote que libera o material para saída da fábrica.
Dessa forma, o consumidor encontrará no mercado produtos
despadronizados e, ao comprá-los, terá problemas ao
longo da construção em função das diferenças
de tamanhos apresentadas, obrigando o construtor a fazer improvisos
e aumentando o desperdício de material e financeiro durante
a obra.
No que se refere à verificação da espessuras
das paredes dos blocos de concreto vazados, ou seja, "furados"
(ver desenho acima), as não conformidades encontradas no
produto têm influência direta sobre a resistência
mecânica à compressão. Quanto menor a espessura,
menor será a resistência e, consequentemente, haverá
o comprometimento estrutural da construção.
Deve ser destacado que todas as amostras compradas deveriam apresentar
as seguintes dimensões, de acordo com as definições
da norma: 140 mm para largura; 190 mm para altura e 390 mm para
comprimento e solicitou-se, no momento da compra, que o responsável
por cada marca identificasse, na nota fiscal de compra do produto,
as dimensões utilizadas para fins de comercialização.
Pela análise das dimensões constantes nas notas fiscais,
verificou-se que 05 (cinco), dos 15 (quinze) fabricantes analisados,
informavam as seguintes dimensões: 150 mm para largura; 200
mm para altura e 400 mm para comprimento.
Essas dimensões são classificadas como "fora
de norma".São eles: B, G, H, M e O. Para esses fabricantes,
a verificação dimensional foi feita com base nos tamanhos
informados e não com base nos parâmetros normativos,
pois, como pode ser observado, são tamanhos maiores do que
os exigidos pela norma o que, para o consumidor, pode representar
certas vantagens, como a necessidade de comprar número menor
de peças, desde que o informado corresponda, efetivamente,
à dimensão do produto colocado à venda no mercado.
Dos 10 (dez) fabricantes que indicavam as dimensões de acordo
com a norma, ou seja, 140x190x390
mm, 06 (seis) foram classificados como não
conformes, pois apresentavam, pelo menos, uma das dimensões
medidas fora da tolerância normativa. São eles: C,
D, F, J, N e P.
A tabela III descreve os valores individuais medidos para cada dimensão
para as marcas consideradas não conformes e os parâmetros
especificados pela norma.
Tabela
III
(140x190x390 mm)
Marcas Não
|
Dimensões Medidas ( em mm)
|
Conformes
|
Largura (L)
|
Altura (H)
|
Comprimento (C)
|
C
|
140
|
142
|
141
|
140
|
140
|
142
|
187
|
187
|
188
|
188
|
188
|
187
|
392
|
391
|
392
|
392
|
392
|
391
|
D
|
142
|
141
|
141
|
141
|
142
|
141
|
189
|
187
|
190
|
186
|
189
|
188
|
392
|
391
|
392
|
391
|
392
|
391
|
F
|
142
|
143
|
143
|
142
|
142
|
142
|
191
|
183
|
184
|
193
|
190
|
192
|
386
|
381
|
382
|
382
|
382
|
383
|
J
|
141
|
140
|
140
|
141
|
140
|
140
|
194
|
194
|
194
|
194
|
194
|
193
|
391
|
391
|
389
|
390
|
389
|
391
|
N
|
152
|
152
|
152
|
152
|
153
|
153
|
180
|
181
|
182
|
181
|
184
|
180
|
395
|
393
|
394
|
393
|
393
|
394
|
P
|
142
|
142
|
142
|
142
|
142
|
142
|
187
|
187
|
187
|
188
|
186
|
184
|
391
|
391
|
393
|
391
|
391
|
391
|
Parâmetros
|
138 mm £ L
£ 143 mm
|
188 mm £ H
£ 193 mm
|
388 mm £ C
£ 393 mm
|
Dos 05 (cinco) fabricantes
que indicavam as dimensões "fora de norma", ou
seja, 150x200x400
mm, 04 (quatro) foram classificados
como não conformes, pois apresentavam, pelo menos, uma das
dimensões medidas fora da tolerância normativa.
São eles: B, G, M e O.
A tabela IV descreve os valores
individuais medidos para cada dimensão para as marcas consideradas
não conformes e os parâmetros definidos a partir das
tolerâncias especificadas pela norma.
Tabela
IV
(150x200x400 mm)
Marcas Não
|
Dimensões Medidas ( em mm)
|
Conformes
|
Largura (L)
|
Altura (H)
|
Comprimento (C)
|
B
|
151
|
151
|
153
|
153
|
150
|
152
|
190
|
189
|
188
|
192
|
188
|
191
|
402
|
402
|
402
|
403
|
402
|
401
|
G
|
152
|
151
|
152
|
151
|
152
|
152
|
184
|
181
|
186
|
181
|
189
|
184
|
389
|
393
|
391
|
393
|
390
|
393
|
M
|
151
|
150
|
151
|
151
|
150
|
149
|
190
|
185
|
192
|
191
|
194
|
200
|
404
|
404
|
405
|
405
|
404
|
404
|
O
|
153
|
152
|
153
|
152
|
152
|
153
|
189
|
188
|
191
|
191
|
191
|
191
|
403
|
404
|
402
|
403
|
403
|
403
|
Parâmetros
|
148 mm £ L
£ 153 mm
|
198 mm £ H
£ 203 mm
|
398 mm £ C
£ 403 mm
|
Em relação
à verificação da espessura das paredes, todas
as amostras foram consideradas conformes.
Resultado Geral:
A tabela IV descreve os resultados
obtidos pelas amostras nos ensaios de conformidade realizados e
a conclusão final.
Tabela
IV
Ensaios
|
Marcas
|
Verificação das Superfícies
|
Absorção de Água
|
Umidade
|
Resistência à Compressão
|
Verificação
Dimensional
|
Conclusão
|
A
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
B
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
C
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
D
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
E
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
F
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
G
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
H
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
I
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
J
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
L
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
M
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
N
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
O
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
P
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
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Não Conforme
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O gráfico a seguir descreve
o número de não conformidades encontradas em cada
uma das marcas analisadas.
Conclusões:
De acordo com análise
dos resultados obtidos, concluímos que a tendência
dos blocos de concreto para alvenaria sem
função estrutural existentes no mercado é
de se apresentarem em desacordo com os parâmetros normativos
vigentes.
Das 15 (quinze) marcas analisadas, 11 (onze) foram consideradas
não conformes, ou seja, cerca de 73% (setenta e três
por cento) das marcas analisadas apresentaram irregularidades em
relação a, pelo menos, uma das características
verificadas.
O gráfico a seguir descreve o percentual de não conformidades
detectadas em cada um dos ensaios realizados.
Como pode ser observado,
o ensaio de Verificação Dimensional apresentou o maior
percentual de não conformidades. Dez marcas, ou seja, cerca
de 67% (sessenta e sete por cento) das marcas analisadas foram consideradas
não conformes. Em segundo lugar, estão os ensaios
de Verificação das Superfícies e de Determinação
da Resistência à Compressão. Este último
detectou não conformidades em 05 (cinco) marcas, ou seja,
cerca de 33% das marcas analisadas apresentaram problemas em um
requisito que possui influência direta sobre a segurança
do produto.
No ensaio de Determinação do Teor de Umidade, 03 (três)
marcas foram consideradas não conformes, enquanto que, no
ensaio de Determinação de Absorção de
Água, apenas uma marca apresentou índice de absorção
acima do parâmetro especificado pela norma técnica.
Diante dos resultados obtidos, o Inmetro convidará as partes
interessadas, ou seja, os fabricantes que tiveram amostras de seus
produtos analisadas, o laboratório responsável pela
condução dos ensaios, institutos de pesquisa, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, a entidade representativa
do setor produtivo e organismos de defesa dos consumidores, para
que sejam discutidas ações de melhoria que possam
ser adotadas visando a melhoria da qualidade do setor.
Posicionamento dos Fabricantes:
Após a conclusão dos ensaios,
os fabricantes que tiveram amostras de seus produtos analisadas
receberam cópia dos laudos do Inmetro, tendo sido dado um
prazo de 15 (quinze) dias para que se manifestassem a respeito dos
resultados obtidos.
A seguir, são relacionados os fabricantes que se manifestaram
formalmente, através de fax enviado ao Inmetro, e trechos
de seus respectivos posicionamentos.
A' - Não fez contato com o Inmetro
B' - Não fez contato com o
Inmetro
C' - Não fez contato com o
Inmetro
D' - Não fez contato com o
Inmetro
E' - Não fez contato com o
Inmetro
F' - "Visando esclarecer os resultados obtidos ... passamos
abaixo justificativas e providências:
1- Devido a recebermos dos nossos fornecedores uma matéria-prima
irregular, temos que adaptar o traço a cada dia. Estamos
pleiteando, junto aos mesmos, uma qualidade homogênea, para
que possamos trabalhar com um só traço e com isso
obtermos um só fator de resistência. Caso não
consigamos, trocaremos o fornecedor. Esclarecemos, outrossim, que
até as cimenteiras encaminharam-nos folhetos indicando que
a resistência final depende mais dos agregados utilizados,
do que do próprio cimento; embora saibamos que, no inverno,
o cimento não reage da mesma forma.
2- Estamos providenciando junto ao SEBRAE, uma intermediação
para obtermos um empréstimo, afim de adquirirmos maquinário
mais moderno (o nosso é de prensa manual), visando não
só obter maior resistência, bem como a fabricação
de blocos de primeira linha (mais liso) para assentamento aparente;
mesmo ... que testes anteriormente realizados anteriormente apresentaram
resistência compatível. Salva-nos dizer que são
testes exclusivamente de resistência.
3- Juntamente com outros fabricantes do ramo, estamos tentando nos
unir em uma associação para que tenhamos força
junto aos fornecedores; padronização de produtos e,
talvez até uma parceria junto à UFMG ou CREA, afim
de que possamos obter um certificado de qualidade para que ... possamos
atender uniformemente toda a clientela, uma vez que MATOZINHOS é
considerada a Capital do bloco em Minas."
G' - Não fez contato com o
Inmetro
H' - Não fez contato com o
Inmetro.
I' - "Recebemos ... o fax ...
com o resultado dos ensaios efetuados em nossos blocos. Temos todo
o interesse em sanar possíveis falhas ... Constatadas possíveis
falhas, imediatamente iremos tomar as devidas providências
para que o fato não se repita."
"Informamos ao respeitável Órgão que já
tomamos todas as providências possíveis com relação
ao excesso de umidade em nossos blocos.
Aperfeiçoamos a vibração em nossas linhas de
produção e melhoramos o aditivo empregado."
J' - "Tendo recebido ... relatório
... relativo ao ensaio de Blocos de Concreto para vedação
retirados em nossa empresa, cumpre-nos observar:
1. Nossos produtos são produzidos dentro de alto rigor tecnológico
e em observância às normas da ABNT.
2. Contamos em nossa empresa com laboratório onde são
ensaiados todos os insumos, bem como os produtos acabados.
3. Através do relatório de ensaios ... pode-se observar
que nossos produtos superam em muito as especificações
mínimas da ABNT.
4. Em apenas um dos quesitos da análise dimensional dos Blocos
de Concreto, na altura da peça ensaiada, apurou-se um valor
1,0 (um) mm acima do valor de tolerância especificado pela
ABNT, em parte das amostras.
Informamos que este fato ocorreu por uma ligeira falha em nosso
sistema de controle de qualidade que já foi sanada."
L' - Entrou em contato com o Inmetro,
porém não enviou posicionamento formal.
M' - Não fez contato com o
Inmetro.
N' - Não fez contato com o
Inmetro.
O' - "Com relação
aos testes feitos nos blocos tipo 0,15, gostaríamos de informar
que a altura do nosso bloco está correta (190 mm) e que na
nota fiscal é que saiu errado com 200 mm. Já está
saindo correto na nota fiscal.
Quanto à resistência, o problema é com o fornecimento
de matéria-prima (brita/pedrisco) que, às vezes, não
conseguimos que os fornecedores nos forneça os materiais
com a pureza necessária. Os fornecedores alegam também
que estão com problemas devido ao racionamento de energia
elétrica. Não existem muitos fornecedores de matéria-prima
lavada nesta região de Belo Horizonte. Assim, só temos
opção de comprar destes fornecedores.
Mas, mesmo assim, já tomamos as providências necessárias
para regularizar a resistência do bloco."
P' - Não fez contato com o
Inmetro.
Consequências:
DATA
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AÇÕES
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13/01/2002
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Divulgação no Programa Fantástico
- Rede Globo de Televisão
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14/01/2002
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Envio do relatório para o Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério
da Justiça, para o Instituto Brasileiro de Defesa
do Consumidor e para os órgãos estaduais delegados
do Inmetro.
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