.: Alicate Universal - Ferramenta Manual
(I) :.
Objetivo
Justificativa
Normas e documentos de referência
Laboratório
responsável pelos ensaios
Marcas analisadas
Informações
sobre as Marcas analisadas
Ensaios realizados e resultados
obtidos
Resultado geral
Conclusões
Conseqüências
Objetivo
A apresentação dos resultados obtidos
nos ensaios realizados em Ferramentas Manuais - Alicate
é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos
desenvolvido pelo Inmetro e que tem por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos aos Regulamentos e às Normas Técnicas, contribuindo
para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o
mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência
mais equalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios
não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das
amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações
contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do
setor em termos de qualidade, em um determinado tempo. A partir dos
resultados obtidos, são definidas, em articulação com as partes interessadas,
as ações necessárias de apoio aos setores produtivos na busca da melhoria
da qualidade dos produtos, tornando o produto nacional mais competitivo
e contribuindo para que o consumidor tenha, a sua disposição no mercado,
produtos adequados as suas necessidades.
Justificativa
A análise de conformidade realizada nas
amostras de Ferramentas Manuais vai ao encontro do Procedimento
Geral do Programa de Análise de Produtos do Inmetro quanto à seleção
dos produtos, priorizando aqueles de consumo intensivo e extensivo
pela sociedade e que estejam relacionados a questões que envolvam
a segurança dos usuários.
A reconstrução da evolução humana baseia-se
em estudos realizados nos escassos e fragmentados elementos encontrados
ao longo da História.
Esses elementos são os fósseis humanos e
os vestígios de objetos fabricados pelo homem primitivo encontrados
por arqueólogos que permitem estimar que há, aproximadamente, 4
milhões de anos, os mais antigos antepassados do homem encontravam-se
definitivamente estabelecidos na superfície terrestre.
Os vestígios descobertos refletem a evolução
humana, permitindo dividir a História em três idades, a partir da
matéria-prima utilizada para a "fabricação" destes objetos:
Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro, e revelam que o homem, desde
os tempos mais remotos, sempre criou instrumentos utilizados com
o objetivo de facilitar seus afazeres diários.
Os utensílios de uso comum se desenvolveram
de acordo com a evolução das culturas primitivas que, por sua vez,
foram se aperfeiçoando à medida que materiais mais aptos foram sendo
descobertos e novas técnicas de elaboração foram sendo utilizadas.
As descobertas mais significativas são as
ferramentas feitas de pedra e osso, relacionadas à manutenção das
necessidades fundamentais da existência humana: nutrição, moradia
e defesa.
Ao longo do tempo, o homem desenvolveu seu
cérebro e sua destreza em relação ao uso de armas e ferramentas.
Para sua fabricação as pedras mais utilizadas eram o quartzo, a
obsidiana, o sílex, a quartzita e outros materiais cristalinos capazes
de manterem-se afiados.
Foi apenas entre os anos de 9.000 e 1.000
antes de Cristo, que o homem descobriu que os metais poderiam ser
isolados de determinadas rochas e que, ao serem aquecidos a altas
temperaturas, poderiam ser modelados através do emprego de um martelo.
A descoberta de metais como o cobre, o bronze e o ferro constitui
o marco histórico do surgimento da metalurgia.
Entretanto, a descoberta mais relevante
dessa época foi a forja do ferro, dada a grande abundância que esse
metal pode ser encontrado na natureza e ao fato de que, quando misturado
ao carbono, transforma-se em aço, metal que fornece o gume mais
afiado de todos. A evidência mais antiga que se tem da utilização
do aço provém da Ásia Ocidental, entre os anos de 2.000 e 1.500
antes de Cristo, onde se fundiam e forjavam utensílios e armas.
Ao longo do tempo, a importância do aço
cresceu. Hoje, ele é utilizado como matéria-prima para a fabricação
de uma gama quase infinita de produtos manufaturados e semimanufaturados.
O aço está presente nas embalagens desenvolvidas
para a indústria alimentícia; nos botijões de gás de cozinha; nos
meios de transporte; nas torres de transmissão, transformadores,
subestações e cabos elétricos das usinas hidrelétricas, termelétricas
e nucleares; na construção civil; etc.
O aço martela, prega e aparafusa, ou seja,
é a matéria-prima principal das ferramentas manuais utilizadas pelo
homem moderno.
Atualmente, podem ser encontradas no mercado,
ferramentas com diferentes formatos, tamanhos e procedências, principalmente
de origem chinesa e indiana, que se destinam aos mais variados fins,
adaptadas para cada tipo de trabalho que se deseja realizar.
Dentre o universo de Ferramentas Manuais
existentes, o Inmetro selecionou 15 (quinze) diferentes marcas de
cada um dos três tipos mais utilizados, ou seja, daquelas ferramentas
consideradas básicas, que não devem faltar em nenhuma residência,
para a realização de pequenos trabalhos caseiros. São elas: o alicate
universal, a chave de fenda e o martelo.
Este
relatório trata da análise dos resultados obtidos
pelas amostras das marcas de Alicate Universal que foram submetidas
a uma série de ensaios que verificaram a conformidade do
produto aos parâmetros dimensionais e de desempenho das normas
de especificação existentes.
Foto: Modelo
de Alicate Universal
Normas e Documentos de Referência
Para a realização dos ensaios foram utilizadas
as seguintes normas de referência:
- NBR 9.698, de janeiro de 1987: Alicate
- Especificação
- NBR 9.700, de janeiro de 1987: Alicate
Prendedor com ou sem Corte - Verificação de Corte, Pressão e Deformação
Permanente dos Cabos
- NBR 9.701, de janeiro de 1987: Alicate
Universal - Dimensões
- Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990,
Código de Defesa do Consumidor (análise de rotulagem)
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios nas amostras de alicate universal
foram realizados pelo Laboratório de Ensaios Mecânicos e Metalurgia
e pelo Laboratório de Metrologia Dimensional do Instituto
de Pesquisas e Estudos Industriais da Faculdade de Engenharia Industrial
- FEI, localizada em São Bernardo do Campo, São Paulo.
Cabe ressaltar que o laboratório responsável
pela realização dos ensaios dimensionais possui credenciamento junto
à Rede Brasileira de Calibração - RBC do Inmetro.
Os laboratórios integrantes da RBC têm assegurada
a rastreabilidade de suas medidas a padrões nacionais, através da
calibração dos seus padrões de referência diretamente pelo Laboratório
Nacional de Metrologia - LNM.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida de uma pesquisa
de mercado realizada em 11 (onze) Estados: Goiás, Pará, Rondônia,
Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, e identificou 47 (quarenta
e sete) diferentes marcas de alicate universal, dentre as
quais, 22 (vinte e duas) eram importadas.
Considerando que uma das diretrizes do Programa
é analisar a tendência da conformidade do produto, não é necessário
analisar todas as marcas disponíveis no mercado nacional. Portanto,
foram selecionadas, com base na tradição, regionalização e participação
de cada marca no mercado nacional, 15 (quinze) marcas de alicate
universal, 09 (nove) importadas e 06 (seis) nacionais, para
que fossem submetidas aos ensaios de conformidade.
A tabela I, a seguir, relaciona os fabricantes/importadores
que tiveram amostras de seus produtos analisadas.
Tabela
I
Marcas
|
Origem
|
A
|
SP
|
B
|
China
|
C
|
Índia
|
D
|
China
|
E
|
SP
|
F
|
China
|
G
|
RS
|
H
|
China
|
I
|
Índia
|
J
|
Estados Unidos
|
K
|
Índia
|
L
|
SP
|
M
|
RS
|
Informações sobre as Marcas Analisadas
Com relação
às informações contidas na homepage sobre
os resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos
as marcas dos produtos analisados apenas por um período
de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
As informações geradas pelo Programa de Análise
de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado
e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio,
como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas
imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente
observado.
Só a certificação dá ao consumidor
a confiança de que uma determinada marca de produto está
de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos
técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação
do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através
de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização
nos postos de venda, o que propicia uma atualização
regular das informações geradas.
Quando identificada a necessidade, após a divulgação
dos resultados, são promovidas reuniões com fabricantes,
consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT Associação
Brasileira de Normas Técnicas e outras entidades que
possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão.
Nessa reunião são definidas ações
para um melhor atendimento do mercado.
O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um
período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período
em que os fabricantes estão se adequando e promovendo
ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores,
não identificar as marcas que foram consideradas não
conformes.
Uma última razão diz respeito ao fato de a INTERNET
ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas
para o país.
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
De acordo com solicitação do laboratório
responsável pelos ensaios, foram compradas quatro amostras de cada
uma das marcas de Alicate Universal selecionadas, para que
fossem submetidas a 12 (doze) ensaios de conformidade que foram
divididos em três categorias, nas quais verificaram-se diferentes
características do produto. Antes de iniciarmos a descrição dos
ensaios e seus respectivos resultados, cabe ressaltar que, em muitos
momentos, serão utilizados termos referentes às partes do alicate
que, para muitos, podem não ser usuais. Portanto, a inserção do
desenho a seguir visa minimizar dúvidas que possam surgir quanto
à identificação da localização de pontos específicos no produto.
6.1. Verificação
das Marcações
De acordo com a norma técnica, o alicate
universal deve apresentar, de forma indelével, ou seja, permanente,
a identificação do fabricante e a letra da classe de aplicação
(H ou W) do produto, além de fazer referência à norma de especificação.
- Classe H: para corte de arames duros,
como os de aço para molas;
- Classe W: para cortes de arames de materiais
moles, como os de alumínio, chumbo, cobre, bronze, entre outros.
A indicação das letras H ou W é uma informação
importante, pois refere-se à aplicabilidade do alicate e, portanto,
deve estar disponível para o consumidor que decidirá, no momento
da compra, que produto é o mais indicado para as suas necessidades.
Essas indicações devem ser feitas, em relevo, no corpo do alicate
e não apenas na embalagem descartável do produto.
Todas as amostras das marcas analisadas
apresentaram não conformidades nesse ensaio em função da ausência
de, pelo menos, uma das informações de caráter obrigatório.
A tabela II descreve as irregularidades
detectadas em cada uma das marcas.
Tabela
II
Marcas
|
Informações Ausentes
|
A |
classe de aplicação e número da norm
|
B |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
C |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
D |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
E |
classe de aplicação e número da norma
|
F |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
G |
classe de aplicação e número da nor
|
H |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
I |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
J |
classe de aplicação e número da norma
|
K |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
L |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
M |
classe de aplicação e número da norma
|
N |
classe de aplicação e número da norma
|
O |
identificação do fabricante, classe de aplicação e número
da norma
|
De acordo com os resultados encontrados,
podemos concluir que nenhuma amostra das marcas analisadas fazia
referência à norma técnica e à classe de aplicação do alicate e
apenas 06 (seis), 40% (quarenta por cento) do total, traziam a identificação
do fabricante marcada no corpo do produto.
6.2. Características
Físicas e Mecânicas
6.2.1. Acabamento
Esse ensaio tem por objetivo verificar,
através de inspeção visual, se a superfície das amostras de alicate
universal analisadas apresentam as seguintes características:
- ausência de rebarbas, nódulos, incrustações,
trincas e fissuras;
- tratamento de superfície (jato de areia,
esmerilhamento);
- proteção anticorrosiva.
Na ausência de proteção anticorrosiva, os
alicates devem ter suas partes metálicas engraxadas.
Nesse ensaio, das 15 (quinze) marcas
analisadas, apenas a amostra da marca Ferimte
(importada) foi considerada não conforme. A amostra apresentava
pontos de corrosão (ferrugem) na cabeça e uma grande área corroída
na região entre a articulação e junto ao início do revestimento
plástico do cabo.
6.2.2. Manejabilidade
Esse ensaio verifica se as amostras de alicate
universal analisadas não oferecem dificuldades de manuseio para
o usuário do produto, através da verificação das seguintes características:
Cabos:
- se foram fabricados de maneira que proporcionem
perfeito agarramento e que evitem deslizamentos acidentais das
mãos;
- se as pontas dos cabos não devem encostar-se
quando a mandíbula estiver fechada.
Todas as amostras analisadas foram
consideradas conformes.
Cabeça:
- se as articulações possuem folgas perceptíveis;
- se as articulações deslizantes são perfeitamente
deslocáveis e firmemente traváveis em todo seu curso de deslocamento;
- se o alicate pode ser aberto e fechado
sem dificuldades (percalços).
Das 15 (quinze) marcas analisadas, 09 (nove),
sendo 07 (sete) importadas e 02 (duas) nacionais, o que representa
60% (sessenta por cento) do total de marcas analisadas, foram consideradas
não conformes em, pelo menos, uma das características verificadas.
A tabela III descreve as irregularidades
apresentadas por cada uma das marcas consideradas não conformes.
Tabela
III
Marcas
|
Não Conformidades Encontradas
|
B |
folga perceptível
ocorrência de percalços
curso reduzido
|
C |
folga perceptível
ocorrência de percalços
|
D |
ocorrência de percalços
|
F |
folga perceptível
|
H |
ocorrência de percalços
|
I |
folga perceptível
|
K |
folga perceptível
|
L |
ocorrência de percalços
|
M |
folga perceptível
|
6.2.3. Empenamento
Esse ensaio verifica se as amostras analisadas
apresentam algum empenamento.
Todas as amostras analisadas foram
consideradas conformes.
6.2.4. Material
Utilizado, Tratamento Térmico e Descarbonetação
Nesse ensaio foi verificado o material utilizado
para fabricação do produto e o tipo de tratamento térmico ao qual
o material foi submetido.
De acordo com a norma técnica, o alicate
universal deve ser fabricado a partir do aço e,
em relação ao tratamento térmico, o alicate universal, inclusive
as articulações, devem ser temperados ou revenidos.
O esquema abaixo descreve o processo de
tratamento térmico ideal ao qual o alicate deve ser submetido para
adquirir propriedades mecânicas adequadas aumentando sua resistência
(dureza), sem deixá-lo muito "duro", o que o torna frágil,
ou muito "mole".
Barra de Aço => Forjamento =>
Normalização => Têmpera => Revenimento
=> Peça Pronta
A barra de aço "in natura"
passa por um forno, a uma temperatura em torno de 1.000°C, transformando-se
em aço maleável. No processo de forjamento, o aço é colocado
em um molde com o formato da peça que se deseja produzir, onde sofre
um resfriamento lento. A etapa de normalização tem por objetivo
corrigir a microestrutura do aço, modificada durante a forja, tornando-a
homogênea. Durante essa etapa, a peça já possui a forma do alicate,
porém apresenta dureza baixa, ideal para a usinagem, onde a peça
é trabalhada, ou seja, onde os detalhes do alicate (dentes da mandíbula,
área de corte) são formados. Durante a têmpera, o alicate
é submetido a uma nova elevação de temperatura, cerca de 900°C,
o que torna a superfície muito dura, deixando-a muito resistente
ao desgaste, porém, extremamente frágil, isto é, podendo quebrar
ou trincar facilmente. O revenimento é a última etapa do
processo de tratamento térmico, onde a peça é mais uma vez submetida
a elevação de temperatura, cerca de 500°C, para reduzir a dureza.
A tabela IV relaciona as marcas, o tipo
de material utilizado para a fabricação do produto e as não conformidades
encontradas.
Tabela
IV
Marcas
|
Tipo de Material
|
Conclusão
|
A
|
aço temperado e revenido
|
Conforme
|
B
|
ferro fundido temperado
|
Não Conforme
|
C
|
aço temperado
|
Conforme
|
D
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
E
|
aço temperado
|
Conforme
|
F
|
aço temperado
|
Conforme
|
G
|
aço temperado e revenido
|
Conforme
|
H
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
I
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
J
|
aço temperado e revenido
|
Conforme
|
K
|
aço temperado e revenido
|
Conforme
|
L
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
M
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
N
|
aço normalizado
|
Não Conforme
|
O
|
aço temperado
|
Conforme
|
Como pode ser observado, das 15
(quinze) marcas analisadas, 06 (seis), sendo 03 (três) importadas
e 03 (três) nacionais, 40% (quarenta por cento) do total, foram
consideradas não conformes, pois não atendiam às especificações
da norma quanto ao tratamento térmico que o material utilizado para
fabricação do alicate e suas articulações devem ser submetidos.
Cabe aqui ressaltar o resultado
do ensaio obtido pela amostra analisada de uma das marcas importadas,
pois, ao invés do aço, foi utilizado ferro
fundido como matéria-prima para fabricação do alicate.
O ferro fundido é um material que, por apresentar
teor de carbono mais elevado, é mais "mole" e mais fraco
que o aço em termos de resistência. Em função dessa diferença, ferramentas
de pequeno porte fabricadas a partir do ferro fundido apresentam
tempo de vida reduzido, pois o desgaste pelo uso é muito maior se
comparadas às de aço.
Outra característica verificada por esse
ensaio é se a peça sofreu, durante o tratamento térmico, processo
de descarbonetação.
A descarbonetação é a perda de carbono que
a peça sofre quando esse elemento se mistura ao oxigênio do ar,
formando o CO2 (gás carbônico). Segundo o laboratório,
esse problema ocorre com certa freqüência, principalmente, durante
a etapa de forjamento, e exige do fabricante do produto certos cuidado
como, por exemplo, a utilização de fornos fechados que não permitam
a entrada de ar.
A perda do carbono está diretamente relacionada
ao aumento da dureza da peça, ou seja, quanto maior a dureza, mais
"duro" e mais frágil é o aço, e maior é a tendência da
ferramenta a quebrar ou trincar.
De acordo com a norma, "as peças
atuantes não devem apresentar descarbonetação superficial que possa
influenciar na sua utilização".
Em relação a esse critério, a
amostra da marca Corneta (nacional) foi considerada não conforme pois
o pino da articulação apresentava descarbonetação.
6.2.5. Dureza
Esse ensaio verifica a dureza das amostras
analisadas, ou seja, a resistência que cada uma das partes principais
do alicate universal oferecem à deformação permanente.
A determinação da dureza dos metais é um
método de controle da qualidade muito importante na indústria, para
verificação das condições de fabricação, tratamentos térmicos, uniformidade
de materiais, etc.
A tabela V descreve as especificações de
dureza para cada uma das partes principais do alicate, os resultados
do ensaio, considerando as incertezas das medições, e as não conformidades
encontradas.
Tabela
V
Marcas |
Dureza das Partes Principais do Alicate, em
Dureza Vickers (HV)
|
Conclusão
|
Mandíbula
|
- Área de
- Corte
|
- Adjacências
- da Articulação
|
- Pino da
- Articulação
|
(HV>440)
|
(558<HV<840)
|
(HV>283)
|
(HV>262)
|
A
|
445
|
681
|
353
|
405
|
Conforme
|
B
|
572
|
317
|
291
|
109
|
Não Conforme
|
C
|
538
|
603
|
439
|
136
|
Não Conforme
|
D
|
162
|
213
|
187
|
140
|
Não Conforme
|
E
|
440
|
658
|
448
|
171
|
Não Conforme
|
F
|
538
|
522
|
308
|
148
|
Não Conforme
|
G
|
427
|
784
|
290
|
276
|
Conforme
|
H
|
159
|
570
|
178
|
140
|
Não Conforme
|
I
|
156
|
192
|
210
|
126
|
Não Conforme
|
J
|
391
|
513
|
254
|
261
|
Não Conforme
|
K
|
575
|
549
|
440
|
167
|
Não Conforme
|
L
|
195
|
522
|
176
|
174
|
Não Conforme
|
M
|
298
|
616
|
206
|
190
|
Não Conforme
|
N
|
402
|
678
|
215
|
165
|
Não Conforme
|
O
|
557
|
273
|
257
|
125
|
Não Conforme
|
Como pode ser observado, das 15 (quinze)
marcas de alicate universal analisadas, 13 (treze), sendo 09 (nove)
importadas e 04 (quatro) nacionais, cerca de 86% (oitenta e seis
por cento) foram consideradas não conformes por apresentarem dureza
abaixo do especificado pela norma em, pelo menos, umas de suas partes
principais.
Isso significa que, por apresentarem baixa
dureza, essas partes tendem a ter desgaste maior com o uso constante,
reduzindo o tempo de vida da ferramenta, o que representa maior
custo para o usuário, que terá que trocá-la com maior freqüência
para manter a eficiência do trabalho e evitar possíveis acidentes
durante o manuseio.
Pela análise do gráfico a seguir, concluímos
que o maior índice de irregularidades foi encontrado no ensaio que
verifica a dureza do pino de articulação, no qual todas as
amostras consideradas não conformes apresentaram dureza mais baixa
que o especificado.
6.2.6. Proteção
Superficial
Esse ensaio verifica se as amostras analisadas
apresentam proteção superficial contra corrosão (formação de ferrugem),
ou seja, que impeça a oxidação do metal.
A norma técnica estabelece que "a
escolha dos revestimentos anticorrosivos é facultado ao fabricante
..." e que "a proteção anticorrosiva não deve abranger
toda a superfície. As mandíbulas devem ser metalicamente brilhantes.
Os cabos dos alicates podem ser fornecidos oxidados pretos ou envernizados."
O termo metalicamente brilhante significa
que a mandíbula não deve possuir proteção superficial na parte atuante,
ou seja, nos dentes e na área de corte. Entretanto, o fato do alicate
apresentar revestimento nessa região não ocasiona risco ao usuário
nem prejudica seu desempenho. Pelo contrário, é mais uma garantia
contra a oxidação que o alicate oferece ao usuário.
Entre os tipos de revestimentos não recomendados
está o cromado que, apesar de conferir ao produto o aspecto
de metalicamente brilhante e que, portanto, estaria em conformidade
com a norma, não apresenta funcionabilidade, pois tende a ser raspado
da superfície com o uso constante do produto. Diante
do exposto, o Inmetro decidiu não considerar o item da norma que
declara que "a proteção anticorrosiva não deve abranger
toda a superfície".
Todas as amostras analisadas apresentavam
proteção superficial contra corrosão, tanto na mandíbula, quanto
nos cabos.
6.2.7. Pressão
do Alicate
Esse ensaio simula a utilização do alicate
universal, com o objetivo de verificar se a amostra analisada
não sofre deformação física após a realização da seguinte seqüência:
- o alicate é fixado em uma máquina de
ensaio;
- uma peça de aço com diâmetro de, no máximo,
3 mm é fixada na mandíbula do alicate, a uma distância de, aproximadamente,
3 mm da ponta;
- é aplicada, três vezes consecutivas,
forte pressão sobre os cabos;
O valor da pressão aplicada varia em função
da área da articulação do alicate.
Área da Articulação £ 2,5cm2
=> Pressão Aplicada = 600N
Área da Articulação > 2,5cm2
=> Pressão Aplicada = 800N
Todas as amostras analisadas apresentam
área da articulação superior a 2,5cm2.
- após o ensaio, o fechamento da ponta
do alicate não deve ter sofrido alterações.
Todas as marcas analisadas foram consideradas
conformes.
6.2.8 - Deformação
Permanente dos Cabos
Nesse ensaio, as amostras de alicate
universal também são submetidas à aplicação de uma força sobre
seus cabos. Essa força é aplicada cinco vezes consecutivas com o
auxílio de um aparelho de ensaio e seu valor varia em função da
área da articulação do alicate.
Área da Articulação £ 2,5cm2
=>Força Aplicada = 720N
Área da Articulação > 2,5cm2
=>Força Aplicada = 960N
A deformação da dimensão "s" dos
cabos é obtida pela medição antes e em seguida à aplicação das cinco
cargas e o limite de tolerância para essa deformação varia em função
do comprimento total do alicate.
Comprimento do Alicate £ 155mm =>
Deformação Máxima Permitida < 0,5mm
Comprimento do Alicate > 155mm =>
Deformação Máxima Permitida < 1,0mm
O desenho a seguir ilustra o ponto dos cabos
do alicate no qual a força (F) é aplicada nos ensaios de Pressão
do Alicate e de Deformação Permanente dos cabos e a dimensão "s"
citada anteriormente.
A tabela VI relaciona as deformações permanentes
encontradas após o ensaio.
Tabela
VI
Marcas
|
Comprimento Total Medido (mm)
|
Tolerância
|
Deformação Permanente Encontrada (mm)
|
A
|
222,20
|
< 1,0mm
|
0,06
|
B
|
164,72
|
< 1,0mm
|
0,2
|
C
|
207,90
|
< 1,0mm
|
houve a ruptura do alicate
|
D
|
209,45
|
< 1,0mm
|
0,5
|
E
|
154,05
|
< 0,5mm
|
0,15
|
F
|
205,70
|
< 1,0mm
|
0,2
|
G
|
213,67
|
< 1,0mm
|
não houve deformação permanente
|
H
|
203,48
|
< 1,0mm
|
0,34
|
I
|
207,13
|
< 1,0mm
|
0,5
|
J
|
209,90
|
< 1,0mm
|
0,07
|
K
|
216,53
|
< 1,0mm
|
0,03
|
L
|
180,33
|
< 1,0mm
|
0,5
|
M
|
210,93
|
< 1,0mm
|
0,7
|
N
|
182,02
|
< 1,0mm
|
0,2
|
O
|
212,54
|
< 1,0mm
|
0,07
|
De acordo com os resultados obtidos,
apenas a amostra da marca Citizen (importada)
foi considerada não conforme, porque durante a realização do
ensaio não suportou a pressão exercida sobre os cabos e rompeu-se.
Esta não conformidade representa risco à segurança do usuário que
pode se ferir durante o manuseio de uma ferramenta que se quebra
quando submetida aos esforços de trabalho.
- Características
Dimensionais
Este ensaio verifica se as dimensões das
amostras de alicate universal analisadas atendem às especificações
da norma no que diz respeito à fabricação de um alicate com dimensões
padrão.
A norma brasileira determina que o comprimento
total do alicate universal seja usado como referência para
as demais dimensões, ou seja, a partir do comprimento total define-se
a padronização para as demais dimensões e suas respectivas tolerâncias.
O quadro a seguir relaciona as 05 (cinco)
dimensões padrão definidas pela norma para o comprimento total do
alicate, as demais dimensões e tolerâncias. O desenho descreve o
posicionamento de cada uma delas.
L1
|
L2
|
b
|
h
|
Dimensões
|
Tolerância
|
Dimensões
|
Tolerância
|
Dimensões
|
Tolerância
|
Dimensões
|
Tolerância
|
140 (1)
|
± 2,5
|
41
|
± 3
|
8
|
± 1
|
23
|
± 1
|
160 (2)
|
± 5
|
46
|
9
|
± 1
|
25
|
± 1
|
180 (3)
|
± 8
|
51
|
10
|
± 1,5
|
28
|
± 2
|
200 (4)
|
± 8
|
56
|
11
|
± 1,5
|
31
|
± 2
|
250 (5)
|
± 8
|
65
|
13
|
± 2
|
34
|
± 2
|
Observação: Unidades em mm
Os números entre parênteses na coluna
L1/Dimensões foram colocados com o objetivo de classificar os valores
das dimensões medidas em função da dificuldade em enquadrar os valores
de comprimento total encontrados com aqueles definidos como padrão
pela norma.
A tabela VII descreve os valores obtidos
para cada uma das dimensões medidas, as tolerâncias e as não conformidades
encontradas.
Tabela
VII
Marcas
|
Comprimentos Medidos
|
Conclusão
|
L1 (mm)
|
L2 (mm)
|
b (mm)
|
h (mm)
|
A (< 0,4 mm)
|
d (» 50 mm)
|
A(4)
|
222,20
|
58,06
|
13,86
|
27,20
|
0,48
|
55,94
|
Não Conforme
|
B(2)
|
164,72
|
46,17
|
12,27
|
26,58
|
0,52
|
45,82
|
Não Conforme
|
C(4)
|
207,90
|
56,87
|
11,57
|
29,43
|
0,39
|
64,28
|
Não Conforme
|
D(4)
|
209,45
|
54,07
|
9,59
|
29,75
|
0,00
|
55,21
|
Não Conforme
|
E(2)
|
154,05
|
44,86
|
9,07
|
22,47
|
0,28
|
47,82
|
Não Conforme
|
F(4)
|
205,70
|
55,53
|
12,44
|
29,41
|
0,29
|
60,81
|
Não Conforme
|
G(4)
|
213,67
|
55,12
|
13,35
|
28,12
|
0,20
|
53,18
|
Não Conforme
|
H(4)
|
203,48
|
53,75
|
9,23
|
30,57
|
0,00
|
58,68
|
Não Conforme
|
I(4)
|
207,13
|
56,25
|
10,44
|
29,64
|
0,00
|
57,16
|
Não Conforme
|
J(4)
|
209,90
|
46,27
|
13,90
|
27,46
|
0,46
|
58,33
|
Não Conforme
|
K(4)
|
216,53
|
55,95
|
14,05
|
28,37
|
0,00
|
51,86
|
Não Conforme
|
L(3)
|
180,33
|
51,23
|
9,37
|
27,60
|
0,00
|
56,17
|
Não Conforme
|
M(4)
|
210,93
|
59,06
|
10,46
|
30,45
|
0,00
|
54,80
|
Não Conforme
|
N(3)
|
182,02
|
52,31
|
12,64
|
25,34
|
0,42
|
35,03
|
Não Conforme
|
O(4)
|
212,54
|
56,48
|
12,29
|
30,64
|
0,25
|
54,84
|
Não Conforme
|
Onde:
L1: comprimento total do alicate
L2: comprimento secundário (do início da mandíbula ao centro da
área da articulação)
b: espessura do alicate
h: largura da cabeça do alicate
A: abertura máxima da mandíbula permitida
d: distância máxima permitida entre os dois pontos paralelos mais
afastados dos cabos
Como a norma estabelece como padrão para
a medida "d" o valor » 50 mm, ou seja, mais ou
menos 50 mm, seria difícil quantificar a sua tolerância. O laboratório
considerou como prudente e bastante razoável considerarmos uma tolerância
de ± 10% (mais ou menos dez por cento).
Nesse ensaio todas as amostras analisadas
foram consideradas não conformes em, pelo menos, uma das medidas
feitas.
Resultado Geral
A tabela VIII descreve os resultados obtidos
pelas amostras de cada uma das marcas analisadas nos ensaios de
conformidade realizados e a conclusão final de cada uma delas.
Tabela
VIII
Marcas
|
Ensaios Realizados
|
Conclusão
|
- Verificação das
- Marcações
|
- Características
- Físicas e Mecânicas
|
- Características
- Dimensionais
|
A
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
B
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
C
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
D
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
E
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
F
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
G
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
H
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
I
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
J
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
K
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
L
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
M
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
N
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
O
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Não Conforme
|
Conclusões
A partir da análise dos resultados
obtidos, podemos concluir que a tendência das marcas de alicate
universal disponíveis no mercado nacional é de apresentarem-se
em desacordo com os requisitos mínimos de qualidade para o produto
estabelecidos pelas normas atualmente vigentes.
Todas as amostras das marcas analisadas
foram consideradas não conformes em, pelo menos, um dos doze ensaios
realizados.
A categoria de ensaios que verificou a presença
das informações e que, segundo a norma, deveriam estar gravadas
no corpo do alicate, apresentou índice de não conformidade de 100%
(cem por cento), ou seja, em todas as amostras faltavam, pelo menos,
duas das três informações consideradas obrigatórias.
Em relação à verificação das características
físicas e mecânicas das amostras de alicate, como o material e o
processamento da matéria-prima utilizados para fabricação e seu
comportamento quando submetido aos ensaios de desempenho, 13 (treze),
das 15 (quinze) marcas analisadas foram consideradas não conformes.
Nessa categoria, destacamos as amostras
de três marcas importadas, consideradas não conformes em 03 (três) dos
10 (dez) ensaios dessa categoria.
A amostra da marca "B"
foi considerada não conforme no ensaio que verifica o material
utilizado para a fabricação do alicate, no qual identificou-se que,
ao invés de aço, utilizou-se ferro fundido como matéria-prima. Material
de qualidade inferior ao aço, não indicado para a fabricação de
ferramentas pois resulta em produtos menos resistentes, com maior
tendência ao desgaste e, portanto, tempo de vida reduzido.
A amostra da marca
"C" rompeu-se durante o ensaio de deformação
permanente dos cabos, o que representa risco em potencial para a
segurança do usuário
A amostra da marca
"F" apresentava corrosão (ferrugem) em toda
a parte metálica exposta do alicate.
Em relação à verificação da dureza das partes
principais do alicate, característica relacionada à resistência
do produto, destacamos as amostras das marcas nacionais A e G
, as duas únicas marcas consideradas conformes nesse ensaio.
Na categoria de ensaios relacionados à verificação
dimensional das amostras, observou-se que o não atendimento às dimensões
padrões também atingiu a 100% dos produtos analisados. Esse resultado
pode ser o indicativo de duas realidades; a primeira, da existência
de problemas generalizados no setor no que diz respeito à dificuldades
em exercer o controle eficaz do processo de fabricação do produto
e a segunda, de que, em virtude dos avanços e mudanças de tecnologia
alcançados pelo setor, a norma vigente, publicada em janeiro de
1987, portanto, há 13 anos, necessite de alterações (revisões, mudanças
de parâmetros) no sentido de refletir a demanda do mercado atual.
Esse é um ponto abordado pelos próprios
fabricantes e fornecedores do produto no Brasil que citam inclusive
a necessidade de se dividir a oferta de ferramentas em geral em
duas linhas: a doméstica, com custo de produção mais baixo e, em
função de sua aplicação, com requisitos de desempenho menos rigorosos
e a profissional; destinada a um público-alvo específico, com um
preço de mercado mais alto e capaz de resistir a maiores solicitações.
Segundo os próprios fabricantes, essa segmentação
do mercado já existe. A abertura do mercado nacional aos produtos
importados, no início da década de 90, foi responsável pela entrada
no país de produtos com qualidade e custo inferiores aos produzidos
pela indústria nacional. Com isso, o setor viu-se obrigado a lançar
um produto que fosse mais competitivo, ou seja, mais barato em detrimento
da qualidade.
Apesar disso, conforme pode ser observado
pela análise dos gráficos a seguir, as ferramentas de origem nacional
apresentaram índice de conformidade, em relação ao número de ensaios
realizados, superior aos importados, com melhor nível de desempenho
quando comparadas aos produtos de origem estrangeira.
De um modo geral, o resultado da
análise é considerado preocupante pois o setor parece desconhecer
a norma existente. A norma em vigor está desatualizada, precisando
de revisão, mas o setor se mostra alheio ao fato e prefere desconsiderar
a norma em vigor.
Diante do exposto, o Inmetro convocará
as partes interessadas, fabricantes e importadores de ferramentas
em geral, institutos de pesquisa, laboratórios, representantes de
organismos de defesa dos consumidores e a ABNT Associação
Brasileira de Normas Técnicas, especificamente, o Comitê Brasileiro
04, de Máquinas e Equipamentos Mecânicos, para que sejam discutidas
medidas que possam ser implantadas visando a melhoria da qualidade
do setor.
Conseqüências
Data
|
Conseqüências
|
11/03/2000
|
Divulgação no Programa Fantástico - Rede
Globo de Televisão
|
11/05/2001 |
Reunião
com representantes do setor produtivo, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas, do Movimento das Donas
de Casa de Minas Gerais, entidade de defesa do consumidor
e do Inmetro, com o objetivo de definir medidas de melhoria
para o setor. |
|
Principais
Definições: Revisão das normas técnicas
brasileiras, reativação da entidade representativa
dos fabricantes do setor. |
30/07/2001 |
Primeira
reunião da Comissão de Estudo da ABNT para
elaboração das normas. Principais Definições:
Criação de Grupos de Trabalho, um para cada
tipo de ferramenta analisada, e elaboração
de normas específicas para alicate, chave de fenda
e martelo de aço. |
|