.: Liquidificador II :. Objetivo ObjetivoA apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de liqüidificadores consiste em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos, coordenado pela Divisão de Orientação e Incentivo à Qualidade do Inmetro e que tem por objetivos:
Deve ser destacado que esses ensaios não se destinam a aprovar marcas, modelos ou lotes de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico, indica uma tendência do setor em termos de qualidade. Além disso, as análises coordenadas pelo Inmetro, através do Programa de Análise de Produtos, têm caráter pontual, ou seja, são uma "fotografia" da realidade, pois retratam a situação do mercado naquele período em que as análises são conduzidas.
JustifiticativaA análise das amostras de liqüidificadores está de acordo com o procedimento do Programa de Análise de Produtos, visto que é um produto muito consumido pela população e cujas características estão relacionadas à segurança dos consumidores. O Inmetro empreendeu análise em amostras de liqüidificadores em julho de 1997, quando foram testadas 10 marcas, de 10 fabricantes, sendo 06 marcas nacionais e 04 importadas. Pelos resultados, foi possível concluir que a situação do produto nacional, na época, era melhor que a do produto importado, e que para estes últimos, houve elevada incidência de não conformidades que afetavam a segurança do usuário e comprometiam o desempenho dos aparelhos. Uma importante etapa do Programa de Análise de Produtos consiste em incentivar a adoção de medidas de melhoria da qualidade para o setor produtivo, dependendo da abrangência e da gravidade das não conformidades encontradas. Dessa forma, através de reunião envolvendo representantes do setor e do laboratório responsável por aqueles ensaios, foram discutidas algumas medidas, como a necessidade de revisão das normas técnicas. Em virtude dos resultados encontrados na análise realizada pelo Inmetro em 1997, e para que seja verificado o comprometimento do setor produtivo com as medidas de melhoria propostas, tornou-se necessário verificar novamente a tendência da qualidade das marcas disponíveis no mercado nacional. Além disso, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos – Eletros, entidade representativa do setor produtivo, também se mostrou favorável à repetição dos ensaios. Ela denunciou que existem, no mercado, marcas importadas sendo comercializadas com preço mais baixo, porém, com qualidade duvidosa, que colocam em risco a segurança dos usuários do produto e propiciam uma concorrência desigual, em prejuízo do fabricante nacional. Neste relatório são apresentadas as descrições dos ensaios realizados, as não conformidades detectadas e as principais conclusões a respeito dos resultados encontrados na análise em amostras de liqüidificadores.
Normas e Documentos de Referência
Laboratório responsável pelos ensaiosOs ensaios foram realizados pelo Laboratório de Ensaios da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - LABELO, localizado em Porto Alegre, integrante da Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios - RBLE e credenciado pelo Inmetro para ensaios em aparelhos eletrodomésticos em geral. Marcas AnalisadasA compra das amostras foi precedida por uma pesquisa de mercado realizada em 10 estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Amazonas. Foram encontradas cerca de 40 marcas, de 13 fabricantes diferentes. Considerando que uma das diretrizes do Programa é analisar a tendência da qualidade do produto em relação às normas e regulamentos técnicos pertinentes, não é necessário analisar todas as marcas disponíveis de um produto no mercado nacional. Portanto, foram selecionadas 10 marcas de liqüidificadores, de 09 fabricantes, sendo 01 marca importada. A seleção foi feita com base em critérios que envolvem a participação no mercado e a regionalização dos produtos. Foram compradas marcas consideradas tradicionais e líderes, assim como outras de menor participação, fabricadas por empresas de médio e pequeno porte. Como um dos objetivos do Programa é verificar a qualidade do produto nacional em relação ao importado, foi incluída na seleção a única marca importada identificada na pesquisa de mercado. A tabela a seguir relaciona os fabricantes que tiveram amostras de seus produtos analisadas, bem como os locais onde os produtos foram adquiridos.
Tabela I
Informações das Marcas AnalisadasCom relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
Ensaios Realizados e Resultados ObtidosForam compradas 03 amostras de cada uma das marcas selecionadas. Este número de amostras foi definido pelo laboratório, sendo o necessário para a realização dos ensaios descritos pelas normas técnicas. Para que o consumidor possa compreender adequadamente os termos utilizados na descrição dos ensaios, o item 6.1 apresenta um pequeno glossário com as definições principais. Os ensaios e verificações realizados foram divididos em seis categorias, descritas nos itens 6.2 a 6.7.
1. Glossário:Os principais termos usados na descrição dos ensaios são os seguintes:
2. Selo Ruído:
O Programa Silêncio foi instituído em 1990, através da Resolução 002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e tem entre seus objetivos o incentivo à "fabricação e uso de máquinas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização na indústria, veículos em geral, construção civil, utilidades domésticas, etc." Nesse contexto, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis – IBAMA, em conjunto com o Inmetro, criou um programa de etiquetagem de aparelhos eletrodomésticos, denominado Selo Ruído, visando disponibilizar ao consumidor uma informação confiável, que pode influir na sua decisão de escolher um produto mais silencioso, declarando os valores de emissão de ruído, e que o atenda em termos de desempenho. Através da Resolução CONAMA 020 de 1994, foi instituída a compulsoriedade da etiquetagem de aparelhos eletrodomésticos geradores de ruído. Para a implantação deste programa, foram incluídos, inicialmente, no cronograma estabelecido pela subcomissão do Selo Ruído, os produtos liqüidificadores e secadores de cabelo, ou seja, todos os liqüidificadores e secadores de cabelo comercializados no país, sejam nacionais ou importados, devem apresentar o Selo Ruído em local visível na embalagem do produto. (1)
(1) Fonte: Nabuco de Araujo, M. A., AZEVEDO, J. A. Selo Ruído: Um Programa de Etiquetagem em Eletrodomésticos Encontro para a Qualidade de Laboratórios-ENQUALAB 2003, São Paulo-SP Anais p.248 - 255
Duas marcas estavam sendo
comercializadas sem o selo ruído.
3. Classificações:De acordo com a norma técnica, todo aparelho eletro-eletrônico deve possuir um grau adequado de proteção contra choque elétrico, podendo ser classificado como:
Os liqüidificadores devem ser, pelo menos, de classe 0, ou seja, devem possuir pelo menos a proteção básica contra choque elétrico. Nesta categoria, todas
as marcas analisadas foram consideradas Conformes.
4. Marcações e Instruções:Esta categoria verifica se o corpo do aparelho e o manual de instruções que o acompanha trazem todas as informações sobre o produto que devem estar disponíveis ao usuário. Algumas marcações no aparelho são exigidas pela norma e devem estar escritas em português, de forma que permita sua fácil leitura e entendimento por parte do usuário. Além disso, as marcações devem ser feitas de forma indelével, ou seja, duradoura, de modo que permaneçam legíveis durante a vida útil do produto: As principais marcações são:
O manual de instruções deve trazer todas as informações consideradas relevantes sobre o produto, de modo que o usuário tenha orientações sobre o uso correto e a manutenção adequada do aparelho. Estas instruções devem ser redigidas de forma clara e em português, como estabelecido pelo Código de Proteção e Defesa do Consumidor. A tabela a seguir mostra o número de não conformidades encontradas para cada marca nas verificações de Marcações e Instruções, assim como alguns comentários sobre as mesmas:
Tabela II
(*) Na marcação da freqüência de alimentação consta a inscrição "50/60 Hz", o que, segundo a norma, torna obrigatória a instrução do modo de ajuste. Como os liqüidificadores fazem o ajuste automaticamente, a marcação correta, portanto, seria "50-60 Hz", com hífen.
Em resumo, das 10 marcas analisadas, 08 foram consideradas Não Conformes em, pelo menos, um dos itens verificados. São elas: Marca B; Marca C; Marca D; Marca E; Marca F; Marca G; Marca H e Marca I. Apenas as amostras das
marcas Marca A e Marca J foram consideradas Conformes.
5. Detalhes Elétricos:Os ensaios que pertencem
a essa categoria são:
5.1. Proteção Contra Acesso às Partes Vivas: Os aparelhos devem ser construídos de modo a proporcionar proteção adequada contra contato acidental com partes vivas, o que pode causar choque elétrico ao usuário. Apenas a marca A foi considerada Não Conforme, pois a parte inferior do aparelho permite acesso às partes vivas.
O ensaio verifica se a potência do aparelho, durante sua operação, difere da potência nominal, declarada pelo fabricante. Quando a potência medida é maior que a potência nominal, significa que o aparelho consome mais energia do que o previsto. A não conformidade detectada neste ensaio não está relacionada, portanto, à segurança do usuário do produto, porém, significa que o custo com energia elétrica será maior, principalmente, por se tratar de um aparelho que é usado diariamente.
Tabela III
Das 10 marcas analisadas, 02 foram consideradas Não Conformes. São elas: Marca F e Marca I. 5.3. Ensaio de Corrente de Fuga: Este ensaio verifica, por medição, se há fuga de corrente do aparelho, ou seja, se mesmo desligado, mas ligado no fio da tomada, o liqüidificador consome energia, o que pode representar aumento no valor da conta de luz. A corrente de fuga é a corrente elétrica que "escapa" do aparelho e que tem como principais causas emendas e isolação mal feitas de fios ou mesmo fios desencapados. Além do consumo de energia, a corrente de fuga representa risco à segurança do usuário, pois pode causar choque elétrico. A medição é realizada com o aparelho em funcionamento normal. Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes.
Complementando o ensaio, após a medição durante o funcionamento normal, uma segunda medição é realizada aplicando-se uma sobretensão (elevação súbita da tensão de operação) no aparelho, para verificar se existe risco de choque elétrico para o usuário. Novamente, todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes.
5.4. Resistência à Umidade: Este procedimento simula o comportamento da isolação básica do liqüidificador em caso de transbordamento de líquido e condições de umidade elevada. Os aparelhos devem ser construídos de modo que o transbordamento do líquido contido no copo do liqüidificador, em funcionamento normal, não afete sua isolação elétrica. Em relação ao ensaio que simula a umidade do ambiente, o liqüidificador é colocado em uma câmara com umidade e temperatura controladas, durante 48 horas. Após esse período, as amostras são submetidas novamente ao ensaio de corrente de fuga, a fim de se verificar se a isolação básica do aparelho foi comprometida e se o mesmo oferece risco de choque para o usuário. Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes.
A tabela abaixo traz um resumo dos resultados obtidos nos ensaios da categoria de detalhes elétricos:
Tabela IV
6. Detalhes Mecânicos:Os ensaios que pertencem a essa categoria são:
6.1. Funcionamento em Condição Anormal: De acordo com a norma, o liqüidificador deve ser projetado de modo a evitar risco de incêndio e danos mecânicos que prejudiquem a segurança ou a proteção contra choque elétrico, em conseqüência de funcionamento anormal ou manuseio descuidado por parte do usuário. Neste ensaio, o liqüidificador é operado em uma condição de bloqueio, ou seja, o rotor do aparelho é travado, por um determinado período de tempo. Durante o seu funcionamento, a temperatura dos enrolamentos não deve ultrapassar os valores indicados na norma para a classe de isolação do motor, declarada pelo fabricante do aparelho. Apenas a amostra da marca Arno trazia essa informação. Como a marcação da classe do motor não é considerada uma informação obrigatória, o ensaio só foi conclusivo para a amostra da marca A, que foi considerada Conforme. A tabela a seguir relaciona as marcas, as temperaturas medidas e o resultado:
Tabela V
6.2. Estabilidade e Riscos Mecânicos: Os liqüidificadores são aparelhos destinados a uso em superfície plana, como pisos, bancadas e mesas e, portanto, devem apresentar estabilidade adequada. Neste ensaio, o liqüidificador não deve tombar quando é colocado em qualquer posição de utilização normal sobre uma superfície inclinada. Quanto aos riscos mecânicos, exige-se que as partes móveis do aparelho sejam dispostas e protegidas de modo a proporcionar, em utilização normal, proteção adequada contra lesões pessoais e choque elétrico.
Todas as amostras das marcas analisadas foram consideradas Conformes nestes itens.
6.3. Resistência Mecânica: Exige-se que o liqüidificador seja construído de modo a apresentar resistência mecânica adequada quando submetido a utilização normal. O ensaio é feito através de um dispositivo de impacto que aplica golpes em pontos presumivelmente fracos do aparelho. Após o ensaio, o aparelho não deve apresentar danos que possam comprometer o funcionamento, assim como oferecer risco de lesões e choque elétrico ao usuário.
Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes neste ensaio.
6.4. Resistência ao Enferrujamento: As partes ferrosas do liqüidificador devem ser adequadamente protegidas contra o enferrujamento, de modo a não prejudicar a conformidade do aparelho em relação à norma.
Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes neste item.
Neste ensaio, através da simulação de situações de acidente, as partes externas e não metálicas do aparelho são submetidas, durante funcionamento normal, a solicitações que verificam se as amostras analisadas são resistentes ao calor e à combustão, ou seja, se pegam fogo e, caso haja princípio de incêndio, se há propagação de chama. A resistência ao calor é verificada submetendo-se a parte analisada ao ensaio de pressão de esfera, tendo a temperatura do ambiente controlada. Uma esfera é pressionada contra o aparelho durante o período de uma hora, após o qual é retirada para que a parte analisada seja imersa em água fria, de modo que esfrie até aproximadamente a temperatura ambiente dentro de dez segundos. É realizada, então, a medição do diâmetro da impressão provocada pela esfera, cujo valor não pode exceder 2mm. A resistência à combustão e propagação da chama é verificada através da colocação de um fio incandescente em contato com as partes do aparelho. Ao término do ensaio, as partes analisadas não devem apresentar qualquer dano físico que comprometa a conformidade dos aparelhos aos requisitos técnicos normativos, e consequentemente, colocar em risco a segurança do usuário.
Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes nos dois ensaios.
A tabela abaixo descreve o resultado geral obtido pelas amostras em relação aos ensaios da categoria de detalhes mecânicos:
7. Detalhes Construtivos:Os ensaios que pertencem a essa categoria destinam-se a verificar uma série de características relacionadas à construção do aparelho. O atendimento a essas exigências garante o uso correto e seguro do liqüidificador em funcionamento normal.
A tabela a seguir relaciona as marcas, os respectivos resultados e os comentários sobre as não conformidades constatadas:
Tabela VII
São verificadas as características relacionadas aos fios que compõem a parte elétrica do liqüidificador, como por exemplo, se eles são lisos e livres de cantos pontiagudos e se estão eficazmente impedidos de entrar em contato com parafusos. A vibração decorrente do funcionamento do aparelho pode acarretar desgaste da isolação dos fios, que ao entrar em contato com parafusos com cabeças expostas no lado externo do gabinete, oferecem risco de choque elétrico ao usuário. Este item também inclui verificações no cordão de alimentação (fio da tomada), como o atendimento às exigências de seção nominal, ausência de contato com pontas e bordas cortantes do aparelho, risco de mau contato devido à deformação da solda dos condutores, ancoragem adequada contra esforços de tração e torção, entre outras. Esses ensaios destinam-se a comprovar a segurança do aparelho contra falhas elétricas e riscos de choque elétrico. A seguir são apresentados os resultados, assim como os comentários relacionados:
Tabela VIII
Resumindo, das 10 marcas analisadas, 06 foram consideradas Não Conformes. São elas: Marca B; Marca D, Marca F; Marca G, Marca H e Marca I. As amostras das marcas A, C, E e J foram consideradas Conformes em todos os itens.
Os liqüidificadores não devem possuir dispositivos que, em caso de defeito no aparelho, provoquem a operação do dispositivo de proteção da instalação. O dispositivo de proteção, como explicado no glossário do item 6.1, possui a função de cortar o funcionamento do aparelho, evitando maiores riscos ao usuário.
Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes neste item.
Segundo a norma, parafusos e porcas que fazem uma ligação mecânica entre partes diferentes do aparelho devem ser protegidos contra o afrouxamento, o que pode oferecer risco de choque elétrico ao usuário, no caso da fiação interna ter sua isolação comprometida e entrar em contato com esses parafusos, devido à vibração provocada pelo funcionamento do liqüidificador.
Todas as marcas analisadas foram consideradas Conformes neste item.
A tabela abaixo traz um resumo dos resultados obtidos nos ensaios da categoria de detalhes construtivos:
Tabela IX
Resultado GeralA tabela apresentada a seguir descreve os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas analisadas e o resultado geral:
PosicionamentosApós a conclusão dos ensaios, os fabricantes que tiveram amostras de seus produtos analisadas receberam cópias dos laudos de seus respectivos produtos, enviadas pelo Inmetro, tendo sido dado um prazo de 09 dias úteis para que se manifestassem a respeito dos resultados obtidos. A seguir, são relacionados os fabricantes que se manifestaram formalmente, através de faxes enviados ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos: Fabricante H (Marca: H): "(...) Primeiramente manifestamos nosso agradecimento pela iniciativa do Inmetro de incluir nosso produto no seu elenco de pesquisa. Com referência às "não conformidades" suscitadas no ensaio do produto de nossa fabricação (...), comentamos o que segue: Relativamente ao item 25.11 da Norma que refere-se a condutores de cordões de alimentação, esclarecemos que o produto Sield objeto do presente ensaio foi produzido na semana 12 do ano de 2002. O sistema de consolidação observado no produto já foi alterado, sendo que atualmente utilizamos sistema de terminais prensados. Com relação aos demais itens citados no relatório como "não conformes" com a Norma, informamos que tomaremos todas as providências corretivas necessárias em total reconhecimento a importância de tal Norma. (...)"
Fabricante C (Marca: C): "De acordo com os itens não conformes no relatório nº D050/2003, a Black & Decker informa que:
(...)"
Inmetro: A norma exige que a marcação do modelo ou a referência do tipo deve estar visível quando o aparelho é instalado em posição de funcionamento normal. Na amostra analisada, verificou-se que a marcação do modelo realmente está presente na parte inferior do aparelho, entretanto, não está visível na posição de funcionamento normal.
Fabricante E (Marca: E): "(...) Em resposta ao relatório de ensaio do liqüidificador *** , apresentamos abaixo as considerações sobre os tópicos apresentados como Não Conforme: # Item 7.12.5 [do laudo]: No manual de instruções no tópico "restrições e advertências" aparece que qualquer irregularidade no produto deve ser levado ao agente autorizado, para eventuais reparos ou esclarecimentos. Contudo, a inclusão do texto padrão será feita nos manuais de todos os produtos. #Item 7.13 [do laudo]: Acreditamos que as palavras "auto clean" e "pulse" não trazem confusão pois se tratam de palavras comumente usadas para designar as funções em liqüidificadores. Contudo, modificações já estão sendo feitas para a próxima campanha. (...)"
"Após avaliação do relatório citado junto a nossa engenharia de produto, temos os seguintes posicionamentos e dúvidas: Item 2 [do laudo]– Marcações e Instruções:
(...) Item 13 [do laudo] – Fiação Interna:
Item 15 [do laudo] - Ligação de alimentação e cordões flexíveis externos:
Se o rompimento foi interno, o projeto já foi alterado há 7 meses com o uso de conectores isolados e crimpados mecanicamente. Se o rompimento ocorreu na entrada do produto, precisaremos de maiores informações quanto ao procedimento de teste que foi realizado, visto que em momento algum durante nossos testes internos detectamos tal falha. (...)"
Inmetro: Em relação à dúvida referente às Marcações e Instruções, a norma não possibilita a utilização da marcação de freqüência "50/60Hz" sem a presença de uma chave ou outro sistema que realize a comutação de uma freqüência para outra. Essa marcação indica que o aparelho opera em 50Hz ou 60Hz. Para o caso do produto analisado, deveria estar escrita a marcação "50-60Hz", como evidenciado pelo texto da norma: "Os aparelhos que têm uma faixa de valores nominais e podem ser operados sem ajuste ao longo da faixa, devem ser marcados com os limites inferior e superior da faixa separados por hífen.". Apesar de não operar ao longo da faixa, e sim em 50Hz ou 60 Hz, o liqüidificador é um exemplo de aparelho que pode ser operado sem ajuste. Sobre o questionamento referente ao rompimento do cordão de ligação (item 25.15 da norma), o laboratório responsável pelos ensaios esclarece que o rompimento ocorreu na ancoragem no gabinete, no ponto em que o cordão é ligado, internamente, no aparelho. O teste foi realizado conforme a norma, aplicando-se tração de 60N e torque de 0,25Nm, 25 ciclos, no cordão de alimentação.
O fabricante, em resposta, emitiu o seguinte posicionamento: "(...) Após os esclarecimentos (...), temos a declarar: - Devido ao fato do produto pelos senhores testado ser de uma série antiga (abril de 2002), os itens então reprovados já foram alterados e adaptados a norma ao longo deste período. - A marcação (50/60Hz), item esclarecido pelos senhores no último fax (...), já foi alterado nos moldes (...), adequando-se assim a norma. Desta forma, informo que o nosso produto atual se encontra à disposição do Inmetro para uma avaliação assim que for necessário. (...)"
"(...) Agradecemos o seu Relatório de Ensaio (...) no qual tomamos conhecimento dos resultados obtidos (...) Informo que estão sendo tomadas as ações para conformidade do liqüidificador modelo ***, objeto desta análise, com as normas (...)
(...) Mediante o exposto,
esperamos que as ações tomadas atendam aos itens
das normas referenciadas, adequando assim, plenamente os nossos
produtos. (...)" Fabricante A (Marca: A): "(...) Atendendo sua solicitação, transcrevemos abaixo nossos comentários sobre os resultados dos ensaios a que foi submetida uma amostra de nosso liqüidificador modelo BA/BSA. (...) Relatório: Capítulo 8 – Proteção contra o acesso às partes vivas. Item 8.1.2 – O pino-padrão é aplicado sem força apreciável através das aberturas em aparelhos classe 0, classe II. Não deve ser possível tocar as partes vivas. Observação: Não Conforme Justificativa: Parte inferior do aparelho dá acesso às partes vivas. Nossos comentários: O pino padrão de ensaio, com a forma e dimensões mostradas na figura 2 (página 57) da NBR NM IEC 335-1, não toca as partes vivas. (...)"
Inmetro: Em relação ao item 3 do relatório de ensaio (Item 8 da norma - Proteção contra o acesso às partes vivas), informamos que, no sub-item 8.1.1, a amostra da marca Arno foi considerada conforme no que diz respeito ao plugue de alimentação na posição de parcialmente introduzido. Entretanto, como a parte inferior do aparelho permite acesso do dedo padrão de ensaio, a amostra foi considerada não conforme. Ainda em relação ao item 3 do relatório de ensaio (Item 8 da norma - Proteção contra o acesso às partes vivas), informamos que, no sub-item 8.1.2, que trata do ensaio de aplicação do pino-padrão sem força apreciável através das aberturas em aparelhos de classe 0, a amostra da marca Arno foi considerada conforme. Diante do exposto, fica confirmada a não conformidade na Proteção contra o acesso às partes vivas. "(...) Em resposta (...), temos a informar que: Estamos cientes de todas as não conformidades apontadas neste relatório e estamos providenciando as adequações necessárias para cumprimento às normas do INMETRO. Para as próximas importações estas não conformidades estarão ajustadas. (...)
"(...) As não conformidades que V. Sas. constataram se devem, certamente, a serem artigos ainda dos primeiros lotes que fabricamos. Alguns dos problemas apontados já haviam sido corrigidos, os outros, nós tomamos providências imediatas para corrigir. Agradecemos ao Inmetro essa valiosa contribuição para a melhora da qualidade e desempenho de nossos produtos. Item 2 [Marcações e Instruções]– Resposta: (...) Para nos adequarmos à norma estamos alterando a identificação do produto, de 50/60Hz para 50-60Hz; Item 4 [Potência e Corrente Absorvida] – Resposta: A identificação da potência dos aparelhos foi corrigida, de forma que os mesmos já estão atendendo plenamente os requisitos da norma; Item 5 [Aquecimento] – Resposta: Apesar de não estar mencionado no produto e por não ser exigido pela NBR, os motores atendem a classe térmica B de 130°C; Item 9 [Funcionamento em Condição Anormal] – Resposta: O motor atende às especificações da classe B, na qual a temperatura máxima é de 175°C em condições anormais; Item 12 [Construção] – Resposta: Estamos realizando modificações no produto, permitindo o desvio de umidade (...); Item 13 [Fiação Interna] – Resposta: O produto já foi corrigido, fixando-se a fiação interna, de modo que não entre em contato com as partes cortantes do mesmo. (...)"
ComentáriosUm número correspondente a 80% das marcas analisadas apresentou não conformidades relacionadas às marcações obrigatórias que devem constar no corpo dos aparelhos, em particular às funções dos liqüidificadores, que são feitas, na maioria das vezes, com palavras ou abreviações em inglês ou ainda utilizando símbolos, o que pode causar confusão ao usuário na identificação das posições de "desligado", "auto-limpeza", "pulsar" , velocidades mínima e máxima, etc. Para fazer uso seguro e correto do liqüidificador, o consumidor deve ler o manual de instruções que acompanha o produto e, em caso de dúvida, entrar em contato com o fabricante. Sobre os itens da categoria de detalhes elétricos, 03 marcas estavam em desacordo com as normas, mas apenas uma apresentou não conformidade que significa risco à segurança do consumidor, por permitir acesso a partes que podem causar choque elétrico. As outras duas marcas foram consideradas não conformes devido ao consumo excessivo de energia, o que significa aumento na conta de luz do consumidor. Em relação aos ensaios da categoria de detalhes construtivos, cabe um alerta ao setor produtivo: 60% das marcas analisadas foram consideradas não conformes em itens relacionados diretamente à segurança dos usuários. Em sua maioria, são deficiências de projeto que podem ocasionar falhas na isolação dos aparelhos e oferecer risco de choque elétrico. Não foi possível realizar o ensaio de funcionamento em condição anormal (item 6.6.1), da categoria de detalhes mecânicos, pois apesar da norma exigir o ensaio, ela não considera obrigatória a marcação da classe do motor, necessária para informar a temperatura máxima permitida nos enrolamentos do motor. Este ensaio verifica riscos de incêndio e danos mecânicos que podem comprometer a proteção contra choque elétrico, tratando-se, portanto, de um item que afeta a segurança do consumidor.
Para outros assuntos relacionados ao produto liqüidificador, acesse o Portal do Consumidor (www.portaldoconsumidor.gov.br).
ConclusõesDe acordo com os resultados encontrados na análise de liqüidificadores, podemos concluir que a tendência do produto comercializado no mercado nacional é de estar não conforme com os requisitos normativos, pois um número correspondente a 90% das marcas analisadas não atendeu aos requisitos estabelecidos pelas normas e documentos de referência. Apenas 01 marca, a J, foi considerada conforme em todos os itens, que envolveram verificações de classificação, marcações e instruções (12 itens), detalhes elétricos (4 itens), mecânicos (5 itens) e construtivos (52 itens). Uma comparação entre os resultados da análise realizada em 1997 e a presente revela que, nos ensaios que dizem respeito à segurança e proteção contra choque elétrico, considerados críticos, manteve-se a tendência de não conformidade, com índice de 70%. As normas utilizadas como base para os ensaios de 1997 sofreram revisões e, em alguns casos, foram substituídas por normas com critérios de aceitação internacional, ampliando e definindo com maior clareza o conjunto de ensaios necessários para verificar a segurança dos aparelhos. Entretanto, em termos gerais, pode-se afirmar que não houve melhoria na qualidade do produto. Assim como constatado na análise de 1997, apenas 01 marca estava de acordo com as normas. Outro problema detectado foi o fato de algumas marcas estarem sendo comercializadas sem o Selo Ruído, o que está sendo devidamente informado ao órgão fiscalizador do produto, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis – IBAMA, para que sejam tomadas as devidas providências. Uma das etapas do Programa de Análise de Produtos consiste em promover, junto com o setor produtivo, a melhoria da qualidade dos produtos. Nesse contexto, o Inmetro recomendou aos fabricantes que revissem os projetos de seus produtos, para que os mesmos se adeqüem às normas. Essas recomendações foram aceitas pelo setor, sendo que a quase totalidade dos fabricantes se pronunciou favoravelmente, no sentido de implantar os aperfeiçoamentos necessários. Paralelamente, será agendada uma reunião com os segmentos envolvidos, objetivando definir e consolidar as ações de melhoria.
Consequências
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